O site CARNAVALESCO ouviu todas parcerias finalistas. Abaixo, você confere a entrevista com a parceria de Bira, Claudinho Guimarães, Márcio Rangel, Alexandre Villela, Adelyr, Bruno Soares, Rafael Raçudo, Eric Costa, Cláudio Mattos, Gustavo Soares, Marco Moreno e Oscar Bessa.
Por que o samba da sua parceria merece a vitória?
Bira: “A nossa parceria tem uma história de amor com a Porto da Pedra. Sempre entramos na disputa com o objetivo claro de fazer o melhor samba para nossa escola, pois sabemos que esse quesito influencia diretamente vários outros quesitos, tais como bateria, evolução e harmonia, por exemplo. Assim, durante a construção de nossa obra, além de pesquisar detalhadamente o enredo e buscar encontrar soluções poéticas e melódicas para retratar a história a ser contada na avenida, já pensamos também, por exemplo, nas possibilidades de bossas e paradinhas que o Mestre Pablo gosta, em como nossa comunidade se sente mais confortável para cantar, etc. Nossa história com a escola nos permite ter essa sensibilidade ao criar letra e melodia. Nosso samba traz o resgate histórico da importância das mães baianas, que colocaram nas ruas a resistência dos terreiros, ofertando, em seus tabuleiros, os sagrados sabores das comidas de seus orixás. Temos um refrão do meio que retrata de maneira muito bonita esse encontro maravilhoso entre o povo baiano e o povo do Rio de Janeiro, encontro esse que se deu nos quintais onde o samba nasceu, como na casa da Tia Ciata. Nossa obra retrata, ainda, a importância dessas maravilhosas mulheres na construção de uma afetividade que uniu religiões de matrizes diferentes, mas que conseguiram entender a beleza que existe na diferença. As taieiras eram mulheres de destaque nas procissões católicas e mostravam, ao cantar e encantar, que as festas sempre ficam mais ricas e belas quando a união e o respeito às diferenças estão presentes. E nosso samba faz esse pedido: que as mães baianas continuem derramando abô por essa terra, limpando e livrando de todo mal nossas vidas e conduzindo a Porto da Pedra”
Qual o diferencial do enredo da Porto da Pedra para o Carnaval 2020?
“A direção da Porto da Pedra, mais uma vez, acertou em cheio na escolha do enredo. Já fizemos um grande Carnaval em 2019 ao homenagear essa figura maravilhosa que é Antônio Pitanga, uma referência para todo artista negro brasileiro, por sua força, resistência e representatividade. Agora, com o enredo “O que é que a baiana tem, do Bonfim à Sapucaí”, nossa escola homenageia essas mulheres maravilhosas, tão respeitadas e queridas no mundo do samba e que possuem papel de destaque na cultura brasileira. Será muito bonito mostrar sua história de resistência e força, lembrando ao mundo que, além de terem mantido vivas as tradições de seus ancestrais, foi nos quintais dos terreiros da mães baianas que o nosso samba nasceu, com a união perfeita do povo baiano com o povo do Rio de Janeiro. Essas mulheres maravilhosas, que tratam a todos nós como filhos, há longa data ajudam a limpar nossos caminhos, derramando abô por essas terras, tanto na Lavagem do Bonfim quanto na Lavagem da Sapucaí. Que a luz das mães baianas conduzam o Tigre de São Gonçalo “a lavar a alma na Avenida.”
O que a parceria está preparando para a grande final?
“Como sempre, teremos uma comunidade cantando com muita alegria nosso samba, que vem sendo brilhantemente defendido pela nossa equipe de intérpretes, capitaneados pelos talentosos Evandro Malandro e Grazzi Brasil. A Parceria 13 promete fazer a quadra ficar ainda mais alegre e luminosa do que nas nossas últimas apresentações, que foram arrebatadoras. E, obviamente, nossa apresentação será um verdadeiro banho de abô, que trará muito axé para todos os presentes”.