Uma história que se confunde com a própria escola. Assim pode ser definida a trajetória de Amanda Omin, de 23 anos, anunciada como a nova musa da comunidade do Acadêmicos do Salgueiro. Em uma conversa emocionante com o CARNAVALESCO, a estudante de Direito, que está no sétimo período da faculdade, revelou que o convite, recebido pessoalmente na última segunda-feira, foi uma “grande surpresa”. Cria na escola mirim “Aprendizes do Salgueiro”, Amanda fincou suas raízes na vermelho e branco aos 10 anos de idade, em 2011. Ela credita sua formação como sambista ao coreógrafo Carlinhos, a quem se refere com imenso carinho. “Foi o mestre que me lapidou, me montou. Ele me ensinou a gostar de mim, da minha personalidade”, relembrou.
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A paixão pelo carnaval, no entanto, vem de berço. Embora sua família não seja de sambistas, a grande inspiração veio da avó, Solange Barcelos da Silva. “Minha avó sim, foi a única. Ela sempre priorizou, sempre levou a gente para o Salgueiro. Eu era a neta que morava com ela, ela começou a perceber essa sensibilidade. Foi ela quem me apresentou o Aprendizes”, contou Amanda, citando a avó como sua primeira referência de “mulher sambista”.
Questionada sobre o que define uma verdadeira musa da comunidade, Amanda foi enfática ao destacar qualidades que vão além da beleza e do samba no pé. “Eu acho que além de humildade e amor à escola, eu acredito que tem que ter personalidade. O que eu posso oferecer? Eu quero me doar, quero ser útil para a minha escola. Quero ajudar minha comunidade de alguma forma, seja com as crianças, para quem já dei aula, seja de outra forma. Acima de tudo, eu quero servir”, afirmou.
Estar em uma escola conhecida por atrair muitas celebridades não a intimida. Pelo contrário, Amanda se sente em casa, literalmente. “A ficha não caiu, confesso! Mas aqui é a minha casa, eu digo que é meu quintal. Eu passo muito tempo aqui, faço parte do projeto, eu treino. Eu fico com os pés no chão. Acredito que será só alegria, como sempre foi em todos esses anos”, garantiu.
A nova musa reforçou a tradição do Salgueiro como um verdadeiro formador de talentos no mundo do samba. “Eu sou suspeita para falar do meu mestre, das meninas que são referências. Mas o Salgueiro, sim, ele forma mulheres maravilhosas, musas, rainhas. E eu vim parar aqui desde 2011, e só tenho que agradecer”, concluiu. Com a força de sua história e a benção de seus ancestrais, Amanda assume o posto para mostrar que o maior brilho de uma estrela salgueirense vem de dentro da própria comunidade.