Prestes a completar três décadas de história, o Trem do Samba agora tem mais um motivo para celebrar. A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou, em definitivo, o projeto de lei que declara o evento como patrimônio histórico e cultural de natureza imaterial da cidade. A iniciativa é de autoria do vereador Leonel de Esquerda (PT) e segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD).
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Criado em 1995 por Marquinhos de Oswaldo Cruz, o projeto é inspirado nas viagens de trem de Paulo da Portela, fundador da escola azul e branca, que, no início do século 20, se reunia com outros sambistas nos vagões para escapar da repressão policial. Naquela época, o samba era mal visto pelas elites urbanas e frequentemente associado à vida fácil.
Os músicos se encontravam na estação Central do Brasil após o expediente e embarcavam às 18h04 com destino a Oswaldo Cruz, começando a tocar assim que as portas se fechavam. Atualmente, o acesso ao trem no dia da atividade ocorre mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, e todas as apresentações nos palcos podem ser aproveitadas gratuitamente.
A edição comemorativa deste ano acontece no dia 6 de dezembro, sábado, próximo ao Dia Nacional do Samba, dia 2 do mesmo mês. A programação contará com quatro palcos, mais de 20 rodas de samba, e grandes nomes do gênero, como Roberta Sá, Leci Brandão, Dudu Nobre, além dos grupos Samba da Volta, Terreiro de Crioulo e Marcelinho Moreira.
“É fundamental reconhecer a importância da preservação da cultura popular e da resistência do samba. Esse gesto exalta a identidade do povo carioca, mantendo acesa a chama de uma tradição que foi passada de geração para geração. É a valorização da luta popular, reprimida ao longo da história, mas que jamais deixou de se manifestar contra a censura”, destaca o parlamentar.









