Do Carnaval do Rio de Janeiro para o Festival de Cirandas de Manacapuru. O museólogo, pesquisador e atual enredista da Unidos do Porto da Pedra, Diego Araújo estreia em terras amazonenses na Flor Matizada, grupo pioneiro de ciranda na cidade, que se apresenta neste final de semana.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

diegoaraujo
Foto: Divulgação

Diego Araújo recebeu o convite para pesquisar e desenvolver o tema da Flor Matizada em 2024, por meio do vice-presidente Andrinho Demerson, que já acompanhava o seu trabalho no Carnaval do Rio. Desde então, integra o Conselho Artístico na área responsável pela pesquisa e produção textual ao lado de Gaspar Fernandes e Márcio Braz, compondo também direção geral do espetáculo ao lado de outros diretores.

Para desenvolver o tema deste ano, o autor de enredos como “Negra, Pérola Mulher” e “Batuk” (Império da Tijuca); e “Lunário Perpétuo: A profética do saber popular” (Porto da Pedra), mergulhou nas raízes da ciranda para construir uma narrativa sobre a luta pela Amazônia nas suas questões sociais e ambientais: “O tema ‘Amazônia, Sonho e Luta Cirandeira’ se configura como um sonho de Antônio e Benta, conduzidos pelas borboletas de um panapaná amazônico em uma aventura para resgatar a Flor Matizada”, explica.

Pioneira das cirandas, a Flor Matizada foi fundada em 1980 como Ciranda do Nazaré. O Festival de Cirandas de Manacapuru passou a ser organizado em 1997 e hoje é o segundo maior festival folclórico do Amazonas, ficando atrás apenas do Festival de Parintins. A cidade, conhecida como a Princesinha do Solimões, fica a 93 km de Manaus

“O primeiro desafio é entender a dinâmica da apresentação que é bem diferente do carnaval, porém, como conheço o festival desde 2001, foi muito fácil conseguir me integrar a equipe e ao processo de gerência criativa. Entre figuração, cordão de entrada, cordão de cirandeiros, diretores e equipe de trabalho, são aproximadamente 600 pessoas envolvidas”, destaca Diego.

Sobre o Festival de Cirandas de Manacapuru

Os grupos de ciranda nasceram durante as disputas folclóricas que eram realizadas nas escolas municipais da cidade, com outras danças típicas e regionais. Hoje, o Festival de Cirandas se tornou o maior evento de Manacapuru, atraindo pessoas de Manaus e cidades próximas. A preparação dura entre dez a onze meses, começando por volta de outubro do ano anterior e seguindo até agosto, quando ocorre a apresentação oficial.

Nos itens avaliados na competição estão: Apresentador, Cantador ou Cantadores, Tocada ou Tocata, Cirandada, Porta-Cores, Cirandeira Bela, Cordão de Entrada, Cordão de cirandeiros/indumentária, Cordão de cirandeiros/coreografia e sincronismo, Harmonia Geral, Criatividade e originalidade, Alegoria, Tema e Desenvolvimento, e Princesa Cirandeira.

O segundo maior festival cultural do Amazonas acontece no último final de semana de agosto, nos próximos dias 30 e 31, no Parque do Ingá, conhecido como Cirandódromo, com transmissão ao vivo pela TV A Crítica no Youtube.