Na Festa do Lançamento dos Sambas-Enredo do Carnaval 2026, ocorrida no último sábado, a comunidade dos Acadêmicos do Tucuruvi soltou, em forma de samba, um grito de clamor por justiça. O rebaixamento da escola, mesmo após um desfile aclamado pelo público do Anhembi em 2025, não abalou a moral dos componentes. Pelo contrário: a repercussão na mídia e entre o público alimenta o anseio por reafirmar a força da agremiação da Cantareira. O Zaca buscará o retorno ao Grupo Especial com o enredo “Anti-Herói Brasil”, assinado por Nicolas Gonçalves, no qual trará as pessoas comuns em suas heroicas batalhas diárias para sobreviver em um mundo cada vez mais hostil. O CARNAVALESCO conversou com representantes de diferentes segmentos da Tucuruvi para entender esse sentimento que conduz a escola na missão de encarar o disputado Grupo de Acesso I e, assim, conseguir retornar à elite do carnaval paulistano.

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Foto: Felipe Araújo/Divulgação Liga-SP

Joilma Araújo, presidente da Velha Guarda, 55 anos, 43 de Tucuruvi

“Nós estamos encarando com muito otimismo, porque este ano a gente vem mostrar de novo a nossa força e, se Deus quiser, estaremos de novo no ano que vem no Grupo Especial. Vamos pisar no Anhembi com muita garra, com muita dedicação, com muita emoção. Nós somos todos muito confiantes. Comunidade, vamos juntos! Todo mundo unido, juntos somos mais fortes! Vamos mostrar a nossa garra que a gente vai estar de volta!”

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Henrique Bezerra, dançarino da comissão de frente, 23 anos, 3 de Tucuruvi

“Tucuruvi é uma escola de família, então a gente está muito unido nisso. Independentemente do resultado, sabemos que nosso trabalho foi feito, foi entregue com muita emoção. Neste novo ciclo, a gente está se reerguendo para mostrar para o pessoal que o trabalho não acabou por aqui. É muito trabalho pela frente, então está todo mundo de mãos unidas, todo mundo junto, vindo para cima com esse enredo forte de anti-heróis. Está sendo lindo, uma história linda, e vai ser lindo na Avenida. A gente sempre vem com muita força, muita espiritualidade junto conosco e sempre com muito respeito. A gente vai pisar forte, mas com muito respeito, e o desafio mesmo é manter essa camisa com esses personagens que a gente vem mostrando. Eles são muito fortes, e a gente tem muita responsabilidade por tudo isso. Eu acho que é isso: responsabilidade, erguer a cabeça e bora lá”.

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Adilson de Souza, chefe da Ala 9, 53 anos, 4 de Tucuruvi

“A comunidade não aceitou muito o resultado deste ano por vários motivos. A comunidade está bem machucada, bem ferida, e nós queremos dar a volta por cima. O nosso desejo neste ano é voltar para o Grupo Especial, de onde nós nunca deveríamos ter saído. Olha essa gente aqui, essa animação! A escola não parou de cantar o tempo todo! A escola vem com uma pegada como sempre. A Tucuruvi vai fazer a diferença no canto, na harmonia, na evolução, e nós vamos voltar para o Grupo Especial”.

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Cíntia Garcia da Silva, chefe da Ala dos Convidados, 40 anos, 16 de Tucuruvi

“É complicado, porque parece que não tem superação. Ficamos muito indignados com a injustiça, e esse samba realmente fala sobre isso, sobre a injustiça. O que a gente passa para os componentes e o que temos sentido de forma geral é a injustiça. Então, o que a gente está pedindo? Para que o pessoal entre com mais garra, para que a justiça seja feita no ano que vem. A gente está lutando por isso e temos sentido isso dos componentes, que eles estão vindo com mais força, com mais garra, porque todo mundo sentiu o golpe. Nossa missão é entrar na Avenida com o pé firme, com determinação, com garra, para a gente voltar para o lugar de onde não devíamos ter saído. Porque esse é o intuito de todos, essa é a garra, é isso que a gente escuta, principalmente dos componentes. A injustiça foi feita com a gente e, desta vez, vamos fazer de tudo para que a justiça seja feita. Está todo mundo entrando com garra, com força, com determinação, para voltarmos ao lugar de onde a gente nunca devia ter saído”.

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