Ilha

A União da Ilha do Governador terá na final de sambas deste sábado algumas parcerias já acostumadas ao título, como a representada por Marquinhus do Banjo, que ganhou em oito oportunidades e a dupla pai e filho de Márcio André e Márcio Andre Filho, com cinco conquistas. Roger Linhares, campeão ano passado, e com quatro títulos no geral pela escola, se uniu a Carlinhos Fuzileiro este ano para buscar o título consecutivo. E ainda tem Tuninho Z10, já assíduo em finais, mas ainda esperando sua primeira conquista na escola.

A reportagem do CARNAVALESCO conversou com um representante de cada uma das quatro parcerias presentes na final para saber o que na opinião deles faz com que cada obra seja especial além da emoção de representar o enredo da União da Ilha.

Marquinhus do Banjo elogiou muito a liberdade dada aos compositores para desenvolver o tema pois não houve sinopse.

“Temos um samba dentro do que foi pedido pelo diretor Laíla. Um samba enredo, onde os dois refrões se destacam. Um samba onde se consegue manter o mesmo andamento o tempo inteiro. Refrões de canto e evolução. E o principal…O apoio da comunidade, de forma espontânea. Isso é o mais importante. Em relação ao enredo e ao fato de não ter sido feito sinopse foi bom pois deu liberdade pra compor e o enredo nos deus muito conteúdo”.

Tuninho da Z-10 já disputou finais na escola mas nunca com a parceria que trouxe para esse ano com compositores estreantes inclusive na disputa da Ilha. Tuninho agradeceu a acolhida e ressaltou a importância do tema retratado no enredo para a atualidade.

“Procuramos fazer um samba com a cara da Ilha, sendo um samba de uma melodia diferente porém com encaixe de Ito Melodia e recordação de Haroldo Melodia. Gostaríamos muito de agradecer a escola pelo acolhimento e também a cordialidade de todos os setores assim como nossos amigos compositores da Ilha. Nosso samba é uma soma de fatores que busca abranger todo o enredo resgatando a dignidade do povo do morro e do asfalto, assim não temos um trecho preferido e sim um conjunto da obra. Trata-se de enredo atual que fala das mazelas do Brasil, mas ao mesmo tempo fala da garra de um povo que nunca deixa de lutar”.

Márcio André Filho elogiou os sambas concorrentes, ressaltou a necessidade de abraçar o vencedor para o bem da escola e ainda fez questão de destacar a liberdade de composição dada pela agremiação.

“Temos que pensar sempre para o melhor da União da Ilha, que a escola tome a decisão dela e independente do samba que vencer vamos abraçar e cantar juntos. Acho que o samba num todo é muito forte, temos varias frases marcantes e de impacto que fazem o povo repensar um pouco em tudo que estamos vivendo. Achei formidável , a elaboração, as explicações e a forma livre que a comissão de carnaval nos deixou para criar, tudo foi feito com muito cuidado e com muito carinho para nós compositores nos superarmos e fazer o melhor”.

Já para o atual campeão Roger Linhares a sua parceria tem o mérito de seguir de forma cuidadosa o que foi pedido pela escola. Para Roger há também o apelo emocional pessoal do enredo pelo compositor ter sido criado em favelas.

“Acho que dentro do que o Laíla e a comissão de carnaval pediram, nosso samba está dentro e em conformidade. Levamos pelo lado social como foi pedido, enfatizando as coisas positivas presentes nas comunidades, as pessoas solícitas que dividem um café, um arroz, um açúcar. O Laíla disse que não queria tiros, violência e isso a gente não tocou, fomos pelo lado bom e acho que atingimos o que foi pedido. Pra mim esse enredo foi ainda mais especial, pois nasci e fui criado na favela e acho que o que o povo de lá quer é a igualdade e ser respeitado como cidadão. Meu trecho preferido é o que fala ‘Meu lugar onde encontro a liberdade…'”.

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