A Tom Maior viveu um dia de emoção, fé e profissionalismo na gravação do seu samba-enredo para o Carnaval 2026, realizada na Fábrica do Samba, em São Paulo. O coral da escola chamou atenção ao surgir vestido de vermelho e branco, com boinas e óculos, em uma homenagem visual a Chico Xavier, tema do enredo desenvolvido pelo carnavalesco Flávio Campello. O presidente e mestre Carlão destacou o avanço técnico e organizacional da Liga-SP na condução das gravações e celebrou o desempenho exemplar do grupo musical.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

“A cada ano, a Liga-SP vem aprimorando seu trabalho. Hoje é possível ver todo o staff envolvido, a decoração, o clima, tudo demonstra um projeto profissional. Cabe a nós fazermos a nossa parte e termos material de qualidade para divulgar o nosso carnaval. Com isso, todas as escolas acabam sendo valorizadas”, destacou o dirigente.

Carlão também ressaltou a importância do preparo da Tom Maior antes de subir ao palco da gravação.

“Tem que ter ensaio, sim. Aqui não apresentamos exatamente o que estamos acostumados a fazer na quadra, já que o tempo é limitado. Fizemos um ensaio especial, e nosso coral está de parabéns. Deram um show de canto. Estou muito feliz”.

O presidente ainda celebrou o retorno do intérprete Bruno Ribas, que viveu uma passagem marcante pela escola.

“O Bruno é um querido. Teve uma passagem de cinco anos conosco, é um grande intérprete e só tenho coisas boas a dizer. Toda a comunidade o adora”.

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De volta à Tom Maior, Bruno Ribas mostrou entusiasmo com o novo samba e destacou o equilíbrio entre técnica e emoção que envolve o processo de gravação.

“As duas partes estão envolvidas nesse processo. Se não houver emoção, não é possível transmitir o que o carnaval tem de mais essencial, que é o sentimento. Mas a técnica precisa estar presente para evitar erros, manter a afinação e garantir a qualidade da gravação”.

O intérprete também comentou sobre o contato inicial com a ala musical e a adaptação à obra.

“Ainda não tive muito contato com o grupo. Fiz um ensaio na semana passada, na quadra, e agora vamos seguir buscando equilíbrio total entre todos os músicos. O samba é fantástico, lindo e muito fácil de cantar. Chico Xavier era uma pessoa simples, sem mistérios e os compositores captaram essa essência. O samba traduz essa simplicidade e, ao mesmo tempo, é profundamente tocante”.

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Na direção musical, Beah reforçou que o projeto foi planejado com antecedência e que a chegada de Bruno Ribas consolidou o bom momento da ala musical.

“Quando escolhemos o samba, ele já estava todo estruturado. O final do Gilsinho, que Deus o tenha, havia mapeado exatamente como iríamos executá-lo. O Bruno chegou entendendo o que é a Tom Maior e mantivemos a mesma pegada. Quando algo já nasce bem resolvido, é difícil mexer — e conseguimos ainda melhorar o que já estava bom”.

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Beah ressaltou a integração natural entre Ribas e o grupo. “Nossa ala é muito coesa. O Bruno veio como a cereja do bolo, trazendo representatividade e talento. Ele já conhece a comunidade, então não teve dificuldade alguma para se integrar. Parece até que já fazia parte do projeto há muito tempo. Com certeza será um grande trabalho”.

O diretor musical também explicou a pequena alteração na letra do samba, feita com foco nos critérios de julgamento.

“Foi uma preocupação da direção em garantir que não houvesse erros. Não que a letra estivesse equivocada, mas ajustamos o que fosse necessário para deixar o samba mais confortável para a escola cantar. A mudança foi válida: inserimos uma palavra que se encaixa melhor e fortalece a cabeça do samba, que é onde tudo precisa estar mais bem estruturado”.