Em sua apresentação no minidesfile do Grupo Especial, que aconteceu na Cidade do Samba, a Mangueira apresentou os primeiros detalhes de sua comissão de frente para o Carnaval 2026, que faz parte do enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, no qual a escola homenageará o curandeiro amapaense Raimundo dos Santos Souza, conhecido como mestre Sacaca. Novamente, o destaque fica por conta de Flávio Lopes, o Flavin Dance, que dará vida ao Preto Velho. O artista, que emocionou o público em 2025 e virou imagem emblemática ao interpretar o “cria da favela” no desfile que voltou nas campeãs, retorna agora em um novo desafio, considerado por ele o mais marcante da carreira. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Flávio contou que recebeu o convite com emoção e respeito, reconhecendo o peso simbólico da figura que irá interpretar.
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“Quando o Lucas e a Karina vieram conversar comigo sobre eu apresentar o Preto Velho, confesso que bateu um pouco de receio. Não é uma tarefa simples representar uma figura tão sagrada, ser o rosto de uma entidade ancestral. Traz uma responsabilidade imensa”.
A apresentação contou com marabaixeiros como elenco de apoio e trouxe um elemento cênico central: um grande tronco de árvore onde o Preto Velho prepara e pila as ervas, representando a força ancestral que guia a narrativa da comissão.
O artista lembrou que a relação com o Preto Velho faz parte de sua própria história familiar: “Tem ligação na minha família. O Preto Velho é cultuado há gerações. Por isso, além de honrar, existe um sentimento profundo de respeito e de continuidade dessa ancestralidade. É com esse respeito que estarei representando na comissão de frente, com a energia lá em cima, e espero que a galera goste”.

Animado para mostrar o resultado no desfile do próximo ano, Flávio afirmou que essa experiência marca uma virada em sua carreira.
“Está sendo a minha primeira vez representando uma entidade. Eu gosto desse gostinho de sair da zona de conforto. Minha zona de conforto é samba, passinho, dança… mas eu sou artista. Vim de cria e agora estou vendo seu Preto Velho fazer história”.
Construção cênica
Os coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias celebraram o desempenho do elenco e a construção gradual do espetáculo que a comissão levará à Sapucaí. Lucas explicou a estrutura do processo.
“Podemos dizer que, no carnaval, temos três processos: o minidesfile, o ensaio técnico e o desfile oficial. É uma pirâmide. Hoje concluímos mais um processo. Foi muito lindo, e o público respondeu por isso”.
Sobre a atuação de Flávio, ele resumiu com humor e entusiasmo: “O Flávio… a gente fala que foi de 8 a 80, né, Karina?”
Karina completou comentando a versatilidade do artista: “Ele veio do cria para um Preto Velho. É um artista nato, que já nasceu com essa grandeza dentro dele. Dar qualquer papel para ele é certeza de que vai encarar e entrar no personagem como ninguém”.
A coreógrafa também destacou sua dedicação e humildade. “Somos muito fãs. Ele é muito humilde, nunca se sente mais do que ninguém, se doa e aprende a coreografia inteira. Isso é maravilhoso”.









