Referência na Vila Vintém e no mundo do samba, Andressa Marinho, a Dedê, rainha de bateria, conversou com o CARNAVALESCO e falou sobre da trajetória, as experiências internacionais e a responsabilidade de representar a comunidade do Boi Vermelho. Questionada sobre a experiência de ter sido embaixadora do Carnaval na China, Dedê destacou a importância cultural da vivência.
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“Foi uma experiência maravilhosa trabalhar com minha paixão, que é a arte e o samba no pé, e levar nossa cultura para o outro lado do mundo. A língua não dominava, mas o ritmo, a melodia e as linguagens corporal e rítmica falavam por si. É uma experiência que vou guardar para sempre, no coração e no currículo. Sou muito grata. E dizem que vamos estar novamente na China”, adiantou com entusiasmo.
Ao falar sobre como o carnaval transformou sua vida, a rainha foi enfática: “O carnaval foi uma virada de chave para mim. Abriu portas e novos caminhos. Nunca imaginei que me levaria tão longe, mas tenho fé que continuará me proporcionando coisas incríveis. O samba vai dominar o mundo inteiro”.
A paixão pela Unidos de Padre Miguel também foi lembrada pela beldade, que ressaltou sua longa história com a escola.
“Sou UPM desde pequena, estou na escola desde 2006. Nunca fiquei um ano fora, nem com o nascimento do meu filho. Ver a escola em ascensão, retornando ao Grupo Especial depois de tanto tempo, com um enredo e um samba fortes, com um chão que grita e espalha sua energia por todos os cantos, é emocionante. Ser a maior representante do público feminino, da classe das passistas, e chegar a rainha de bateria nesse momento em que a escola está fervendo é uma enorme realização, cheia de representatividade. Tenho muita gratidão à direção e à minha escola por confiar em mim para assumir esse cargo e representar todos os que levo dentro do meu coração”.

Reconhecida pelo carinho do público, Dedê destacou a importância da torcida que acompanha sua trajetória desde o concurso da Riotur.
“Se hoje sou rainha de bateria é porque o povo do samba me colocou aqui. Sempre fui passista, e o concurso da Riotur foi o que virou a chave. Ele me lançou para o mundo. Desde então, criei uma torcida fiel e forte que pedia ‘Coroa nela!’, mesmo após o resultado negativo. Se não veio no concurso, veio em casa. A internet puxou essa hashtag para mim. Devo isso ao carinho do povo”.
Com carisma e pés firmes no chão da Vila Vintém, a majestade ressaltou a importância da humildade, mesmo após alcançar o reinado.
“Sempre vou manter minha essência e minha humildade. São coisas que nunca vou mudar, porque sempre admirei outras pessoas, principalmente mulheres, e sei que o melhor de tudo é sua referência te receber com carinho e atenção. Ter essa troca e conexão real faz toda a diferença. É isso que eu admiro, é isso que eu sou. Sou Vila Vintém, sou esse chão, sou simples, sou sambista, e amo receber e retribuir todo o carinho do público que me apoia e está comigo até hoje”.
Ao mencionar suas inspirações no carnaval, a artista citou nomes de peso: “Minhas referências vão de Evelyn Bastos, Raíssa de Oliveira e Camila Silva a Mayara Lima, que revolucionou o cargo. Também tenho referências em casa: Elayne Nascimento, Jorge Lousada, Carlinhos do Salgueiro. O samba é troca, e cada pessoa contribuiu para a passista e rainha que sou hoje. Estou sempre aprendendo, não só ensinando. As trocas que tenho e o que cada pessoa deixa em mim são minhas referências. O samba em si é a minha referência”.
Por fim, Dedê deixou um recado para o público sobre o que esperar do Carnaval 2026: “Podem esperar inovação. Sempre me cobro para me superar. Se o primeiro ano como rainha já foi mágico, no segundo, falando de Clara Camarão e dos povos originários, será ainda melhor. Quero me superar nas produções e nos detalhes da fantasia. A UPM virá com força, representatividade, garra e muito empoderamento feminino. Esperem muito, porque a UPM vem aí”.









