Mais uma etapa da disputa de samba da Grande Rio aconteceu nesta terça-feira, 9 de setembro, na quadra da agremiação em Duque de Caxias. A tricolor caxiense levará para a Sapucaí, em 2026, o enredo “A Nação do Mangue”, de autoria do carnavalesco Antonio Gonzaga, que assina seu primeiro carnaval solo no Grupo Especial. A escola será a terceira a desfilar na terça-feira de carnaval, 17 de fevereiro. Os sambas eliminados nesta fase serão conhecidos na próxima quinta-feira, por meio de anúncio nas redes sociais da escola.
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Parceria de Marcelinho Santos: Abrindo a noite de apresentações, Ito Melodia, com Tem-Tem Jr., Thiago Brito, Victor Cunha e Lissandra Oliveira como apoios, comandou a obra de Marcelinho Santos, Henrique Bililico, Xande de Pilares, Ricco Ayrão e Sérgio Daniel. O samba é potente, com destaque para o refrão do meio — “Salubaê Nanã salubaê / Vem socorrer o bicho-homem que te chama / Pro manguezal com sua força florescer / Nanã burukê, senhora da lama” — que apresenta grande força e melodia bem combinada com os versos. A subida para o refrão principal, a partir de “Chico é poesia, luz da consciência”, também tem ótimo ritmo, empolgando até o desfecho em “Maré que vai, maré que vem”.
Parceria de Ailson Picanço: Segunda a subir ao palco, a parceria de Ailson Picanço, Marquinho Paloma, Davison Wendel, Xande Pieroni e Marcelo Moraes apresentou-se com Dodô Ananias no comando e apoio da torcida. A segunda parte do samba tem melodia interessante, com versos de destaque como “Gramacho encontrou Capibaribe” e “Freire ensine um país analfabeto / Que não entendeu o manifesto / Da consciência social”. Na primeira parte, trechos como “Eu também sou caranguejo na beira do igarapé / Igapó trabalha cedo, cata o lixo da maré”, na subida para o refrão do meio, chamaram a atenção. A força da obra se confirma nos refrões, com a apresentação sendo um dos grandes destaques da noite.
Parceria de Samir Trindade: Com um samba poético, a parceria de Samir Trindade, Mateus Pranto, Laura Romero, Binho Teixeira e Leandro Custódio se apresentou sob o comando de Wantuir. A obra mostrou força nos versos e melodia, que se combinam de forma cadenciada. Trechos como “É cipó, é folha, é folha é cipó / É o sangue, o mangue, a luta e o suor” chamaram atenção, assim como a subida “Dois mundos, o mesmo clamor / Manguebeat, um país, meu lugar! / Um dia, um novo Brasil nascerá do mangue / Um sonho, uma nova chance / Essa utopia florescerá!”. O refrão principal cumpre bem o seu papel, assim como o refrão do meio, destacando-se na noite caxiense.
Parceria de Derê: Bruno Ribas e Leozinho Nunes comandaram com leveza a apresentação do samba de Derê, Licinho Jr. Moratelli, Julio Alves e Fabio Gomes. O refrão principal se destaca pelo clamor transmitido, assim como a primeira parte, com versos como “É tempo de revolução / O mangue vai se libertar / Convoco a minha nação, pra emergir deste chão / Reocupar o meu lugar”. O final, com a subida para o refrão do meio em “Beberibe, Beberibe, meu destino caranguejo”, também chamou atenção. Na segunda parte, o trecho “Maré, maré… que toda periferia / Seja Duque de Caxias / Que devora homens maus” reforçou a força da obra.
Parceria de Dinho Artigrili: Com Danilo Cezar à frente, a parceria de Dinho Artigrili, Alex Primo, Ricardo Construção, Viny Melodia e Hugo da Grande Rio apresentou um samba correto, cujo destaque foi o refrão principal: “Grande Rio arretada, irmanada à nação do mangue / Ninguém solta a mão de ninguém, oxente, sou cria também / Trago essa luta no meu sangue”, especialmente em “Ninguém solta a mão de ninguém”. A primeira parte também apresentou bons momentos, como em “Daruê malungo, manguebeat é resistência / Aos olhos tortos da sociedade / Sou a invisibilidade, quem enxerga não me vê”, muito bem cantado pela torcida.
Parceria de Myngal: Com Charles Silva e Rafael Tinguinha como autores, a obra foi interpretada por Matheus Gaúcho e se destacou pelo refrão vibrante. A primeira parte animou o público com versos como “Maré subiu, foi quando a lua alumiou / Nasceram raízes no mangue / Onde o caranguejo é rei e doutor”. Na segunda parte, os versos “O povo antenado na periferia / Num beat aperreado pro baque virar / O nosso mangue é Duque de Caxias / Me organizei pra desorganizar” prepararam o terreno para o refrão principal, bastante animado e em sintonia com a referência ao movimento Manguebeat.
Parceria de Mariano Araújo: O samba de Mariano Araújo, Moisés Santiago, Dionísio, Aldir Senna e Wolkester Rolleigh foi defendido por Tuninho Jr. e chamou a atenção principalmente na segunda parte, com versos como “No som da voz, o manifesto em aliança / Transformação / A esperança renasceu do caos”. O refrão do meio, simples, teve boa força no palco, enquanto na primeira parte se destacaram os versos desde “Sou de Nanâ aê, sou de Nanã êa” até “Abre os caminhos pra Grande Rio passar”.
Parceria de Neguinha da Grande Rio: Com Nêgo, Celsinho Mody, Igor Pitta e Bico Doce no comando, a obra de Neguinha da Grande Rio, Rubens Gordinho e André Ricardo mostrou bom ritmo e estrutura consistente. Destaque para o refrão “É darué, daruê malungo / Nação Zumbi, casa real / É o Rei Chico no cortejo / O caranguejo genial” e para o trecho “Saluba Nanã e o povo de lá / Valei-me Deus, quem vive à margem vive a opressão”, que apresentou melodia interessante.
Parceria de Igor Leall: Zé Paulo conduziu com serenidade a apresentação da obra de Igor Leall, Arlindinho Cruz, Paulo Cesar Feital, Romeu D’Malandro e Gustavo Clarão. O falso refrão do meio, iniciado com “Maré encheu, maré vazou”, chamou atenção pela referência à cultura pernambucana. Já na primeira parte, versos como “Ouçam… / O silêncio que vem lá do manguezal / Da lama nasce a força que nos resta / Não mais uma fresta, pro seu carnaval” tiveram boa pegada. O refrão “Saluba Nanã! Nanã Buruquê! / Agô pra entrar, pra pisar no seu Ilê / Respeite quem é de fato direito / Nação Zumbi, Grande Rio no peito” foi explosivo e muito cantado pela torcida.