O vice-presidente da Imperatriz Leopoldinense, João Felipe Drumond, conversou com o CARNAVALESCO durante a entrega da sinopse para os compositores, na quadra da escola, sobre a disputa de samba-enredo da agremiação. João destacou as vantagens do modelo adotado pela Imperatriz, ressaltando os benefícios tanto para os compositores quanto para a escola, com foco na qualidade das composições que disputarão o posto de hino oficial do próximo carnaval, quando a Verde e Branco levará o enredo “Camaleônico” à Marquês de Sapucaí.
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João iniciou explicando que não haverá mudanças no formato da disputa em relação ao ano anterior, destacando os comentários positivos que recebeu sobre o modelo adotado.
“Tudo se mantém, porque tivemos uma experiência muito positiva no ano passado. Acho que um dos grandes comentários no mundo do Carnaval foi que a disputa da Imperatriz talvez tenha sido a mais inclusiva. Então, em time que está ganhando não se mexe. A quantidade de gente aqui na quadra hoje, interessada na sinopse, de compositores presentes, mostra que é um modelo que já deu certo”.
O vice-presidente da Rainha de Ramos prosseguiu destacando os pontos positivos da disputa sem a presença de torcidas organizadas pelas parcerias de compositores. Ele apontou a manifestação mais natural dos componentes da escola e o barateamento do processo, já que as parcerias se preocupam menos com o investimento financeiro. Segundo João, o objetivo da Imperatriz é encontrar a essência do samba que melhor represente o desfile.
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“Acho ótimo quando as pessoas se manifestam de forma natural. Todo mundo que gosta de Carnaval e vive uma disputa de samba tem suas predileções — é natural que queiram torcer. Mas isso é uma coisa. Outra é quando grupos de compositores ou empresários aportam grandes valores financeiros, organizam torcidas que muitas vezes não têm vínculo com a escola, alugam ônibus, gastam com churrascos e cervejas. É um dinheiro que entra na conta da escola? Sim. Mas, sinceramente, a Imperatriz não faz questão dele. O importante para nós é cultivar a essência do samba. Queremos que cada vez mais compositores tenham liberdade e condições igualitárias para disputar e apresentar sua obra. O samba é feito disso”.
O dirigente gresilense reforçou esse ideal de igualdade citando o compositor Vicentinho e como uma disputa menos baseada em aporte financeiro favorece todos que almejam ter seu samba na história da escola.
“Cada compositor sonha em vencer na escola que ama e defende — e a Imperatriz, hoje, proporciona isso. Acho que o Carnaval como um todo precisa desse modelo, senão acabamos limitando as disputas aos grandes empresários. Estava conversando agora com o Vicentinho, autor de ‘Liberdade, Liberdade’, um dos maiores sambas da história da Imperatriz. Em determinado ano, ele não disputou porque não tinha condições financeiras nem conseguiu formar uma parceria forte. E, quando falo disputar, não é apenas se apresentar na quadra, mas disputar em igualdade de condições. Com esse modelo, todos ficam em pé de igualdade, e o que passa a valer é o talento, a criatividade e o valor da obra”.
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Por fim, João reforçou o objetivo da escola de valorizar a qualidade do samba acima de qualquer outro critério, deixando de lado o perfil pessoal do compositor e priorizando exclusivamente a obra que possa levar a escola ao título.
“Sem dúvida, é uma forma de baratear a disputa para que, independentemente da questão financeira, o que prevaleça na Imperatriz seja a qualidade da obra e dos compositores. Não quero saber se o compositor é branco, negro, homem, mulher, se tem dinheiro ou não, de onde é o cantor. Quero saber se é um samba que pode atender às expectativas para que a Imperatriz seja campeã do Carnaval mais uma vez. Se for isso, é o que queremos”.