O CARNAVALESCO acompanhou, na última quinta-feira, o terceiro dia de eliminatória de samba-enredo da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2026, na quadra de ensaios da escola, no Centro do Rio de Janeiro. Ao todo, se apresentaram seis obras. A Tijuca anunciará na próxima segunda-feira as parcerias classificadas. A próxima etapa é na quinta, dia 28 de agosto. Veja abaixo nossa análise das apresentações.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

tijuca carrodesom
Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Parceria de Lico Monteiro: A parceria de Lico Monteiro, Samir Trindade, Leandro Thomaz, Marcelo Adnet, Marcelo Lepiane, Thelmo Augusto, Gigi da Estiva e Juca foi a primeira a se apresentar na noite, em alto nível. A obra foi brilhantemente conduzida pelo intérprete Wander Pires, que casa perfeitamente com o tom mais melodioso do samba. Com uma letra muito inspirada e boas variações melódicas, a obra teve grande destaque e contou com grande torcida na quadra. Destaque positivo para o bis na cabeça do samba “Dele herdei também a cruz”. O refrão do meio ( “Os olhos da fome eram os meus// Justiça dos homens não é maior que a de Deus!//Meu quarto foi despejo de agonia//A palavra é arma contra a tirania!) e o principal (“Muda essa história, Tijuca//Tira do meu verso a força pra vencer!//Reconhece o seu lugar, e luta//Esse é o nosso jeito de escrever!) foram bem cantados.

Parceria de Arlindinho: A obra dos compositores Arlindinho, Babi Cruz, Diego Nicolau, Adolfo Konder, Luiz Petrini, Luiz Pavarotti, Michel Portugal e Fred Camacho foi a segunda a se apresentar na noite . A composição foi defendida pelo intérprete Igor Sorriso, acompanhado por grandes vozes, como Thiago Britto e Rodrigo Tinoco. Os cantores deram uma excelente sustentação à obra. O samba possui uma melodia animada, o que contribuiu muito para o bom canto da torcida presente. Destaque para o refrão do meio “Ê favela, favela do Canindé!// Onde a mãe cata no lixo pro filho poder comer// Povo marginalizado, açoitado pela lei// Cadê justiça, meu Deus? Eu não sei!” e para o refrão principal “Levanta a cabeça, preta!// Ergue o punho, rasga o véu//Tua luta é exemplo pras mulheres do Borel//No prefácio da história a Tijuca é a luz//Assina: Carolina Maria de Jesus”. Esses dois trechos foram os mais cantados na quadra. A obra foi um dos destaques da noite.

Parceria de Leandro Gaúcho: O samba dos compositores Leandro Gaúcho, Anderson Benson, Maia Cordeiro, Clairton Fonseca, Fogaça, Davison Jaime, Manoel, Alemão, Paulo Marrocos e Ailson Picanço foi o terceiro da noite. A obra foi defendida por Dodô Ananias. A parceria contou com uma boa quantidade de torcedores presente na quadra. O destaque ficou por conta do refrão do meio: “Um quarto de despejo pra quem é Maria//Não está na prateleira de nossas memórias//Me diga, quando a gente pode ser artista?//A tinta preta é que escreve a história”.

Parceria de Totonho: A parceria de Totonho, Júlio Alves, Dudu, Cláudio Russo, Chico Alves, Jorge Arthur, Machado e Fadico foi a quarta a se apresentar. O samba foi brilhantemente conduzido por Pitty de Menezes e Tinga, com o apoio de um palco muito forte, o que deu uma excelente condução e sustentação ao samba. A obra contou com uma grande quantidade de torcedores, o que sustentou uma forte apresentação. De destaque, ficou o refrão principal “(Carolina)//Maria de Jesus e dos brasis//Não há amarra que vá nos fazer parar//Um livro aberto fala mais que mil fuzis//Abre a porta social pro meu Borel entrar”.

Parceria de Gabriel Machado: A parceria de Gabriel Machado, Júlio Pagé, Robson Bastos, Miguel Dibo, Serginho Motta, Orlando Ambrósio, Jefferson Oliveira e Lucas Macedo foi a quinta a se apresentar . O samba foi muito bem conduzido por Zé Paulo e Charles Silva, que animaram a torcida da parceria. Durante a apresentação, também havia um grupo performática com uma mulher representando Carolina Maria de Jesus em uma mesa com vários livros. O destaque foi o refrão principal “É verbo que sangra na carne da rua//Clarão da justiça onde a noite é crua//A dor e a glória que a Tijuca traduz// Em poesia (Carolina de Jesus!)”.

Parceria de Tiago Makula: O último samba a se apresentar na noite foi o dos compositores Tiago Makula, Haylton Faria, Fábio Sobrinho, Robson Luís e Bim Bim. A obra foi bem conduzida, mas teve uma quantidade modesta de torcedores na quadra. O samba careceu de um momento de grande explosão na quadra, tendo uma apresentação apenas correta. O trecho mais empolgante foi o refrão principal: “Mãe valente e poetisa//Hoje é dia de arerê!//A Tijuca se encanta na missão de agradecer! //Remanescente dessa falsa abolição//Vejam quantas carolinas já calou essa nação!”