O secretário de Cultura e Economia Criativa, Ruan Lira, participou de um debate na TV Alerj, ao lado do presidente da Lierj, Wallace Palhares e o vice-presidente da Liesb, Hélio José Alves Júnior. O secretário rebateu a possibilidade de o Sambódromo não ser cedido ao Governo do Estado. O vereador Thiago Ribeiro, do MDB, que preside a Comissão de Justiça e Redação do parlamento municipal, entrou com uma petição no Tribunal de Contas do Município (TCM) para impedir a mudança de gestão do Sambódromo. O secretário classificou a ação como uma ‘fake-news’ em uma de suas falas no debate.

“Isso é uma fake-news. Essa informação é improcedente. As duas procuradorias (do estado e do município) estão conversando e um estudo está sendo feito baseado na legislação municipal e também na estadual nessa questão. Os instrumentos jurídicos envolvidos são legais e constitucionais. Está tudo sendo cuidado para fazer tudo dentro da lei. Em breve será anunciado esse acordo. A prefeitura continuará sendo parceira do carnaval, através de suas administrações indiretas. O Sambódromo é um equipamento público de cultura, não é só o carnaval que ocorre ali. Qualquer manifestação cultural deve acontecer ali ao longo do ano”, afirmou Ruan.

ruan lira

O presidente da Lierj, Wallace Palhares, focou sua participação no debate em deixar claro que a prioridade da entidade que preside é colocar na rua o desfile da Série A. De acordo com o dirigente a situação das escolas do grupo é mais dramática que aquelas que desfilam na Intendente Magalhães.

“A Liesa consegue fazer o carnaval mesmo com o corte da prefeitura, pois ela tem os recursos da Globo e da venda de ingressos. A situação da Série A é a mais complicada. O prefeito deu uma declaração que não iria dar ajuda financeira. Nossa subvenção, sem a prefeitura, não passa de R$ 250 mil. Isso enfraquece muito o espetáculo. Com a gestão do Eduardo Paes a verba era de R$ 1,2 milhões. Com essa postura irredutível dele nós estamos com o pires na mão e esperamos que ele entenda que nós não somos o Grupo Especial. As escolas já estão devendo fornecedores e mão-de-obra há dois anos”, alerta.

wallace lierj

Hélio José Alves Júnior, vice-presidente da Liesb, afirmou que a entidade é quem tem o aval da Prefeitura e da Riotur para a organização do espetáculo e afirmou que a liga LIVRES, uma dissidência da Liesb quer levar os desfiles da Intendente para a Sapucaí.

“Temos dois grupos dentro da Intendente. Do especial subirá uma escola para a Série A. Unificamos as escolas dos grupos B, C e D para tornar os desfiles mais atrativos. O Grupo E é uma divisão de avaliação. Agora são apenas dois grupos na Intendente: os antigos B e C são o Especial e o D é o Acesso. Com relação a essas sete escolas dissidentes, elas queriam desfilar na Sapucaí. Nosso foco é valorizar cada vez mais a Intendente. Como o Sambódromo comportará mais um dia de desfiles se nem as escolas da Série A têm barracões direito?”, afirmou.

Secretário afirma que para cada real investido em cultura, Estado recebe R$ 13 de retorno

Ainda em sua participação no debate, Ruan Lira usou o termo investimento para tratar do aporte financeiro no carnaval. De acordo com dados apresentados por ele, a cada real investido na indústria cultural no estado, 13 voltam como retorno do valor investido inicialmente.

“Desde a transição temos recebido todas as escolas e ligas na disposição de ajudar. O governo do estado não dá subvenção, ele investe. Isso movimenta a cadeia produtiva. Fornecedores, comércio, produção cultural, tudo isso movimenta a economia criativa. Chamar carnaval de gasto é leviano. Vamos investir em 2020 bem como investimos em 2019, através do mecanismo da lei de incentivo à cultura. A gente não tira da educação ou da saúde. Tiramos da cultura. A cada real investido na indústria cultural do Rio de Janeiro, são 13 reais que retornam. Se isso não é prioritário, eu não sei o que é”, enfatizou.

Ruan Lira falou ainda sobre a proposta do governador Wilson Witzel de realizar um carnaval fora de época no Rio de Janeiro e passar a ocupar o Sambódromo o ano todo.

“A gente quer tornar qualquer manifestação carnavalesca mais perene ao longo do ano. A partir de 2020, 2021, vamos exportar esse ativo. O carnaval fluminense é a grande caixa de ressonância cultural desse país. Vamos apostar, o governador entende dessa forma. É dessa forma que pretendemos retomar as receitas do nosso estado”, finalizou.

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