Que Leandro Vieira já deixou de ser uma promessa para ser realidade todo mundo sabe. Em 2016, ele entrou de vez para o “hall da fama” dos carnavalescos consagrados na Sapucaí. Tirou o jejum da Mangueira com um desfile espetacular sobre a menina dos olhos de Oyá, Maria Betânia. Em 2019, conquistou seu segundo título marcado pela irreverência e por colocar os verdadeiros heróis do Brasil na avenida. Sempre repleto de lucidez e, principalmente, questionando os diversos problemas sociais que o Brasil enfrenta, mais uma vez o carnavalesco da Estação Primeira de Mangueira apresentou um majestoso abre-alas no qual evidencia uma das verdades que a escola tentou transmitir pelo enredo: Jesus era preto e tinha sangue índio.

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Além disso, Leandro Resolveu usar as divindades de Mangueira para representar duas figuras do cristianismo. Nelson Sargento foi José e Alcione, Maria. Ambos vieram na área frontal do carro ao lado da escultura que apresentava o Cristo negro, envolto de uma toca, fazendo referência a parte indígena.

A alegoria trazia a imagem do presépio cristão, aos olhos de Leandro Vieira. Por todo o carro havia animais como cabras, carneiros, bois, ovelhas e pombas brancas. Ao redor do abre-alas, anjos com cornetas e violinos anunciam o nascimento do Cristo, numa coloração barroca e com acabamento arrebatador. O grande destaque vai para a escultura enorme do menino Jesus, negro e com vestes cheias de pedras brilhantes e uma enorme coroa, em referência ao Cristo rei.

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As composições do carro representavam em sua maioria a simplicidade daqueles que trabalham no campo e sofrem no dia a dia sem ter importância para o restante da sociedade. Mas com muita humildade e fé. Um dos integrantes do carro, Nivaldo Bueno, chegou diretamente de Campinas e conta que adorou a fantasia.

“Escolhi a fantasia pelo site já que sou de Campinas. Diante da proposta do enredo, achei que estava tudo maravilhoso no desfile e a fantasia super confortável. O público interagiu, fantástico”, contou Nivaldo.

De maneira geral, o carro repensava toda a estética referente ao nascimento de Jesus e seus simbolismos. Traçados desde a primeira devota do cristianismo, Maria, até os dias atuais que criticam e questionam a veracidade dos fatos, principalmente sobre a etnia de Jesus Cristo e sua situação perante as diversas opressões que algumas religiões sofrem em seu nome. Em Mangueira, a verdade se fez livre.

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