Como primeiro passo em seu retorno ao Grupo de Acesso I, a Camisa 12 participou da festa de definição da ordem dos desfiles do carnaval de São Paulo, realizada em 17 de maio na Fábrica do Samba. O enredo da Pantera já está escolhido: “Princesas Nagô, Rainhas do Brasil — A Origem da Fé, Herança de Ketu”, assinado pelo carnavalesco Delmo de Moraes, será o tema do desfile que abrirá as apresentações de domingo, dia 15 de fevereiro de 2026, no Sambódromo do Anhembi. O CARNAVALESCO conversou com integrantes da escola alvinegra sobre o trabalho vitorioso de 2025.

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Da sintonia da dupla ao sonho Especial

O intérprete Tim Cardoso realizou seu quinto desfile pela Camisa 12 em 2025, sendo o segundo ao lado do veterano Clóvis Pê. O artista falou sobre a experiência de dividir o carro de som com o cantor carioca, que acumula passagens marcantes por grandes escolas do eixo Rio-São Paulo, durante o ciclo que marcou o retorno da Pantera ao Grupo de Acesso I.

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“Emoção à flor da pele. Não só de subir o Acesso I, que estávamos batendo na trave há alguns anos, mas o Clóvis é meu parceiro, meu professor. Estamos vindo de outro carnaval, já cantamos em outras escolas juntos e eu fiz questão de ele vir para cantar conosco não só pela voz dele, mas pelo astral, pelo clima dele. É um cara que traz sempre muita alegria para nós”, declarou.

Para Tim Cardoso, o bom desempenho do carro de som da Camisa 12 também passou pelo entrosamento com Clóvis Pê. O cantor destacou a harmonia entre os intérpretes como um fator decisivo para a performance da dupla na Avenida.

“Graças a Deus, nenhum dos dois tem muita vaidade. Todo mundo tem um pouco de vaidade, mas a vaidade tem sempre um limite. Eu acho que entendemos um ao outro, temos uma parceria. Nos falamos muito pelo telefone, mesmo ele ensaiando no Rio de Janeiro. Eu moro em Santos, tocamos muito pelo telefone e sempre nos ensaios nós estamos nos envolvendo nas ideias da hora. Acho que o entrosamento sai natural, graças a Deus”, disse.

O intérprete relembrou como a confiança se desenvolveu ao longo do ciclo do carnaval de 2025. Para Tim, a aceitação do samba pela comunidade e o desempenho nos ensaios alimentavam boas expectativas para o desfile que garantiu à Camisa 12 o acesso.

“O samba foi uma crescente. Nós víamos pela escola, pela comunidade, vendo que estava todo mundo aceitando legal. Eu tinha esperanças, esperanças sempre temos. Todo mundo entra na Avenida com 10, mas sempre tem alguma coisa, algum detalhe que acaba pecando. Esse ano, graças a Deus, viemos com o barracão perfeito, a comunidade veio direitinho, dando aquela força para nós esse ano. No começo no primeiro ensaio técnico, que nós tivemos um ensaio técnico só, mas teve outro ensaio em rua, que eu acho que quando teve ensaio técnico na rua senti que dava para chegar um pouquinho aonde precisávamos chegar”, avaliou.

Ao projetar o novo ciclo carnavalesco, Tim Cardoso destacou a motivação da escola para não apenas ter um bom desempenho no Acesso I, mas também almejar voos mais altos.

“Podem esperar muita garra, muita alegria, muita vontade de permanecer no grupo, que é um grupo de vencedores, é um grupo muito forte. Queremos vir comendo pelas beiradas, e se der um espacinho podemos até morder um pouco mais para cima. Quem sabe podemos ter essa ambição de chegar a ganhar e chegar no Especial? Mas podem esperar muita garra, muita vontade que a Camisa 12 vem chegando”, completou.

Superando desafios e a força da amizade

A Camisa 12 desfilará no Acesso I após vinte anos. Nesse período, a Pantera sofreu quedas, mas conseguiu se reerguer e retorna ao segundo grupo do carnaval paulistano após sete desfiles seguidos no Acesso II. O diretor de carnaval Demis Roberto reconhece o desafio de encarar um concurso com alta rotatividade de escolas, mas está confiante na capacidade da Alvinegra em competir de igual para igual, e até sonhar com mais.

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“Acho que temos feito um trabalho que nos qualifica para estarmos no Grupo de Acesso I. Nós só não tínhamos subido antes por problemas técnicos. Um carro quebrou duas vezes, e quando acontece uma coisa dessas não tem muito o que fazer. Acho que nós estamos sim credenciados e vamos fazer um trabalho para isso. Sabemos que é muito difícil, é um grupo enxuto demais. São oito escolas, duas sobem, duas caem, é um grupo enxuto onde qualquer tropeço leva para o Acesso II. Mas nós vamos disputar, nós vamos fazer um trabalho condizente com as nossas ideias. Já temos enredo, também estamos trabalhando, e acho que estamos credenciados sim. Vamos buscar, e se deixarem nós beliscamos alguma coisa”, afirmou.

Durante a apuração, a Camisa 12 flertou por muitos momentos com o título. O acesso veio mesmo sem o primeiro lugar, mas para Demis, isso pouco afetou os planos da escola para o próximo carnaval. “Faria diferença no sorteio, mas o ânimo é o mesmo. Talvez eu não abrisse o carnaval, e hoje vou abrir. De um ponto de vista muito técnico, nós deixamos escapar”, disse.

O desfile de 2025 marcou o retorno do carnavalesco Delmo de Moraes para a Camisa 12 após um ano fora, para assinar seu quinto desfile pela Pantera. O diretor exaltou o colega de escola, destacando seu legado e a amizade que possuem.

“O Delmo é um grande parceiro, é um amigo querido. Trabalhamos juntos desde o Império. Trabalhei com ele no Império, na Vila Maria e trouxe ele para a Camisa 12. É um grande parceiro, não tenho o que falar do Delmo, é mais o mesmo. Ele trabalha comigo, é um grande parceiro. É um cara que, se eu puder, vou trabalhar com ele a vida inteira”, concluiu Demis.