O presidente da Beija-Flor de Nilópolis, Almir Reis, exaltou o sucesso do reality “A Voz do Carnaval”, que coroou Jéssica e Nino como os novos intérpretes da escola para o Carnaval 2026. O programa, fruto de parceria entre Multishow, Globoplay, AfroReggae, Formata e a escola, permitiu à comunidade e ao público acompanhar de perto o processo de sucessão vocal após a aposentadoria de Neguinho da Beija-Flor.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

“Eu acho que foi um sucesso. O pessoal do AfroReggae… me surpreendeu. Acho que isso aí tem tudo para somar, não só para o programa, mas para o mundo do samba”, afirmou Almir, reforçando que o reconhecimento do projeto junto ao legado de Neguinho é fundamental.

A final surpreendeu ao coroar dois intérpretes em vez de apenas um, decisão que refletiu não só o desempenho dos finalistas, mas também o desejo de inovação por parte da direção da escola.

“Como eu falei, o Neguinho é insubstituível, mas eles estão fazendo o papel deles muito bem e acho que a gente vai fazer um bom trabalho na avenida. Vocês vão ver que a gente não vai deixar a desejar, que eles dois são muito bons”, disse ele.

A troca de vozes representa um novo ciclo para a escola: saindo do ciclo Neguinho, mas mantendo a ambição de construir sob nova direção vocal. Almir disse que os vencedores precisarão “presença de espírito e equilíbrio” para lidar com a pressão da Sapucaí.

“Além da emoção da avenida, é a emoção de olhar e pensar: ‘Olha o lugar em que eu estou’”, comentou o presidente.

Para 2026, a Beija-Flor optou por levar para a avenida o enredo “Bembé”, inspirado no Bembé do Mercado, manifestação religiosa afro-brasileira tradicional da Bahia, e considerada o maior candomblé de rua.

Expectativas e desafios

A mudança vocal, o enredo de matriz afro e o formato do reality representam escolhas ambiciosas e simbólicas para a escola. Se bem executados, podem reforçar a imagem da Beija-Flor como vanguardista, conectada com o presente e respeitosa da tradição.

Mas o desafio é grande: substituir uma voz histórica como a de Neguinho, agradar a comunidade exigente e impressionar o público da Sapucaí sob nova sonoridade.