Almejando ascender à Série Ouro, a Lins Imperial, em 2026, terá como enredo “Macacu — No caminho das águas cristalinas, reflete a alma da criação”. A narrativa, debruçada a partir da íntima relação de Macacu com as águas, percorre os trajetos que refletem a alma da criação da cidade, por meio das cosmogonias dos Bantu e dos Puri e, por consequência, desdobrando-se em práticas locais ligadas à água, como aquelas das comunidades tradicionais, festividades populares e religiosas, além das iniciativas de preservação ambiental.
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“A Lins Imperial tem duas de suas comunidades do Complexo do Lins com forte relação com as águas, carregando inclusive um desenho natural geográfico desse elemento em seus nomes: Cachoeirinha e Cachoeira Grande. Por muitos anos, as águas do Lins serviram como um lugar em que os seus moradores desenvolveram diversas práticas sociais, como as das lavadeiras e as de lazer. Quando escolhemos Cachoeiras de Macacu, observamos também essas similaridades. E agora nossas águas encontram as cristalinas de Macacu. Agradeço ao prefeito Rafael Miranda, à vice-prefeita Dra. Patrícia Coelho e ao secretário municipal de cultura Lucas Bueno pela parceria conosco, por ter nos disponibilizado documentos históricos da cidade e por ter nos orientado da melhor forma para chegarmos aos pesquisadores e aos cidadãos cachoeirenses que tanto têm a nos ensinar sobre Macacu”, agradeceu o presidente Flávio Mello.
Pelo segundo ano consecutivo como enredista da escola, ao lado de Mateus Pranto, Kitalesi descreve o processo de criação do enredo: “Fizemos um verdadeiro mergulho nas águas de Macacu. Fomos à cidade e executamos um trabalho de campo, escutando pesquisadores e moradores macacuanos, bem como visitando lugares singulares e colhendo documentos que pudessem enriquecer nossa pesquisa. E, a partir disso, compreendemos como a água é um elemento sagrado para a cidade como um todo, estando presente em narrativas fundadoras e em práticas locais promovidas pelos cachoeirenses”, comenta o enredista Arnaldo César Roque (Kitalesi).
“Ao escolhermos como fio condutor falar de Macacu a partir das suas águas, também decidimos por uma narrativa que bebe da fonte da sabedoria afroindígena, que nos ensina a necessidade de respeitar e cultuar a água como elemento divino, sagrado, capaz de nos lembrar das nossas histórias e da nossa existência. A água é memória, caminho e retorno para todos nós. Adotar essa perspectiva narrativa, debruçada nas tradições indígenas e africanas, inclusive, é uma característica da Lins Imperial, o que vem gerando bons enredos e sambas.”, completa o enredista Mateus Pranto.
Na condução do carnaval 2026 a Lins terá a dupla de carnavalescos Agnaldo Correa e Edgley Cunha. Os artistas já trabalham na criação de fantasias e alegorias com o intuito de transformar, de forma gloriosa e grandiosa, toda essa relação de Macacu com as águas, partindo das cosmogonias dos Bantu e dos Puri, depois, abordando aspectos da cidade com forte relação com esse elemento sagrado, como as práticas de comunidades tradicionais, as festividades populares e religiosas, além das iniciativas de preservação ambiental presentes em Cachoeiras.
A Lins será a 12ª a desfilar, no domingo de carnaval, 15 de fevereiro de 2026. A sinopse e o calendário de disputa de samba-enredo, aberta a todos compositores, será divulgado em breve.