O BRT Rio acredita que as raízes da nossa história precisam estar fortalecidas para que possamos crescer juntos. Temos fé no poder da união. Por isso, há alguns anos temos sonhado com um evento que reforçasse o calendário das rodas de samba da cidade, que mantém, durante todo o ano, nossa cultura viva e a economia girando. Muitas vezes, sem nenhum patrocínio mas com a garra de quem também acredita na força da história. E foi por isso que o sonho do BRT do Samba nasceu há alguns anos. Queríamos prestigiar a nossa cidade com o que ela tem de mais precioso: cultura popular. Em função da crise enfrentada pelo sistema, não conseguimos realizá-lo antes. Mas, no ano passado, começamos a ensaiar novamente a execução desse projeto. Ainda não nos sentíamos seguros para um evento de grande porte e optamos por chegar devagar, devagarinho. Em dezembro, para homenagear o mês do Samba, montamos uma roda no Terminal Alvorada que foi tão potente que nos deu coragem para tornar o sonho, realidade. E decidimos que esse ano colocaríamos o evento na rua.
Nossa ideia nunca foi substituir ou concorrer com o Trem do Samba. Ah, quem somos nós pra isso? Ao contrário. Pedimos licença, abaixamos a cabeça e fomos em busca da benção do padrinho. Procuramos Marquinhos de Oswaldo Cruz e a permissão foi dada. Como bom afilhado, nosso objetivo era ser uma reverência ao trem, um esquenta para o grande acontecimento com uma festa na semana anterior à viagem mais aguardada pelos cariocas.
Então, há alguns meses iniciamos a busca por parceiros. Encontramos a Rede Carioca de Rodas de Samba que mergulhou fundo com a gente nesse projeto inteiramente idealizado e financiado pelo BRT Rio. Não houve qualquer aporte ou subsídio do poder municipal no evento. O apoio da secretaria municipal de Cultura chegou através de uma ponte com os órgãos municipais para que pudéssemos oficializar tudo.
E quando estamos prestes a concretizar esse sonho, juntos, BRT e Trem, somos assolados pela notícia de que o nosso padrinho não poderá nos acompanhar. Não, não podemos deixar isso acontecer.
Não se apaga tradição. Não se arrancam raízes. Padrinho, a gente já esperou tanto… podemos esperar mais um ano. Mas não podemos deixar de ver o senhor levar alegria ao carioca.
Não temos muito, nossa festa seria bem mais humilde, mas oferecemos tudo o que temos ao senhor. É tudo seu, mestre. Como dissemos lá em cima: a gente acredita que as raízes da nossa história precisam estar fortalecidas para que possamos crescer juntos. Temos fé no poder da união.