A Grande Rio foi a terceira escola a entrar na pista de minidesfiles da Cidade do Samba e realizou uma boa apresentação, com organização e uma bela abertura formada por um ótimo desempenho da comissão de frente e uma elegante atuação do casal formado por Daniel e Taciana. A agremiação de Duque de Caxias manteve sua tradição de trazer um samba bastante cadenciado, fazendo a escola ter uma evolução competente, porém não explosiva. A escola apresentou um tripé muito bonito e uma criativa ala em que os componentes simulavam estar sujos de lama. Foi uma passagem agradável da tricolor, que será a terceira a desfilar na terça-feira de carnaval, apresentando o enredo “A Nação do Mangue”, de autoria do carnavalesco Antônio Gonzaga, estreante na agremiação.
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COMISSÃO DE FRENTE
Os coreógrafos Beth e Hélio Bejani são craques do quesito e costumam trazer comissões com a parte de dança muito afiada e dinâmica. A apresentação do minidesfile seguiu essa linha, com movimentos muito bem executados, uma coreografia criativa e bastante troca de posições entre os integrantes, aliadas a uma ótima teatralização.
A parte final do ato mostrou algumas acrobacias, como uma bailarina da comissão se jogando de costas e sendo segura pelos demais integrantes, que representavam pescadores da zona do mangue. Uma comissão muito bem pensada e executada, com excelente sincronia entre os membros.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Daniel e Taciana defenderam o pavilhão da Tricolor de Duque de Caxias com a costumeira qualidade. O casal possui muita elegância no bailado, leveza e firmeza nos movimentos, além da segurança de quem alcança um nível maior a cada ano. Foi uma belíssima apresentação, com coreografias pontuais no refrão central; de resto, a série foi solta e de excelência, digna de um casal que conquistou seu lugar entre os principais do carnaval carioca.

EVOLUÇÃO
Se a Grande Rio não teve uma evolução arrebatadora, certamente foi firme e constante durante toda a passagem da escola. Os componentes vieram no ritmo cadenciado do samba e ocuparam a pista sem correria. A primeira ala, representando a lama, chamou a atenção pela garra com que avançava pelo espaço destinado ao minidesfile. A organização das alas, sem prendê-las em demasia, foi outro ponto de destaque. A agremiação de Caxias chegou com tranquilidade ao fim de sua apresentação.
HARMONIA E SAMBA
A Grande Rio apresentou um canto constante neste dia final de minidesfiles, com poucos componentes deixando a desejar ou demonstrando dificuldades com a letra do samba. Além do refrão de cabeça, o trecho “Freire, ensine um país analfabeto, que não entendeu o manifesto da consciência social” foi cantado com mais força pelos componentes. Não foi um canto visceral da comunidade, até pelas características do samba, mas a missão foi cumprida com correção.

O samba possui uma estrutura com vários trechos em tom menor e uma letra que traz um toque de melancolia, o que destaca seu lado poético. No entanto, acabou tendo funcionalidade limitada no minidesfile, apesar da competência de Evandro Malandro e seu carro de som. O lindo refrão central, “Manamauê Maracatu, Saluba ê Nanã, Yabá, a vida parecida com as águas, não é doce como o rio nem salgada feito o mar”, tem potencial de crescimento na obra.

OUTROS DESTAQUES
Mestre Fafá conduziu sua bateria com as marcas de seu trabalho; o resultado foi mais um desempenho muito bom no quesito, com destaque para a bossa no refrão central.
Virgínia Fonseca marcou presença à frente da bateria, ainda um pouco travada no início, foi mostrando mais desenvoltura com o avançar da escola.

A Grande Rio também trouxe várias musas, como Tati Minerato, que mostrou samba no pé em dia. A ala de baianas passou com excelente canto e muito bem vestida.









