A Uirapuru da Mooca viveu um momento especial na gravação oficial do seu samba-enredo para o Carnaval 2026, realizada na Fábrica do Samba. Com o tema que celebra Maria Felipa e a força da Bahia, a escola mostrou sinergia entre canto, ritmo e comunidade, marcando mais um passo firme no seu retorno aos grupos da Liga-SP. Responsável pela interpretação e pelos arranjos da obra, Thiago Brito celebrou o resultado do processo criativo, destacando a leveza e a identidade popular do samba.
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“O samba ficou muito fácil porque fala de Bahia e de Maria Filipa, tem toda a história dela, de capoeira, de Bahia. A gente conseguiu juntar alguns elementos em conversa com o mestre Murilo. Eu tenho as minhas ideias, ele tem as dele, e deu tudo certo. Deixei a galera solta, sem vaidade, e todo mundo fez o seu trabalho. Temos músicos excepcionais que estão comigo nessa luta”, contou Brito.
Com vasta experiência em disputas e gravações, o cantor e compositor também ressaltou a importância do cuidado com a voz para manter o alto rendimento durante a temporada carnavalesca.
“Eu venho fazendo acompanhamento com uma fonoaudióloga desde 2015. É muita correria, são duas ou três escolas por ano, e em disputas de samba a gente canta mais de dez. Se não tiver preparo, não dá. Faço muita nebulização, exercícios, e antes de vir para cá já tinha feito um trabalho com minha fono. Agora é quebrar tudo e, se Deus quiser, fazer um grande trabalho”, revelou.

Sobre o samba em si, Thiago destacou os pontos fortes da composição: “O nosso refrão principal é o carro-chefe. É o ponto chave, assim como o refrão do meio. Essas perguntas e respostas são de fácil assimilação para o povo. O samba é simples, direto, de sete linhas na segunda parte, e isso facilita o trabalho da escola. Acredito que vai cair na boca do povo e ser nota máxima”.

Do lado da bateria, o comando ficou a cargo de mestre Murilo Borges, que definiu um andamento técnico e confortável para os ritmistas e para o canto coletivo.
“No nosso andamento de hoje, usamos 144 BPM (batidas por minuto). Para mim, é confortável para o sambista e para o ritmo da escola. Além disso, temos duas bossas, uma no refrão de cabeça e outra no refrão do meio, e estou pensando em mais uma. Espere o nosso desfile com três bossas, tudo bem feitinho, para buscar os 40 pontos”, adiantou.

Mestre Murilo também expressou o sentimento de superação ao acompanhar o retorno da Uirapuru. “É maravilhoso participar dessa retomada. Eu caí junto com a escola e resolvi ficar. Falei que iríamos subir juntos, e é isso que estamos vivendo: um renascimento. Estamos reconstruindo degrau por degrau”.
A gravação contou ainda com a presença maciça da comunidade. Segundo Diego Jesus, integrante da comissão de carnaval, cerca de 100 pessoas participaram da ação.
“Trouxemos aproximadamente 60 pessoas para o coro, mais 30 da bateria e outros 10 que completam o elenco. Fretamos um ônibus para trazer a comunidade, mas muitos vieram direto. O importante é que deu tudo certo, chegamos no horário e com o astral lá em cima”, relatou.

Para Diego, o momento vai além da gravação: simboliza oportunidade e inclusão. “A Uirapuru é uma escola que traz oportunidades. Não houve pré-seleção, abrimos para toda a comunidade participar. Todo mundo veio afiado no samba. Isso é o que define o nosso momento: oportunidade”.









