No último domingo, foram encerradas as gravações do projeto audiovisual da Liga-SP para o Carnaval 2026. O trabalho teve início na semana do dia 16 de novembro, com a participação de 16 escolas. Na semana seguinte, as demais agremiações gravaram seus áudios e vídeos, completando o total de 32 entidades filiadas à Liga-SP.
Uma das novidades em relação ao ano anterior foi a inclusão das escolas do Grupo de Acesso 2, que sempre apresentam sambas fortes e comunidades engajadas com seus pavilhões. Vale ressaltar a impecável estrutura montada pela empresa Sala 22 Áudio e Vídeo, em parceria com a Liga-SP, sob a liderança do técnico em transmissão Guma Sena, responsável pela direção geral do projeto. O profissional conversou com o CARNAVALESCO e compartilhou detalhes sobre o trabalho desenvolvido.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

gumaligasp
Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Confiança no trabalho

Durante muitos anos, Guma Sena foi conhecido como mestre Guma, atuando em diversas agremiações. Hoje, o profissional direciona sua carreira exclusivamente ao audiovisual, por meio da empresa Sala 22, mas não deixa de reconhecer a importância do caminho percorrido dentro do carnaval.

“É um sentimento de gratidão. A gente tem uma bagagem gigantesca, e o carnaval me proporcionou tantas coisas. Hoje tenho o privilégio de estar do outro lado, fazendo uma direção com um olhar mais técnico, uma responsabilidade enorme. No ano passado, quando assumi oficialmente a direção do projeto audiovisual, foi uma experiência muito bacana. Tivemos dificuldades, sim, mas acredito que este ano já tínhamos a experiência e o apoio total da Liga-SP para colocar uma estrutura à altura do que é o carnaval, principalmente na parte visual. Isso foi fundamental. Ter esse suporte e ver a Liga acreditando no nosso trabalho fez toda a diferença”, afirmou.

Ele também fez questão de agradecer a todos os profissionais envolvidos.

“Graças a Deus, o resultado foi muito positivo. Acho que foi unânime o feedback das escolas e do público nas redes sociais sobre a valorização do produto. Estou muito satisfeito e feliz. Este ano, praticamente dobramos a equipe técnica. Quero agradecer a todos: as meninas da limpeza, que são fundamentais; o pessoal do áudio, do LED, da luz e da produção da Liga. Todo mundo trabalha em equipe. São pessoas que não aparecem, mas são importantíssimas. Agora vamos para a segunda parte, que é a edição. Saímos daqui completamente satisfeitos”.

Mudanças técnicas

Guma assumiu o projeto audiovisual das faixas de samba-enredo em 2024, para o Carnaval 2025. Segundo ele, a principal transformação neste novo ciclo está na experiência de quem vai ouvir os sambas.

“O que mudou em relação ao ano passado foi a estrutura. A principal diferença é a experiência de quem vai ouvir. A ideia é retratar o ‘ao vivo’: todo mundo cantando, aquela energia de desfile. Reproduzimos isso aqui, de forma compacta, em formato de arena, com todos participando simultaneamente, coral, canto e música, para proporcionar uma experiência de avenida mesmo”, explicou.

Em comparação com o ano anterior, o formato se tornou mais natural e privilegia o som real da pista.

“No ano passado fizemos um trabalho mais técnico, gravando a base e depois os inserts. Já pensávamos em fazer o formato ao vivo, mas era uma novidade. Seguimos os moldes que vinham sendo usados. Este ano, não. Decidimos apostar 100% no ao vivo: um take valendo, todo mundo cantando, com a energia da escola”, completou.

Preparação das escolas

A equipe do CARNAVALESCO acompanhou as gravações das 32 escolas e observou que o processo foi mais ágil em relação ao ano anterior. As escolas entravam juntas na sala, coral, bateria e ala musical, e a captação era feita em três etapas: gravação de áudio e vídeo, o chamado fake (para ampliar as imagens de apoio) e, por fim, o som do coro.

Guma contou que, em diálogo com as agremiações, houve uma preparação especial para otimizar o tempo de estúdio.

“Com base na experiência do ano passado, estimamos um tempo médio de uma hora e meia para cada escola, com 30 minutos extras para ajustes. Em 95% dos casos, as escolas gravaram em cerca de uma hora, uma hora e dez. Conversamos com todas, pedimos que ensaiassem e ajustassem o que fosse necessário para chegar aqui prontas para executar. Acredito que o fato de estarmos todos juntos, respirando o samba, contribuiu muito para que o tempo fosse menor”, explicou.

Uma equipe que faz a diferença

Para Guma, o sucesso do projeto é resultado direto da sintonia entre os profissionais.

“A equipe é sensacional. É gente que está comigo o tempo todo, há cerca de cinco anos. Muitos não são do carnaval, mas já entendem perfeitamente o funcionamento, o olhar que é preciso ter. Eles se encantam com a ancestralidade, com a velha guarda, com o som da bateria. Tudo isso contribui muito. A gente trabalha como família, de forma leve e descontraída. Na hora que é para ser sério, com certeza fazemos acontecer, mas o clima é sempre bom. O que vocês veem no resultado final é fruto desse ambiente”, celebrou.