Portela 4O falecimento do intérprete Gilsinho, uma das vozes mais marcantes da história da Portela e do carnaval carioca, gerou grande comoção. Em meio à despedida, sambistas e dirigentes prestaram homenagens, lembrando a trajetória e a importância do cantor para a escola e para o samba.

O diretor de carnaval da Portela, Junior Schall, destacou a energia e a presença insubstituível do intérprete, ressaltando a forma como ele conseguia transformar o ambiente ao seu redor.

“Um irmão que sai desse plano, mas continua com a gente. O Gilsinho era referência de vida e amor para o portelense. Sua presença é insubstituível, um cara com uma estrela fora do comum, que evocava o melhor de cada um de nós. Onde ele dedicava seu talento, algo de muito bom estava por vir”.

A rainha de bateria da Portela, Bianca Monteiro, lembrou da emoção que a voz de Gilsinho despertava na comunidade e em todos que o ouviam.

“O Gilsinho era a voz que arrepiava a gente, que fazia o coração bater mais forte. Era impossível não se emocionar quando ele puxava o samba. Ele tinha uma luz única, uma força que contagiava toda a escola. Vai ser muito difícil entrar na avenida sem ele. O que fica é a saudade e o orgulho de ter vivido tantos momentos lindos ao lado dessa voz que será eterna”.

A vice-presidente da escola, Nilce Fran, ressaltou a relação de origem e pertencimento do intérprete com a Portela, onde cresceu e se consolidou como um dos maiores nomes do carnaval.

Portela 5“Gilsinho era cria desse chão. Cresceu com pai, artista, músico, baluarte, e se tornou uma das maiores vozes do carnaval. Estamos sem saber para que lado ir. Perdemos a nossa voz. O desfile de 2026 será dedicado a ele, que completaria 20 anos de carreira”.

O carnavalesco da agremiação, André Rodrigues, reforçou a dimensão artística e pessoal do cantor, lembrando dele como símbolo de emoção e de amizade.

“O Gilsinho não era apenas a voz da Portela, ele era a alma que conduzia o nosso canto. Um intérprete diferenciado, capaz de transformar samba em emoção. Para mim, fica a lembrança de um parceiro generoso, amigo leal e profissional impecável. O carnaval perde um dos seus maiores intérpretes e a Portela perde a sua voz mais marcante”.

Entre os colegas de profissão, o intérprete da União de Maricá, Zé Paulo, lembrou da convivência recente com o cantor e do impacto repentino da notícia.

“É uma perda irreparável. Gilsinho era um super talento, uma voz única, multi-instrumentista. Há três meses estávamos juntos cantando. Foi tudo muito brusco e repentino. Peço muita luz na passagem dele. Fica o legado e a saudade. Está difícil processar”.