Mangueira Campeas2019 086Dentre as mudanças no regulamento par o Carnaval 2020 uma delas atinge diretamente um dos quesitos mais importantes de um desfile, a bateria. A partir do ano que vem os ritmistas estão desobrigados a pararem em frente aos módulos de julgamento para apresentar a bateria. Em tese nunca ouve esta obrigatoriedade no julgamento, mas alguns jurados retiravam décimos quando mestres não paravam. A novidade é que de 2020 em diante eles não poderão alegar isso nas justificativas.

A reportagem do CARNAVALESCO ouviu mestres de bateria, os maiores interessados na mudança e o jornalista e especialista no segmento, Rodrigo Coutinho. De acordo com Coutinho, as direções de harmonia precisam se conscientizar da importância de apresentar a bateria nos módulos. Segundo ele é preciso deixar claro no regulamento e no curso de jurados a não obrigatoriedade da parada.

“Importante ser frisado textualmente no regulamento e deixado claro no curso. Julgadores tem tirado ponto desse aspecto alegando falta de criatividade, mas às vezes é porque a bateria não para no módulo. Por outro lado eu acho uma pena, pois as baterias realizam um trabalho de um ano inteiro e se não contar com a boa vontade da direção de carnaval e de harmonia, não consegue mostrar o trabalho. Andando é muito pouco para se mostrar o desempenho. Tem de haver essa conscientização dos dirigentes. Vale lembrar que a parada nunca foi obrigatória. O principal neste ponto é o trabalho da Liga junto aos julgadores e a conscientização dos dirigentes. Alguma parada na altura da cabine é importante”, opina.

Mestres de bateria divergentes com relação à novidade

A não obrigatoriedade de parada nos módulos para exibição da bateria desagrada um dos principais nomes da nova geração. Para o mestre da Grande Rio, Fafá, o trabalho dos mestres pode ficar desvalorizado sem a exibição correta nos módulos de julgamento.

Salgueiro Convida 2019 Imperatriz Grande Rio 103“Eu como mestre vejo esse lance de não parar muito ruim. Se você analisar que o casal e comissã param, os jurados vão observando com atenção. Só a bateria não parar acho complicado. Se com 75 minutos já tinha diretor de carnaval que obrigava a bateria a andar, com 70 será mais difícil ainda. Acho muito importante uma reunião com os jurados para deixar tudo muito claro. Afinal obrigado a parar nunca foi. Não vejo com muitos bons olhos não”, opinou.

O mestre Rodney, da Beija-Flor, um dos mais experientes do Grupo Especial, é favorável à medida. Ele lembra que já foi punido por não parar e não considera fundamental esse aspecto para o julgamento de bateria.

Beija Flor desfile2019 056“Eu já fui penalizado. Eu acho que alguns julgadores penalizavam, agora não tem como penalizar, eu acho melhor. Está definido dessa forma. Isso na teoria é bom, vamos ver na prática. Eu sou à favor da transparência sempre. Isso deixa mais claro. Em condições normais, fazemos ensaios para fazer convenções andando. Particularmente acho melhor dessa forma. Não tendo essa obrigação é melhor. Isso atrasa o andamento do desfile”, destaca.

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