Na noite chuvosa da última sexta-feira, a Cidade do Samba recebeu a “Noite dos Enredos”, evento em que as escolas do Grupo Especial do carnaval do Rio apresentam, em performances especiais, os temas que levarão à Marquês de Sapucaí em 2026. Com entrada solidária (um quilo de alimento não perecível), a festa reuniu componentes das agremiações, inúmeros famosos e apaixonados pelo samba. Apesar do clima de confraternização e dos elogios à organização e aos shows, formou-se um consenso entre os presentes: a falta de telões espalhados pelo espaço dificultou a visibilidade do palco. Além disso, camarotes instalados nas laterais atrapalharam a visão e a passagem das pessoas, especialmente, quando a chuva levou parte do público a se abrigar perto do espaço.

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O sambista e gestor cultural, Nuryunho Almawi, 30 anos, de Nova Iguaçu, torcedor da Beija-Flor, elogiou a proposta: “A ideia do evento é fantástica e apoio cada vez mais ter eventos da Cidade do Samba para o público que respira carnaval. Graças a Deus, hoje está bem cheio, mas acabou que nem todo mundo está tendo acesso a conseguir alimentação, bebida, clima… É diferente de futebol, que é um vaiando o outro. Na escola de samba, o clima é harmônico, está todo mundo aqui congregando o carnaval”.

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Sambista e gestor cultural, Nuryunho Almawi, 30 anos, de Nova Iguaçu, torcedor da Beija-Flor,

Thalles Monnerat, 39 anos, técnico judiciário, morador da Glória e torcedor do Império da Uva e da Beija-Flor, destacou: “A organização está muito boa, o som está impecável, maravilhoso. A roda de samba do Cacique de Ramos abrindo com homenagem ao Arlindo e ao Bira Presidente, a exposição aqui do Bira… Está tudo com muito cuidado, com uma qualidade muito boa mesmo”.

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Thalles Monnerat, 39 anos, técnico judiciário, morador da Glória e torcedor do Império da Uva e da Beija-Flor

Para Carla Lemls, 39 anos, professora, moradora da Glória e torcedora da Mangueira e do Império da Uva, a experiência foi única, mas com ressalvas: “Lindo, incrível, rico, limpo e organizado. Muito gostoso poder estar aqui e conhecer um pedacinho do que cada escola vai trazer no ano que vem. Mas, para as baixinhas, o palco está triste, porque eu quero ver toda essa dança que o pessoal está trazendo”.

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Carla Lemls, 39 anos, professora, moradora da Glória e torcedora da Mangueira e do Império da Uva

A fonoaudióloga Helenice Mello, 28 anos, de Nova Iguaçu, também aprovou: “É a segunda vez que venho. A organização está impecável, como no ano passado. É um evento extremamente importante para a divulgação do samba e das escolas, que são instituições fundamentais para a nossa cultura. Aqui está super acessível, todo mundo pode ver o que a sua escola vai apresentar. O clima está super acolhedor, super empolgante, está maravilhoso”.

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Fonoaudióloga Helenice Mello, 28 anos, de Nova Iguaçu

Já a aderecista Cátia Cristina Romão, 59 anos, da Viradouro e torcedora da Mangueira, reclamou da falta de recursos visuais: “Este ano deixou um pouco a desejar. A gente que é baixinho ou médio não consegue ver. Teve ano que colocaram telão, e mesmo que não conseguíssemos ver o palco, dava para acompanhar por ele. Agora não tem. Mas o evento é legal, a gente encontra os amigos, eu amo samba, mas podia ter isso de volta. Mas gostei da entrada acessível ao público, que traz o povão para cá, e eu gosto é disso”.

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Aderecista Cátia Cristina Romão, 59 anos, da Viradouro e torcedora da Mangueira

A enfermeira Raquel Garcia, 42 anos, de Bangu, também pediu melhorias, mas elogiou: “Poderiam colocar telões nas laterais, porque não conseguimos visualizar lá na frente. Está igual ao ano passado. Talvez o público esteja um pouco menor por causa da chuva, mas a galera do samba está aqui, e isso é que importa. Organização e preços estão ótimos, até a cerveja baixou um pouco. Só falta mesmo o telão para a visibilidade”.

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Enfermeira Raquel Garcia, 42 anos, de Bangu

O presidente da torcida da Mangueira, Romário Souza, 46 anos, aprovou a limpeza, mas comentou: “O preço é salgado, mas isso é em todo lugar. Estamos vivendo um momento em que os preços estão muito altos”.

Sua amiga Tayane Nogueira, 24 anos, completou: “Poderia melhorar a questão dos preços acessíveis para o povo, porque o carnaval é feito para a população que está aqui para englobar e juntar a galera”.

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Romário Souza e Tayane Nogueira

Para o empresário Roberto Vasconcellos, 60 anos, da Portela, o único ajuste seria: “Ter mais caixas para pagar as bebidas e reduzir as filas. O resto está perfeito, banheiro muito tranquilo e limpo. Deveria ter mais eventos aqui na Cidade do Samba”.

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Empresário Roberto Vasconcellos, 60 anos, da Portela

O estreante Ryan Teixeira, 21 anos, que nunca havia participado de um evento de carnaval, saiu convencido: “Gostei bastante. Achei divertido, é um lugar totalmente diferente para mim, por isso, interessante. Voltaria mais vezes e chamaria amigos. Gostei da estrutura, das várias opções de comida. Os shows da Mocidade e do Salgueiro foram os mais animados. Não teve nada que eu não gostei”.

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Ryan Teixeira, 21 anos, que nunca havia participado de um evento de carnaval

Mesmo sob chuva e com críticas pontuais, a “Noite dos Enredos” mostrou que o público quer mais encontros como esse durante o ano, desde que possa ver de perto (ou pelo telão) o espetáculo que só o carnaval carioca sabe oferecer.

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