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Vigário Geral mostra força em fantasias e carro de som, mas comissão de frente e evolução enfraquecem o desfile

Por André Coelho. Fotos: Allan Duffes

Encerrando o carnaval da Série B, a Acadêmicos de Vigário Geral apresentou o enredo “Mwene Kongo – O reino europeu na África que se tornou folclore no Brasil” pretendendo contar a história do congado. Com belas fantasias e ótimo desempenho da ala musical, a escola terminou por falhar em evolução e pode perder décimos preciosos por erros da comissão de frente.

Comissão de frente

A abertura do desfile da Acadêmicos de Vigário Geral coube a 12 integrantes divididos em dois grupos de seis. Eles representavam a guerra entre cristãos, vestidos em prata e mouros, vestidos em dourado. Encenavam uma batalha e no momento em que o samba fala em congado e maracatu, quatro das integrantes do grupo de mouros trocam de saia, tiram os chapéus e dançam à frente dos demais, infelizmente a saia de uma delas caiu bem em frente à cabine. Na segunda cabine foi a vez de uma das espadas e optaram por não mais vir à frente pq a saia que caiu não foi recolocada. A dança foi bem executada e havia sincronia e criatividade, mas pequenos erros podem comprometer a avaliação.

Mestre-Sala e Porta-bandeira

Vestindo uma roupa com motivos afro, pedras e penas, a dela predominantemente bege, a dele azul representavam a África próspera com a chegada dos portugueses. Dançaram com entrosamento e graça, ficando evidente estarem bem ensaiados, pois executaram sem falhas as coreografias e a dança tradicional.

Enredo

A proposta era contar a história do congado regredindo o máximo possível até a origem desde as guerras entre cristãos e mouros e ficou a impressão de que era muita coisa a ser contada para tão pouco tempo. Talvez um recorte a partir de um determinado momento fosse mais apropriado, visto que o início foi plenamente compreensível, entretanto o prosseguimento com alguns saltos temporais dificultou o entendimento deixando algumas lacunas.

Fantasias

Primeiras alas com ótima leitura e roupas bem feitas o que se manteve ao longo do desfile. Contribuíram o tanto quanto possível para o bom entendimento do enredo e mostraram um colorido que agradou ao público. Havia nítido capricho e cuidado na confecção.

Alegorias e adereços

A escola apresentou duas alegorias e um tripé. A primeira alegoria trazia um tema afro, com muita palha, desenhos típicos do continente e enfeites dourados. Tripé de boa concepção, mas com alguns pequenos problemas de acabamento. Segunda alegoria em homenagem a Nossa Senhora com alguns defeitos aparentes e belas fantasias das composições, desempenho apenas regular no quesito.

Samba-enredo

Desempenho apenas razoável da boa obra da tricolor suburbana. A atuação do carro de som comandado por Marcelo Riva foi muito boa, porém, ainda assim, o samba teve dificuldades para se transformar numa boa trilha para os desfilantes, talvez por alguma complexidade em seus versos baseados na densa sinopse.

Evolução

A escola ficou excessivamente travada no início, mesmo considerando-se as apresentações de Comissão de frente e Casal de Mestre-Sala e Porta-bandeira, perdeu tempo demais, tanto que apressou-se para não estourar o tempo, o que causou alguns buracos e uma quase correria no final. Componentes brincaram bastante e tinham liberdade, mas no geral a escola não foi bem no quesito.

Harmonia

Um começo de desfile bastante satisfatório com as alas cantando em sintonia com o carro de som, o que se manteve ao longo do desfile com destaque para as alas 6 e 7 com o de os componentes brincaram e cantaram muito. Até o final da apresentação, mesmo sobre as alegorias, os desfilantes contribuíram para uma boa harmonia.

Bateria

A bateria Swing puro dos Mestres Fernando e Zumbi apresentou diversas bossas que mexeram com o já reduzido público da Intendente Magalhães. Espectadores esqueceram o cansaço e se deixaram levar pela bateria que fez valer o apelido mantendo o swing durante todo o desfile.

Outros destaques

A escola pareceu ter tido problemas para fechar a quantidade de componentes, pois algumas alas traziam poucas pessoas. A se destacar também a belíssima fantasia das passistas que com o movimento das dançarinas fazia um efeito contagiante.

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