A Imperatriz Leopoldinense realizou mais um ensaio de rua neste domingo, na Rua Euclides Faria, em Ramos. A escola da Leopoldina pisou forte no asfalto durante todo o treino, conduzida pela potência de Pitty de Menezes, que comandou o microfone com segurança e muito talento. A comunidade manteve o canto firme e constante, exibindo muita alegria, desenvoltura e organização diante de uma torcida numerosa no cair da tarde na Zona Norte do Rio de Janeiro. A Verde, Branco e Dourado levará para a Marquês de Sapucaí, no próximo ano, o enredo “Camaleônico”, desenvolvido por Leandro Vieira em homenagem a Ney Matogrosso, um dos maiores nomes da música brasileira. A Imperatriz será a segunda escola do domingo de carnaval, na abertura dos desfiles do Grupo Especial em 2026.
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A presidente Cátia Drumond, em entrevista ao CARNAVALESCO, destacou a emoção da comunidade em transformar os ensaios de Ramos em um dos mais vibrantes do Rio de Janeiro.
“A gente fica feliz porque foi, antes de tudo, uma aposta trazer a escola para a rua. No primeiro ano, em 2022, ensaiamos em Bonsucesso. Mas quando viemos, em 2023, para dentro da nossa comunidade, sentimos a diferença. Fomos abraçados. Hoje virou point: todo mundo espera a Imperatriz no domingo. Os moradores fazem seus camarotes, colocam cadeiras… É gratificante ver uma comunidade junto com a escola. Essa comunidade sofrida merece essa alegria aos domingos”, afirmou.

Comissão de Frente
A comissão de frente, do coreógrafo Patrick Carvalho, apresentou um integrante caracterizado como Ney Matogrosso, acompanhado por dançarinos com camisas da própria escola, em uma coreografia marcada por gestos ágeis e expressivos, muito associados ao artista. Os movimentos corporais reforçaram a figura libertária e artística de Ney, que transforma o corpo em linguagem e afirmação de identidade.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, vencedores do Estrela do Carnaval 2025, deu mais um show pelas ruas de Ramos. Com uma coreografia repleta de movimentos tradicionais, rodopios e ótimo aproveitamento de espaço, eles demonstraram entrosamento e segurança. Houve ainda referências ao samba, como o momento em que Rafaela bate no peito ao interpretar o verso “Força de Atenas que o mal não consome”.

Samba e Harmonia
O canto da Imperatriz se manteve forte e constante durante todo o ensaio. Pitty brilhou novamente à frente do carro de som, exibindo consistência e domínio da obra, que a comunidade já conhece de ponta a ponta. O samba mostrou grande força, especialmente nos refrões, que explodiram ao longo do treino, assim como diversos trechos da segunda parte. A fluidez do hino para 2026 ficou evidente. A presidente Cátia também avaliou a obra da escola e comentou sobre a escolha da junção.
“Quando fizemos a junção, eu sempre acreditei nela. O Pedrão, nosso diretor musical, disse que daria certo. E no primeiro ensaio de rua já vimos o que esperávamos: o samba explodiu. Acho que ele virá em uma crescente e será tão bom quanto o da Cigana e o de Oxalá”, afirmou.

Evolução
A Imperatriz fluiu muito bem pela Euclides Faria, com componentes animados, fazendo coreografias e passos alinhados à letra do samba. A escola mostrou liberdade, leveza e forte identidade comunitária, com alas organizadas e sem embolo. Uma ala coreografada se destacou por unir disciplina à liberdade expressa no enredo, reforçando a força do quesito.

Outros Destaques
Mestre Lolo e a “Swing da Leopoldina” seguraram o ritmo com firmeza, colocando a pulsação do ensaio lá no alto. A bateria encerrou o treino sob festa e aplausos. A rainha Iza, presente mais uma vez, cantou trechos do samba no microfone e animou ainda mais a noite em Ramos. Destaque também para o samba no pé das musas, Carmem Mondego e Tati Rosa.
Veja mais fotos do ensaio (Imagens de Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz)












