Não haverá carnaval de rua na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2021. A decisão foi tomada na noite da última terça-feira, em uma reunião virtual, que contou com a presença de representantes dos blocos, da Riotur, do Ministério Público, além de especialistas das áreas de saúde e de segurança pública. O cancelamento das apresentações foi decidido devido a falta de condições sanitárias, mediante a ausência, até o momento, de uma vacina para Covid-19, doença responsável por vitimar mais de 12 mil vidas até agora, somente na capital fluminense.
Após a divulgação da decisão, o site CARNAVALESCO conversou com Rita Fernandes, presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua do Rio de Janeiro, a Sebastiana, que explicou um pouco mais dos detalhes por trás desta decisão.
“As condições colocadas pelo pessoal da saúde na reunião era de que até julho, ao que parece, não vai haver ainda a possibilidade de imunização da população. Então, sem essa certeza de ter a população segura, a gente não pode fazer. E se liberar no segundo semestre, do ponto de vista mais operacional, para nós já se torna inviável. Por isso, a gente não fará no segundo semestre, o que acabou resultando então na decisão de que não vai ter carnaval de rua em 2021”, defendeu Rita.
Para reportagem, Rita Fernandes ainda justificou quais seriam exatamente os fatores que não permitiriam a realização do carnaval de rua no segundo semestre de 2021, mesmo com a questão da pandemia já solucionada.
“É inviável fazer no segundo semestre, primeiro porque a cidade já tem um calendário próprio, inclusive com grandes eventos, com o Rock in Rio; segundo, toda parte de regulamentação e regularização, já ficaria um pouco apertada; terceiro, porque o patrocínio também fica mais difícil, afinal a gente já começa a ficar em cima do ano de 2022. Então, tem uma série de questões de legalização, patrocínio, regulamentação, que impossibilitam. E mais do que isso, existe dos blocos e dos organizadores, de maneira geral, um desânimo generalizado em função desse adiamento”, explicou.
No entanto, apesar de descartado um carnaval de rua fora de época, propostas para festa não passar em branco no ano que vem vão ser estudadas. “Nós vamos procurar outras alternativas, como as lives, os shows, eventos fechados, coisas que a gente possa ter controle”, relatou Rita.
Porém, a presidente da Sebastiana já antecipa que será algo distante ao habitual. “Quando liberar, a gente vai fazer uma celebração, mas não é o carnaval como ele é, com aqueles desfiles, aquelas datas, carro de som… O que nós vamos fazer, quando possível, é uma coisa muito diferente de um carnaval nos moldes tradicionais”, assegurou.
Ao todo, a Sebastiana é composta pelos seguintes blocos: Bloco da Ansiedade; Bloco do Barbas; Bloco das Carmelitas; Bloco Virtual; Escravos da Mauá; Gigantes da Lira; Imprensa que Eu Gamo; Meu Bem,Volto já!; Que merda é essa?; Simpatia é Quase Amor; e Suvaco do Cristo.