Enredo: Ecos de Sortilégios
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Justificativa do enredo
Sob a luz do Carnaval, a FlaManguaça lançaseus olhares para uma das mais intrigantes e fascinantespráticas da humanidade. Tema que atravessa séculos, culturas, civilizações econtinua a encantar as mentes de leitores, espectadores e criadores de narrativas em todo o mundo.
Escolhemoso sortilégiocomo eixo central do enredo para o carnaval de 2026. Falar sobre não é apenas resgatar tradições ancestrais,é abrir portas para um universo rico em possibilidades criativas, simbólicas e reflexivas.É reescrever a história, desfazendo os nós do preconceito e das sombras cruéis que a envolveram. Queremos revelá-la como arte de cura, de fé, de mistério, como real ponte entre o real e o sobrenatural.
Voduns, pajés, curandeiros,bruxas, sociedades secretas … levaremos para a avenida diversos personagens envolvidos com o oculto, que costumam enfrentar dilemas morais, perseguições, escolhas difíceis e desafios existenciais.
Em suma, falar de feitiçaria é mergulhar em uma tradição narrativa que nunca esgota e mantém viva a força do seu fascínio. Prepare-se para se encantar! E claro, nada mais mágico do que ser enfeitiçado por confetes e serpentinas em um pleno deslumbre de carnaval. É assim que vamos superar o impossível e realizar a nossa missão.
Vencer, vencer, vencer…
Rumo a Sapucaí pavilhão Rubro-Negro! Avante Flamanguaça!
Chico Angelo
Carnavalesco
SINOPSE
No coração da noite, quando o silêncio parece reinar, ecoa batuques e cânticos na terra-mãe. É noite de sortilégio! No sopro dos ventos antigos, ergue o chamado dos Guardiões dos Eternos Rituais. Com eles a chama primeira, o sopro que conecta mundos, a força que jamais se apaga. Senhores do mistério, feiticeiros da eternidade, com cajados e fogo abrem o cortejo mágico. Uma viagem pelos universos do feitiço. A avenida se transforma em templo, círculo sagrado, encruzilhada entre o visível e o invisível. Um fortee intenso elocom o sobrenatural.
Dos reinos africanos, onde a magia finca raízes profundas, ressoa o canto iorubá. Nos oráculos de búzios, o mar responde em conchas. Nas bolsas de couro da mandinga, escondem-se os segredos do muthi, aservas sagradas que curam e encantam. É noite de sortilégio!
Nascem os objetos do Bantu (minkisi) que guardam espíritos, as esculturas com pregos cravejados (nkondi)queprotegem juramentos, florescem Voduns, enquantosangomas lançam ossos e outros bordam manuscritos como amuletos com palavras de poder. Na boca do babalaô, os versos do Ifá revelam destinos. É a magia que não se cala, porque carrega em si o axé da vida. Cada rito é feitiço, cada canto é encantamento. É noite de sortilégio!
Nos encantos do antigo mundo, surge o brilho de Ísis, a grande feiticeira, senhora do Heka (magia), a força cósmica que sustenta deuses e homens. Nos papiros escritos com tintas sagradas, encantamentos de amor e eternidade. Vida e morte costuradas pelo feitiço da imortalidade.
Na Grécia, a fumaça sobe de Delfos, se vê pitonisas em transe que revelam a palavra dos deuses. Nos templos, o futuro se descreve em frases enigmáticas. E a humanidade descobre que a magia também é caminho para o saber.
Ainda na Europa, floresce o ocultismo renascentista. Alquimistas e magos buscam a pedra filosofal, a fórmula da vida eterna, decifram o céu nas estrelas e abrem livros proibidos, ousando tocar os segredos que a abadia tenta calar.
Na escuridão da Idade Média, bruxas resistem sob o peso das fogueiras, mas o fogo que as tenta queimar também ilumina o poder do invisível. É pura poção feminina refletida fonte de sabedoria.
Cruzando mares, nas densas selvas das Américas, os pajés erguem o maracá.A fumaça do tabaco sagrado sobe ao céu, beberagens da floresta abrem portais de visões: jaguares, serpentes e ancestrais dançam diante dos olhos. O rito indígena é ponte entre mundos, é cura, é sabedoria que nasce da mata.
No Brasil, terra do encontro de raças e culturas, o sacrilégio é cultuado de inúmeras formas. Das rezas das benzedeiras, que afastam o quebranto e transformam fé em esperança, à força dos feitiços populares: fitas amarradas, moedas lançadas em fontes, desejos soprados na canela, simpatias de amor e prosperidade. Fé se disfarçade magia, e a magia é disfarçada de fé.
E, no grande terreiro que é a rua, explode o mais poderososortilégio da humanidade: o desfile de uma escola de samba. É poção de confete e serpentina, explosão de cores e batuques, é transe coletiva que une o povo, transformando dor em sorriso, lágrima em brilho. Quando o samba ecoa, quando a emoção transborda, descobre-seo potentefeitiço rubro-negro. Nesta noite de sacrilégios, a Flamanguaçaconvoca sua gente para o ritual. Chegou a hora de se encantar e cantar!
Pois a mais forte feitiçaria afinal, tem nome sagrado: se chama Carnaval!
Chico Angelo
Carnavalesco