A Final do Concurso da Corte do Carnaval de São Paulo 2026 foi histórica. Após anos sob responsabilidade da São Paulo Turismo (popularmente conhecida como SPTuris), o evento voltou a ser organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP), com direito a uma decisão realizada no dia 15 de novembro. Uma das personalidades do universo carnavalesco presente na ocasião era Renato Remondini, popularmente conhecido como Tomate, presidente da Liga-SP. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Tomate elencou pontos fortes e de atenção do evento, fez uma síntese e trouxe bastidores do novo capítulo do Concurso da Corte do Carnaval de São Paulo e deu alguns spoilers sobre o minidesfile, consagradíssimo evento que foi exportado da maior cidade da América do Sul para outras praças.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Saldo geral

Primeiramente, Tomate foi instigado pela reportagem a fazer uma síntese de como a Liga-SP vê a nova gestão da Corte do Carnaval de São Paulo: “Esse foi um primeiro ano da Corte do Carnaval de São Paulo retornando à Liga-SP, e isso está servindo de bastante aprendizado para a gente. A Liga-SP não fazia esse evento há mais de 20 anos e foi muito em cima que nós resolvemos tudo, que a gente ia passar a fazer o concurso – mais precisamente, no final de setembro. A gente não teve praticamente tempo nenhum para planejar. Diante desse pouco tempo e da novidade, foi muito positivo. A adesão das escolas foi muito boa – pode ser maior, mas foi pelo menos três vezes maior do que foram nos últimos concursos. Tivemos um avanço enorme nesse aspecto”, comentou, frisando o tempo escasso que a entidade teve para organizar toda a dinâmica.

Trunfos

Na esteira do saldo geral solicitado pela reportagem, Tomate começou a falar sobre alguns pontos que, para eles, sacramentam o sucesso do novo formato do Concurso da Corte do Carnaval de São Paulo: “Um avanço que eu acho importante até para os cofres é que, nesse evento, a gente conseguiu fazer com que a própria Liga-SP, realizando o evento, economizasse. E, aí, também democratizamos tudo: levamos para a Zona Leste, levamos para a Zona Sul, para a Zona Norte, trouxemos para a Fábrica do Samba. A ideia era essa. Fizemos a transmissão ao vivo para atingir muita gente, aumentamos o número de espectadores, de audiência e de pessoas impactadas. A expectativa foi atingida”, comentou.

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Tomate é o presidente da Liga-SP

Quando pedido para ser mais específico, o presidente da Liga-SP elencou baluartes e citou a União das Escolas de Samba Paulistanas, que organiza os grupos de base do carnaval paulistano: “O grande ponto alto foi a adesão. Isso é fato. Colocar no júri sambistas, ex-rainhas, ex-Reis Momo, dirigentes de entidades que cuidam do Carnaval de São Paulo, da UESP, Ailton Graça, Edléia dos Santos, que foi presidente da UESP… um monte de gente, todos eles coordenados por Raimundo Mercadoria. Aliás, o pessoal da Velha Guarda participando também foi um evento. Feito por sambistas, julgado por sambistas e entregue a sambistas. Isso foi um ponto bem positivo”, comentou.

Inclusão

Citando o slogan da entidade que preside, Tomate destacou que o intuito é que o Concurso da Corte seja cada vez mais plural: “É claro que tem coisas que estão sendo melhoradas. Algumas pessoas questionaram se não tem que limitar a idade, e, se a Liga-SP banca a frase de que ela é inclusiva, ela não pode limitar a idade ou peso. Não tem que ter estética corporal, não tem que ter nada. Tem que ter samba no pé, meu irmão. É um evento para sambista, é um evento para os talentos surgirem, para as pessoas serem felizes nele. Isso é o que vale”, refletiu.

Para melhorar

Tomate não fugiu sobre o que é necessário ter mais atenção em 2025, embora tenha deixado claro que será necessário refletir e ouvir comentários do mundo do samba: “Talvez um ponto de mais atenção é a gente entender, depois de avaliar tudo com calma, o que acaba incomodando as pessoas. Eu não ouvi tantos incômodos assim, graças a Deus, mas eu prefiro ouvir os incômodos, recebê-los, interpretá-los e corrigir. Como é uma novidade, é óbvio que tem coisas a ser corrigidas. Mas, no primeiro ano, depois de três eliminatórias, foram poucos ruídos e muitos elogios. Eu prefiro ouvir até os ruídos, os elogios eu deixo para o pessoal curtir”, revelou.