
O CARNAVALESCO acompanhou o segundo dia de eliminatória de samba-enredo da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2026. A escola anunciará na próxima segunda-feira as parcerias classificadas. A próxima etapa é na quinta, dia 21 de agosto. Veja abaixo nossa análise das apresentações.
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Parceria de Arlindinho: A parceria de Arlindinho, Babi Cruz, Diego Nicolau, Adolfo Konder, Luiz Petrini, Luiz Pavarotti, Michel Portugal e Fred Camacho abriu a noite de disputa na escola do Borel, sob o comando de Igor Sorriso, que conduziu muito bem o samba. A apresentação demonstrou uma obra animada, com poética muito bonita, especialmente nos versos dos refrões. Destacou-se o “Ê Favela, Favela do Canindé”, no refrão do meio, e, na segunda parte do samba, versos como “Não, ninguém apaga a memória” e “Daqui pra frente todo o mundo vai saber/Que o livro é porta aberta pra quem quer vencer”. A parceria contou ainda com uma torcida bastante animada durante a apresentação.
Parceria de Leandro Gaúcho: Wantuir e Wic Tavares defenderam com segurança o samba da parceria de Leandro Gaúcho, Anderson Benson, Maia Cordeiro, Clairton Fonseca, Fogaça, Davison Jaime, Manoel, Alemão, Paulo Marrocos e Ailson Picanço, mais uma vez evidenciando a sintonia entre pai e filha à frente do microfone. O samba é explicativo e traz versos de impacto logo na primeira parte, como “Negra, excluída, brasileira/Daquelas que servem a mesa/A Coragem das Gerais”, retratando a condição de Carolina e sua origem em Minas Gerais. O refrão do meio é bem construído, com melodia agradável e versos marcantes, especialmente nos dois últimos: “Me diga, quando a gente pode ser artista?/A tinta preta é que escreve a história”.
Parceria de Tiago Makula: A parceria de Tiago Makula, Haylton Faria, Fábio Sobrinho, Robson Luís e Bim Bim Portela fez uma apresentação tranquila no palco tijucano, conduzida por Serginho do Porto, que deu muita força à letra. A obra apresenta muitos versos, o que a torna um pouco longa, principalmente nos refrões, mas ainda assim estes se destacam. O refrão final encerra com impacto: “Remanescente/Dessa falsa abolição…/Vejam quantas Carolinas/Já calou essa nação!”. Na primeira parte, versos como “Sua grafia,/Sem padrão da academia,/Moço, a sabedoria/Não se rende aos imortais” também chamaram atenção.
Parceria de Eduardo Medrado: Dowglas Diniz e Emerson Dias conduziram com firmeza o samba da parceria de Eduardo Medrado, Drédi, Kleber Rodrigues, Luiz Nascimento, Romeu D’Malandro, Rony Silva e Sandro Nery, com o reforço de Tem-Tem Jr., que acrescentou bons momentos à apresentação. A parceria apresentou versos interessantes, como os do refrão do meio, de melodia envolvente, e trechos marcantes da segunda parte: “Palavras são navalhas afiadas/Ela usava contra os vícios do poder” e “Não lhe vestiram fardões, mas o seu pretuguês lhe fez escritora imortal”. Versos próximos ao final, na subida para o refrão principal, também mantiveram o nível da obra.
Parceria de Lico Monteiro: A quinta apresentação foi da parceria de Lico Monteiro, Samir Trindade, Leandro Thomaz, Marcelo Adnet, Marcelo Lepiane, Thelmo Augusto, Gigi da Estiva e Juca. O samba, animado e contagiante, teve bons momentos, com destaque para o refrão do meio e o principal, cantados inclusive por pessoas fora da torcida. A primeira parte também trouxe versos expressivos, como “Olhem em mim, eu tenho as marcas/Me impuseram sobreviver/Por ser livre nas palavras/Condenaram meu saber”. Wander Pires foi um dos grandes destaques da noite, com uma interpretação potente que evidenciou a força da obra.
Parceria de Gabriel Machado: A parceria de Gabriel Machado, Júlio Pagé, Robson Bastos, Miguel Dibo, Serginho Motta, Orlando Ambrósio, Jefferson Oliveira e Lucas Macedo foi comandada por Zé Paulo, que conduziu de forma tranquila e animada. Houve bons momentos na primeira parte, como “Bitita frente aos ecos do açoite/Quem assina a autoria é Maria cor da noite”. No refrão do meio, sobressaiu-se “Em versos eu falei com Deus/Ensinei aos filhos meus/O alfabeto da alforria”. Já na segunda parte, a partir de “Desafiei a vitrine do erudito”, a melodia fez uma boa subida até o refrão final, que começa com força: “É verbo que sangra na carne da rua”, atraindo a atenção até de quem estava fora da torcida.
Parceria de Totonho: Encerrando a noite, Pitty de Menezes apresentou com segurança o samba da parceria de Totonho, Júlio Alves, Dudu, Cláudio Russo, Chico Alves, Jorge Arthur, Machado e Fadico. A obra trouxe muitos versos de destaque, como o refrão do meio: “Ê Canindé, cada um com sua cruz/Ê Canindé, eu também sou de Jesus/Sinto a fome do excluído/Sente o gume do facão/Vim dar nome ao esquecido/Sem registro ou certidão”. A segunda parte, iniciada por “Negro Drama”, e a subida para o refrão principal a partir de “Tijuca… dá lugar de fala a um quarto de despejo” também se destacaram pela força da melodia e pela boa recepção da torcida e do público presente. Foi uma apresentação marcante, fechando com chave de ouro a noite na quadra do Borel.