A Estação Primeira de Mangueira recebe nesta semana um grupo de artistas indígenas do Oiapoque. O Coletivo Waçá Wara, de múltiplas áreas artísticas como artes visuais, teatro, audiovisual, dança e música, embarcou rumo ao barracão da Verde e Rosa para uma imersão artística que celebra ancestralidade, arte indígena e trocas culturais. Foram três dias de atividades em que estiveram presentes os artistas Claudemir dos Santos, Davi Marworno, Dieimisom Sfair, Diogo Karipuna, Jhon Karipuna, Noel Henrique, Tairene Karipuna e Yermollay Caripoune.
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A vivência reforça ainda mais a identidade que a Verde e Rosa levará para a Avenida no Carnaval 2026. Ao contar a história de Mestre Sacaca e das tradições afro-indígenas da Amazônia Negra, a narrativa do desfile se inicia com o Turé, ritual indígena realizado no Oiapoque, cidade de origem do coletivo de artistas. Além disso, foi com os povos originários que o Doutor da Floresta trocou conhecimentos sobre a medicina ancestral. Vale lembrar que duas comitivas da Mangueira já foram recebidas no estado do Amapá.
“O objetivo deste intercâmbio entre os artistas do barracão da Mangueira e os do coletivo Waçá Wara é o pleno respeito às singularidades percebidas na imersão da nossa equipe no Oiapoque e à produção visual em andamento na Cidade do Samba para o desfile de Fevereiro, gerando pertinência, adequação e referencial identitário no cortejo que estamos preparando para a verde e rosa!”, declara Sidnei França, carnavalesco da Mangueira.
“Esses artistas indígenas foram convidados pela Mangueira no momento em que o carnavalesco e sua equipe de pesquisa visitavam o Oiapoque”, detalha Clicia Di Miceli, secretária de Cultura do estado do Amapá. “Agora eles terão a chance de levar para o mundo um pouco da nossa pluralidade e diversidade”, conclui.
Para Clicia, a imersão é um momento muito importante para o estado, uma demonstração concreta de que a relação com a Mangueira é uma parceria com total reciprocidade.
“Nossos artistas indígenas estão lá, com os barracões abertos, para imprimir seu olhar, sua arte singular e sua marca nas alegorias contribuindo para o desfile que será apresentado na Marquês de Sapucaí. É um momento de reflexão sobre o papel desses artistas indígenas no mundo. Eles estão acompanhando de perto o processo de produção, sugerindo e fazendo trocas significativas, vivendo a cultura do maior espetáculo do planeta. Isso só é possível porque a Mangueira é uma escola que entende a importância das vozes e da representatividade”, conclui a secretária.
“Viemos para ver e entender o que está sendo feito. Mas também para trazer nossa visão de mundo, nossa vivência como indígenas e como coletivo de artistas”, diz Davi Marworno. “Para nós é um momento que estava sendo esperado com muita expectativa”.
O coletivo Waçá Wara tem como principais características e objetivos:
Fortalecimento cultural: O coletivo visa valorizar e fortalecer as culturas indígenas por meio da arte.
Visibilidade: Busca dar maior visibilidade à arte indígena e contemporânea, desmistificando estereótipos.
Transmissão de conhecimento: Atua na preservação e transmissão de saberes e tradições ancestrais para as novas gerações.
Representatividade: Os artistas buscam maior representatividade em seus próprios territórios.
Expressões artísticas:
O trabalho do coletivo abrange diversas formas de arte, misturando elementos tradicionais com linguagens contemporâneas:
Pintura corporal e em telas
Dança e performance
Artesanato (bolsas, cuias, objetos de madeira)
Grafismos e marcas tradicionais
O Waçá Wara já participou de eventos de grande importância, como a Assembleia dos Povos Indígenas de Oiapoque e a Assembleia da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), onde realizou exposições de sua arte. O coletivo também já foi destaque no Sesc Amazônia das Artes e em exposições como a realizada no Museu Kuahí, no Oiapoque.









