A proposta de aumentar o número de escolas de samba no Grupo Especial do Rio de Janeiro de 12 para 15 voltou a ganhar força nos bastidores do carnaval. A ideia, que agrada a muitas comunidades e entusiastas da folia, encontra, no entanto, desafios práticos e financeiros significativos para sua implementação. Recentemente, a discussão ganhou um novo capítulo com a manifestação do deputado estadual Dionísio Lins (Progressistas), que defende a ascensão de três escolas da Série Ouro anualmente, em vez de apenas uma. Em resposta à crescente especulação, Gabriel David utilizou suas redes sociais para abordar o tema. Em um vídeo, ele foi direto ao ponto sobre as necessidades para que o projeto se torne viável.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

gabrieldavid

“A gente precisa de um pouco mais de 40 milhões de reais de investimento comparado ao ano anterior e três barracões novos para que essas escolas pudessem ter o mesmo nível de competitividade das escolas que hoje estão aqui na Cidade do Samba”, explicou Gabriel.

A fala do presidente da Liesa joga luz sobre os obstáculos estruturais para a ampliação do grupo. O investimento adicional seria crucial para garantir que as novas escolas tenham condições de apresentar um espetáculo no mesmo patamar das agremiações já estabelecidas na elite. Além disso, a questão dos barracões na Cidade do Samba é um ponto nevrálgico, uma vez que o espaço físico é limitado.

Em um post que acompanha o vídeo, Gabriel David reforçou a complexidade da questão. “Nos últimos dias, essa ideia voltou a circular e ganhou força. No discurso parece lindo: mais samba, mais emoção. Mas na prática, existem desafios sérios que pouca gente fala”, escreveu.

Segundo o parlamentar, a medida visa criar “uma democracia mais abrangente na área do samba” e já teria o respaldo do prefeito Eduardo Paes e do governador Cláudio Castro. Lins afirmou que a concretização da proposta depende apenas da autorização do presidente da Liesa, Gabriel David.

A proposta de Dionísio Lins prevê um período de transição, no qual, no primeiro ano, apenas uma escola seria rebaixada, mas com a subida de três da Série Ouro, totalizando 14 agremiações no Grupo Especial. A partir do desfile de 2027, o regulamento se estabilizaria com o rebaixamento de três escolas. O deputado acredita que a medida poderia beneficiar o retorno de agremiações tradicionais e campeãs do passado, como União da Ilha, Império Serrano e Estácio de Sá.

Enquanto o debate político avança com a garantia de apoio governamental, a Liesa, sob a gestão de Gabriel David, se posiciona de forma pragmática, condicionando a mudança a um substancial aporte financeiro e a uma solução para a infraestrutura. O futuro do Grupo Especial, portanto, parece depender do equilíbrio entre a vontade política de expandir o espetáculo e a capacidade de garantir os recursos necessários para manter a excelência do maior show da Terra.