A Viradouro transformou a noite do último domingo em pura emoção na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói. No primeiro ensaio de rua rumo ao Carnaval 2026, a Vermelho e Branco do Barreto mostrou toda sua força e organização ao fazer um treino vibrante e tecnicamente muito correto. Os grandes destaques foram o “paradão” poderoso da bateria “Furacão Vermelho e Branco” e a performance arrebatadora do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, que mais uma vez deram uma aula de dança e elegância. A escola se prepara para contar, no próximo desfile, o enredo “Pra cima, Ciça”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. Ela será a terceira a desfilar na segunda-feira de carnaval.
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Harmonia e Samba
Um dos sambas mais elogiados do ano encontrou terreno fértil na voz de Wander Pires. O intérprete deu show na condução da obra, carregada de emoção e poesia, exaltando a trajetória de mestre Ciça. O carro de som, sob a direção musical de Hugo Bruno, manteve o alto nível técnico e a perfeita sintonia com os ritmistas e o canto das alas. Durante o “paradão” da bateria, a resposta da comunidade foi arrebatadora: o canto das alas se elevou. Era possível ver o brilho nos olhos dos componentes, muitos reverenciando o ídolo que dá nome ao enredo. O canto das alas esteve firme e afinado na maior parte do ensaio. Em alguns pontos, a intensidade caiu, algo natural para o primeiro treino de rua. A Viradouro reafirmou seu altíssimo padrão de conjunto e a potência emocional.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Julinho e Rute desafiam a lógica do tempo. Como um vinho de safra inesquecível, a dupla parece melhorar a cada ano e o público na Amaral Peixoto pôde comprovar isso de perto. O casal dançou demais: técnica refinada, elegância inabalável e uma cumplicidade que transforma o gesto em poesia.

Ainda sem revelar a coreografia oficial, Julinho e Rute apresentaram o pavilhão para os dois lados da pista, numa simulação das “cabines espelhadas” que serão novidade no Carnaval 2026. Foi uma performance arrebatadora, aplaudida de ponta a ponta. Cada movimento tinha propósito e emoção. A tradução perfeita do amor que ambos têm pela arte de defender o pavilhão.
Evolução
A Viradouro, mais uma vez, mostrou por que é referência em organização e desempenho técnico. A escola desfilou com segurança e fluidez, preenchendo a larga pista da Amaral Peixoto com alegria e vibração. A contou com boa movimentação das alas e sintonia entre os setores.

O trabalho na entrada e saída do recuo da bateria foi impecável. Detalhista como sempre, a direção de carnaval da Viradouro segue inovando: foi a primeira escola a levar para os ensaios de rua um praticável para que os diretores de harmonia observem o desfile do alto, simulando a visão dos julgadores. Além disso, o local das “cabines” já estava demarcado, mais uma amostra da seriedade e da metodologia de trabalho da escola de Niterói.

Outros Destaques
As musas brilharam com intensidade e carisma. Todas muito bem vestidas, com figurinos representativos e repletas de samba no pé, mostraram que a beleza na Viradouro é acompanhada de muita atitude e entrega.

A ausência da rainha de bateria, Juliana Paes, foi sentida, mas a atriz já é esperada para o próximo ensaio de rua. Em contrapartida, mestre Ciça, homenageado e comandante da “Furacão Vermelho e Branco”, foi o centro das atenções. À frente de seus ritmistas, ele mostrou porque é lenda viva do carnaval: co “paradão” foi executado com precisão e alma. O som poderoso ecoou pela Amaral Peixoto e fez o público vibrar.









