Os desfiles de Carnaval das escolas de samba na Marquês de Sapucaí estão mais próximos de serem oficialmente reconhecidos como patrimônio imaterial histórico, cultural, artístico e humanístico do Estado do Rio de Janeiro. A proposta está prevista no Projeto de Lei nº 5.219/25, de autoria do deputado Vinicius Cozzolino (União), aprovado em segunda discussão pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta quinta-feira. O texto segue agora para análise do governador Cláudio Castro, que poderá sancioná-lo ou vetá-lo.
* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

O deputado destacou que o desfile é uma das manifestações culturais mais importantes do país e um dos maiores símbolos da identidade fluminense. “Não se trata apenas de um espetáculo monumental, mas de uma expressão viva da criatividade popular e da força cultural do nosso povo”, afirmou Cozzolino.
Desde 1984, quando o Sambódromo da Marquês de Sapucaí, projetado por Oscar Niemeyer, foi inaugurado, o desfile do Grupo Especial se consolidou como uma referência mundial de patrimônio cultural e um dos eventos mais emblemáticos da cultura brasileira.
O projeto nasceu após diálogo com o presidente da Liesa, Gabriel David, e representantes da Unesco. Segundo Cozzolino, para que o Carnaval do Rio possa futuramente receber o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, é fundamental que haja uma legislação estadual reconhecendo, protegendo e valorizando oficialmente o desfile. “É assim em todos os países que conquistaram esse título, e assim também precisa ser no Rio de Janeiro”, destacou.
O parlamentar reforça ainda o papel social das escolas de samba. “Mais do que uma festa, o desfile é expressão de resistência e valorização da cultura afro-brasileira, da periferia urbana e da ancestralidade dos povos que ajudaram a construir a nossa nação. As escolas atuam o ano inteiro como centros de formação cultural e de inclusão social”, concluiu.
Além do valor simbólico e cultural, o Carnaval fluminense tem grande impacto econômico. Segundo estimativas oficiais, a edição de 2025 movimentou R$ 5,7 bilhões apenas na capital. Na Sapucaí, o público atingiu recorde, com cerca de 120 mil pessoas por noite nos desfiles do Grupo Especial, entre pagantes, credenciados e participantes.
Na geração de empregos, o impacto também é expressivo: foram cerca de 32,6 mil vagas temporárias criadas em 2025, e aproximadamente 7% delas têm potencial de se tornar permanentes, fortalecendo a economia, gerando renda e transformando vidas.









