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Série barracões: Vila Maria apresenta imagem diferente da China e desfile com mensagem de união

Por Matheus Mattos

O especial de barracões do carnaval de São Paulo visitou dessa vez o projeto da Unidos de Vila Maria para o carnaval 2020. A agremiação homenageia a China, através do enredo: “A Grandeza da China e Suas Mentes Sábias e Brilhantes, Remetem ao Mundo os Seus Encantos. O Sonho de um Povo Embala o Samba e Faz a Vila Sonhar”. O carnavalesco responsável pelo desenvolvimento do carnaval, Cristiano Bara, conversou com o site CARNAVALESCO e explicou abordagem diferenciada.

“A gente não tem aquela famosa ideia de enredo CEP. A gente faz uma grande homenagem à China por tudo que contribuiu, contribui e irá contribuir pro futuro do planeta. A China tem problemas como todos os outros, não é um mar de rosas, mas é uma receita que deu certo. É um enredo sonhado junto com eles, os chineses estão felizes, estão participando, eles vistam quase todos os dias o barracão. Eles vão desfilar e estão aprendendo a cantar o samba, mesmo sendo de uma língua totalmente diferente”.

O carnavalesco, junto ao presidente, viajou à China para conhecer detalhes antes da elaboração do projeto. Cristiano ficou por 45 e, segundo ele, mudou todo carnaval após experiências vividas.

“Na realidade, a gente já uma ideia, e quando chegou lá mudamos completamente. Respirar aquilo, viver o que vivemos, deu vontade de colocar tudo na mala para que todos sentissem, tanto a escola quanto o público. O panda, por exemplo, encanta de uma forma que você tem vontade de pular e abraçar, ele hipnotiza. A gente fez o carnaval em cima de emoções. Fomos muito bem recebidos pelos governantes, temos o aval do governo pra fazer esse carnaval. Lá nós experimentamos várias emoções. Eu fui num restaurante em que o menino estava trabalhando muito feliz, no segundo dia ele tava também, no terceiro eu resolvi perguntar pra ele o motivo da felicidade. Ele me respondeu que trabalha feliz simplesmente porque tem a faculdade de manhã e um trabalho de tarde pra poder sustentar a família dele. Ele tinha liberdade de fazer o que ele queria, quando e como desejasse, e isso o deixava feliz”.

O artista complementou que país asiático busca mostrar uma nova cara e desmistificar mitos criados.

“Muitas pessoas falam ‘ah na China não pode isso, não pode aquilo’, eu fiz tudo o que queria e tive vontade, sem proibição nenhuma. Eles têm regras, um controle para que não vire bagunça. A China não é mais fechada, ela quer se abrir, ela quer participar mais do mundo, e quer também que o mundo participe dela. Ela quer experimentar a magnitude e a dimensão que tem o carnaval paulistano”.

Durante a elaboração do carnaval, Cristiano pontuou postura da região em prol a natureza.

“Acho muito interessante a preocupação deles de não poluir mais, e unir a tecnologia de reaproveitar a água, aproveitar melhor o vento, pra que a gente não polua o planeta. Eles poluíram bastante no passado, mas hoje tem essa consciência de limpar. Os prédios construídos com menos de 20 anos precisam produzir 20% da energia que ele consome, ou seja, ele só pode comprar 80%, e isso cria uma a consciência ambiental no local”.

Perguntado sobre quais pontos de destaques durante o desfile, Cristiano revelou: “A gente tem cinco momentos diferentes e que chamam a atenção do público. Como a gente falar muito de tecnologia, a gente tem interação em quase todos os carros. O abre-alas vai encantar de uma forma mais amena, até por falar de uma China mais antiga. As seguintes envolvem mais detalhes, como se seguisse a evolução da China e do ser humano. O sambista vai perceber que, mesmo estando do outro lado do mundo, a união fortalece”.

Trabalho interno evolui chão da escola

A Unidos de Vila Maria vem almejando e conquistando resultados maiores. No último carnaval, a agremiação alcançou a quarta posição do carnaval. Segundo Cristiano Bara, evolutiva é resultado de trabalho interno e tratamento especial com comunidade.

“Eu escolhi vir pra Vila Maria. Antes eu fiz um estudo de todas as escolas, e percebi que a escola tinha um potencial muito grande, mas precisava de ajustes, tanto no artístico quanto na forma de desfile, precisava de pessoas que enxergassem essa vontade de evoluir. Com a vinda, acabamos conversando muito com a escola. Não é algo que partiu do Cristiano, mas quando mexemos na estética da escola, a diretoria enxergou que o chão da escola precisava de uma alteração. Foi um trabalho de formiguinha pra que a escola fortalecesse. Eu posso gastar milhões num carnaval, fazer algo grandioso, mas seu não tiver a comunidade pra dar vida, não adianta de nada, e a escola percebeu isso. A gente tem um trabalho de trazer componentes e chefes de alas aqui no barracão pra entender o enredo, entender as alas, entender o que o seu corpo representa na narrativa. Hoje a escola já desfila mais tranquila, antes a gente via que era uma coisa mais tensa, e isso acabou”.

Conheça o desfile

A Vila Maria vai desfilar com 2.900 componentes, em cinco alegorias e 23 alas.

1° SETOR

“No início a gente fala da construção dos grandes impérios chineses, aqui tem Dragão, todos os elementos e mostramos os principais inventos do local. Bússola seca, pipa, fogos, pólvora, tinta e outras invenções”.

2° SETOR

“Depois a gente divide em ciências. A China tem medicinas através das agulhas, a filosofia, a matemática, arquitetura”.

3° SETOR

“Depois a gente tem a ciência nas artes inventada pela ópera de Pequim. Temos também astronomia, onde tem o primeiro elemento que fez a medição dos astros e deu início aos estudos”.

4° SETOR

“A partir daí vamos para um processo de conhecimento de Confúcio, ele é um grande filósofo que deu valor ao ser humano e a relação um com o outro. Ele tem uma passagem que diz ‘os dois joelhos no chão você só coloca pro pai e mãe, que foi quem te deu a vida. Outra autoridade, é apenas um joelho’. É um ensinamento lá de trás e que se a gente usar hoje, o mundo melhora bastante. No enredo a gente fala também o quanto a China evoluiu em 70 anos, o que talvez o mundo não tenha evoluído em 500. Eles têm emprego, tem produção, se preocupa com a biodiversidade. Em uma das alegorias a gente mostra um prédio todo preocupado com a biodiversidade. A gente mostra também que a China impulsiona os mercados do mundo, em qualquer lugar que você vai pra comprar, tudo ta lá vindo da China”.

5° SETOR

“A grande mensagem no final do enredo é que a gente tem que se unir. A China tem 56 etnias que se confrontavam umas com as outras. Hoje elas vivem em paz e transformaram o país nessa potência”.

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