Após as festas de premiação do Estrela do Carnaval na quadra da Unidos da Tijuca, após sete edições no Salgueiro, com a consagração de Cubango e Viradouro, o mês de abril chegaria com uma intensa crise na Lierj que culminou com a mudança na gestão da entidade, fundada em 2012. O grupo político que comandava a Série A deu lugar a outro.
A crise teve início ainda no final de março. No dia 28, o presidente Renato Thor anunciou que estava deixando a Lierj. Entretanto a assembleia geral que definiria quem seria o novo comandante da Lierj, em 05 de abril, foi impedida de acontecer devido a uma liminar.
Após longo impasse, incluindo a desistência da renúncia de Renato Thor e uma tentativa de criação de nova liga que assumiria a Série A, o impasse jurídico só foi finalizado no final de maio, e o ex-presidente da Acadêmicos do Sossego, Wallace Palhares, enfim, pode assumir o posto.
A despedida de Beth Carvalho e as eleições na Portela, Mangueira e Mocidade
O mês de abril terminou com uma tristeza profunda no coração de todos os sambistas. Depois de uma longa batalha pela vida, a cantora Beth Carvalho morreu, deixando órfãos de seu talento milhares de fãs e admiradores. Beth foi a responsável por dar visibilidade a vários compositores e era figura carimbada nos eventos das escolas de samba. Sua despedida foi na sede do Botafogo, o seu clube de coração. Portela e Mangueira (sua escola de coração) homenagearam uma das mulheres mais importantes da história do gênero.
Três gigantes do carnaval carioca passaram por eleições em março e abril de 2019. Com resultados e gestões eficientes, a Portela, a Mangueira e a Mocidade, campeãs em 2016, 2017 e 2019, reconduziram ao cargo os grupos políticos da situação. No dia 20 de abril, Flávio Santos foi eleito novo presidente da Mocidade. No dia 28 de abril foi a vez da Estação Primeira de Mangueira eleger Elias Riche para comandar a escola. No dia 19 de maio Luis Carlos Magalhães foi reeleito para mais um mandato na Portela.
Imperatriz tenta golpe, Jorginho renuncia, volta atrás e Liesa racha
Junho chegou com uma grande crise na Liesa. Depois de ser rebaixada e aparentemente ter aceito a queda, a Imperatriz, junto de outras agremiações, armaram em uma plenária a manutenção da Rainha de Ramos e do Império Serrano na elite do carnaval carioca. Era a consolidação da terceira virada de mesa seguida no Grupo Especial. Discordando do golpe, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, anunciou que estaria renunciando ao cargo, caso a manobra se mantivesse.
Entretanto, ao contrário do que ocorrera em anos anteriores, o Ministério Público decidiu intervir e aplicar a multa pelo descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a liga e o MP, se comprometendo a não realizar mais viradas de mesa. Os dias subsequentes à virada foram de uma intensa crise na entidade, com dirigentes trocando acusações e a exposição daquilo que se sabia desde 2017: a Liesa vivia uma profunda crise institucional.
Sem ter formalizado em ata a plenária que envergonhou todos os sambistas, a Liesa encontrou brecha jurídica para desfazer a virada. Três escolas que haviam votado a favor da Imperatriz, decidiram voltar atrás e o placar se inverteu, agora favorável à queda das duas escolas. A verde e branca da Leopoldina tentou impedir a plenária que desviraria a mesa na justiça, mas perdeu nos tribunais. No dia 10 de julho, 37 dias após a tentativa de golpe, ele foi desfeito e Império Serrano e Imperatriz irão desfilar na Série A em 2020.