Claudio Russo, um dos maiores vencedores de disputas de samba-enredo da atualidade, participou de uma entrevista no podcast “Chega Junto”, apresentado por Muka. Durante a conversa, o compositor compartilhou detalhes sobre seu processo criativo, sua relação com a Paraíso do Tuiuti e suas opiniões sobre o atual cenário do carnaval.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

tuiuti festa samba 2026 23
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Um dos momentos de destaque da entrevista foi quando Russo revelou uma curiosa coincidência envolvendo o enredo da Tuiuti. Ele contou que, por acaso, estava lendo um livro sobre o tema que viria a ser o enredo da escola, antes mesmo do anúncio oficial. “Sem saber que seria o enredo”, afirmou. Ao receber a notícia, ele prontamente enviou uma foto do livro para o carnavalesco, Jack Vasconcelos.

Sobre o processo de criação, Claudio Russo explicou a dinâmica da Paraíso do Tuiuti. A escola costuma anunciar o tema do enredo no dia 5 de abril, aniversário da agremiação, e a sinopse é divulgada em 13 de maio, data que marca a abolição da escravatura. A partir daí, os compositores iniciam seus trabalhos.

Russo também falou sobre a parceria com outros compositores, destacando a importância da colaboração. Neste ano, por sugestão de Gusttavo Clarão, a parceria convidou o historiador Luiz Antônio Simas para integrar o time de compositores, o que, segundo Russo, foi fundamental para o desenvolvimento do samba.

Ao ser questionado sobre o futuro do gênero samba-enredo, Claudio Russo expressou algumas preocupações. Ele criticou a influência da internet e das redes sociais no julgamento dos sambas, afirmando que muitas vezes a opinião popular, a “bolha”, pode influenciar negativamente os jurados. “A bolha erra com bandeira”, disse ele, referindo-se ao preconceito com escolas de menor apelo popular.

O compositor, que já acumula mais de 200 sambas em sua carreira de 37 anos, revelou que pensa em se aposentar em breve. “Acho que em dois, três anos no máximo eu vou parar”, declarou, citando o cansaço e o ritmo intenso das disputas como principais motivos.

Durante o bate-papo descontraído, Russo também compartilhou histórias curiosas, como a vez em que compôs um samba para a Unidos da Tijuca em apenas 45 minutos e a inspiração inusitada que veio de um vídeo no TikTok para a criação de um refrão. A entrevista completa está disponível no canal do podcast “Chega Junto”.