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Entrevistão com Marquinho Art Samba: ‘Todo dia procuro conquistar um pouco mais o mangueirense’

No dia 14 de junho de 2008 morria um dos maiores intérpretes de sambas-enredo do Brasil. José Bispo Clementino, o Jamelão, deixou a Estação Primeira de Mangueira orfã de cantor após ocupar por quase 60 anos o cargo de intérprete oficial. Após seu falecimento, o palco da verde e rosa foi ocupado por diversos profissionais de extrema qualidade como Luizito, Zé Paulo Sierra, Rixxa e Ciganerey.

Passado o carnaval de 2018, na famosa dança das cadeiras, a Manga foi ‘ás compras’ e trouxe de Madureira, Marquinho Art’Samba, que cantou no Império Serrano no carnaval daquele ano. Seguindo a série ‘Entrevistão’, o site CARNAVALESCO conversou com o intérprete pé quente e campeão de 2019. No bate-papo, Art’Samba contou sobre seu casamento, a amizade com Alemão do Cavaco e a sua ‘lua de mel’ com a torcida mangueirense.

Desde a chegada na Mangueira rolou uma grande identificação entre você e a comunidade. Passa pela sua cabeça entrar para o seleto grupo de cantores que fizeram história na escola?

Marquinho: “Passa sim, sempre passa.. Com muito trabalho e muita humildade. Cada um deles teve o seu momento. O mestre (Jamelão) é o Mestre, está em outro nível. Agora junto da minha equipe do carro de som, esperamos fazer muita história na escola e esperamos também diversos campeonatos pela frente”.

Em 2019 a Mangueira optou por samba diferenciado, com características que fugiam do padrão conhecido de samba-enredo. Foi preciso mudar seu estilo da canto?

Marquinho: “O samba do ano passado foi bem diferente dos outros que já cantei. Esse ano o samba é mais com cara de samba-enredo”.

A parceria com Alemão do cavaco tem rendido bons frutos para você, como cantor, e para a escola. Como é sua relação com ele?

Marquinho: “O Alemão é um cara excepcional. Estamos aprendendo cada vez mais com ele. Principalmente pelo lado profissional. É um cara que sempre tenta chegar na perfeição”.

Seu casamento foi muito comentado nas redes sociais. Como surgiu a ideia da temática africana?

Marquinho: “A ideia foi 100% da minha esposa. Até minha roupa foi sugerida por ela. A única coisa que fiz foi assinar os cheques (brinca). Graças a Deus conseguimos realizar, ainda devemos algumas coisas mas deu tudo certo”.

Muitos intérpretes reclamam a respeito do julgamento do quesito harmonia. Você acha que assim como em São Paulo, e na própria Série A, o carro de som deveria ser sub-quesito?

Marquinho: “Acho que sim. Haveria mais profissionalismo. A escola entenderia isso de forma mais séria. Já esta praticamente assim tendo em vista o julgamento dos últimos anos. Na hora de tomar ‘porrada’ o jurado não hesita em dar na gente”.

Você é um dos cantores mais requisitados nas disputas de samba. Qual sua opinião sobre as encomendas de samba-enredo?

Marquinho: “Não acho legal. Acho que mata as alas de compositores. O grande momento do compositor é quando chega junho e julho e as sinopses são distribuídas. Isso tudo está acabando e vai esfriando. As escolas precisam rever isso e voltar com as disputas”.

Foi difícil conquistar o coração do torcedor mangueirense?

Marquinho: “A conquista é igual marido e mulher. Todo dia é necessário um conquistar o outro para ter longevidade. Todo dia procuro conquistar um pouco mais o mangueirense”.

Alguns profissionais da Mangueira como Evelyn, Leandro e Squel possuem posicionamento político firme e claro. Você é um cara mais reservado que não expõe muito seu pensamento. É opção sua não querer se envolver ou é apenas mais discreto?

Marquinho: “Não é questão de se envolver. As vezes deixo minha opinião clara. Por exemplo: o que o prefeito está fazendo é sacanagem. Não só com o carnaval mas com toda população do Rio de Janeiro. Isso aí temos que falar. Agora tem coisas que não gosto de ficar comentando. Quando se trata das mazelas eu faço questão de expor minha opinião”.

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