Os mestres de bateria do Salgueiro, Guilherme e Gustavo, estão animados com mais uma preparação para o próximo carnaval, quando o Torrão Amado levará os carnavais de Rosa Magalhães para a Sapucaí com o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, do carnavalesco Jorge Silveira. No último sábado, o CARNAVALESCO conversou com a dupla sobre a preparação para 2026, as expectativas para a “Furiosa”, o trabalho em conjunto com a área musical da escola e a análise sobre o último desfile.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

guilherme gustavo
Mestres Guilherme e Gustavo. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

No Carnaval 2025, a “Furiosa” conquistou os 40 pontos na apuração da Quarta-Feira de Cinzas, mesmo com o Salgueiro fora do desfile das campeãs. Mestre Gustavo classificou o desempenho da bateria como impecável, destacando que a última temporada foi mais longa que o habitual. Já mestre Guilherme ressaltou a excelência do samba e do enredo, além da superação de qualquer dificuldade pós-carnaval para iniciar a preparação rumo a 2026.

“A gente esperava chegar um pouco mais à frente, voltar no sábado das campeãs, mas infelizmente não aconteceu. Fizemos um belíssimo carnaval, a bateria Furiosa veio impecável como sempre. Foi uma temporada um pouco mais longa, mas conseguimos levar de forma tranquila, leve, familiar, como é o nosso estilo aqui com a galera. E, assim, chegamos no Carnaval e alcançamos um resultado positivo”, comentou mestre Gustavo.

“Estávamos com um samba muito bom, o enredo também, e graças a Deus a gente chegou aos 40 pontos com a bateria Furiosa mais uma vez. Infelizmente, ficamos numa posição não muito boa com a escola. Agora é melhorar os pontos em que erramos para alcançar nosso objetivo, que é ser campeão”, completou mestre Guilherme.

A sintonia com o carro de som do Salgueiro também foi destacada. Os mestres ressaltaram a boa convivência com o intérprete Igor Sorriso e o diretor musical Alemão do Cavaco. Gustavo lembrou que a amizade com Igor vem desde os tempos de Aprendizes do Salgueiro, escola mirim da Academia. Para Guilherme, a harmonia entre todos é fundamental para o trabalho musical.

“O Igor é um amigo de longa data, foi do Aprendizes com a gente. É um dos melhores intérpretes do carnaval brasileiro. O Alemão é competente, íntegro, um ótimo maestro. É muito fácil trabalhar com eles”, disse Gustavo.

“Com o Alemão, estamos sempre em contato. Temos um grupo onde tratamos de todos os trabalhos do Salgueiro, e isso facilita muito. O Igor a gente já conhece há muito tempo, e essa proximidade é muito boa para nós. A gente só vai estar bem se eles estiverem bem também. Essa união é o principal do nosso trabalho”, afirmou Guilherme.

A dupla também falou sobre a evolução da Furiosa, que se torna cada vez mais “raiz”, com a presença crescente de ritmistas vindos do Aprendizes, assim como eles próprios.

“Eu gosto muito de ver o processo desde o início dos ensaios, trazendo a molecada da Aprendizes, da comunidade do Salgueiro, da Silva Telles, do Andaraí e de áreas próximas. Não é apenas questão de rítmica, mas de ter uma bateria 100% salgueirense. Quando chegamos no primeiro boxe e toca o samba-exaltação, vemos o ritmista chorando, se emocionando e tocando com o maior prazer e amor pela escola”, afirmou Gustavo.

Guilherme reforçou a importância da renovação entre um carnaval e outro, quando alguns ritmistas saem por motivos pessoais e outros chegam para ocupar as vagas.

“Esse é o momento de entender quem não vai continuar e começar a inserir novos ritmistas. Gostamos de trazer integrantes da escola mirim, da oficina que temos às segundas-feiras, e também pessoas de outras escolas. A cada ano a Furiosa se transforma, trabalhando coisas novas. A mente fica aguçada, vamos criando, estudando, aprendendo e trazendo tudo isso para o nosso trabalho na bateria”.

Por fim, os mestres comentaram as expectativas para o enredo sobre Rosa Magalhães. Eles já iniciaram conversas com Jorge Silveira e buscam referências para criar uma identidade musical inspirada nos carnavais da “professora”.

“Estávamos conversando sobre como esse enredo poderia nos oferecer material musical para abordar os temas propostos. Não é um enredo biográfico, mas sim que conta a carreira da Rosa. É um enredo que vai emocionar todo o mundo do carnaval, que é fã dela”, disse Gustavo.

“Algumas coisas são surpresa, mas estamos alinhando com o Jorge como o enredo vai se desenvolver. Ele vai abrir a ‘biblioteca da Rosa’ para mostrar toda a carreira dela. Pensamos em abrir também a ‘biblioteca da Furiosa’, resgatando carnavais antigos que ela desenvolveu, seja no Salgueiro ou em outras escolas. Assim, poderemos fazer homenagens a momentos marcantes que ela criou. Estamos em fase de pesquisa”, concluiu Guilherme.