A quadra da Mocidade Unida da Mooca foi palco, no último sábado, da celebração de seus 38 anos, com apresentações das coirmãs Barroca Zona Sul, do Jabaquara, e Unidos de Padre Miguel, do Rio de Janeiro. O evento marcou o início do Carnaval 2026 para a comunidade, que, além de comemorar mais um aniversário, celebrou a conquista do acesso ao Grupo Especial. Além da festa, a noite foi repleta de emoções. Com a quadra cheia, a comunidade marcou presença, cantando os sambas de todas as agremiações. Quem abriu os trabalhos foi a MUM, que realiza o sonho de chegar ao Grupo Especial pela primeira vez em sua história.
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“A MUM lutou muito para chegar, e agora a gente precisa desfrutar de cada passo, cada dia, cada encontro. Espero não assimilar [o acesso], porque está sendo muito emocionante viver tudo isso. É a realização de um sonho, é um trabalho duro, e continuaremos trabalhando duro e sonhando sempre mais”, declarou o presidente Rafael Falanga durante as comemorações.
Com a conquista do acesso, o carnavalesco da escola, Renan Ribeiro, ficou marcado como o responsável pelo desfile histórico que levou a agremiação ao Grupo Especial.
“É uma felicidade absurda, porque é uma escola com a qual eu já tinha uma proximidade, conhecia muita gente daqui, o próprio Rafael, tenho muita amizade com o Caio (Araújo) também, o carnavalesco que me antecedeu. Retornar à Mooca, onde eu já tinha passado um tempo atrás, e chegar justamente neste ano, em que a escola criou musculatura e um jeito de fazer carnaval muito identitário, e fazer com que ela alcançasse o Grupo Especial, que há 38 anos vinha sendo perseguido, para mim é, profissionalmente, maravilhoso. Mas, como sambista, me deixa muito feliz ver uma escola jovem, diferente, com vida, que pensa e faz carnaval de forma autêntica, participando da elite do carnaval de São Paulo. Acho que não só para a Mooca é importante, mas para o carnaval como um todo”, declarou.
Uma das tradições da agremiação é iniciar a composição do samba-enredo antes mesmo da divulgação da sinopse. O intérprete Gui Cruz é um dos compositores, participando ativamente do processo criativo desde 2016.
“Vou ter a oportunidade de fazer o samba com a mesma galera que fez o samba do ano passado. A gente já compõe para a Mooca desde 2016, no ano da Carmem Miranda. Fizemos um samba para concorrer e acabamos utilizando um refrão que havíamos perdido um ano antes na Tijuca. Depois disso, seguimos compondo todos os anos, e neste ano, novamente, vamos trabalhar juntos. Já fizemos algumas reuniões e foram sensacionais”, contou Gui.
Fazendo dupla com Gui e estreando no carnaval de São Paulo, Emerson Dias chegou com o pé direito: em seu primeiro ano, conquistou junto à escola o acesso e agora fará sua estreia na elite do carnaval paulistano.
“A gente fez um trabalho muito bacana: toda a diretoria, o presidente Rafael, a minha equipe, o Gui. Colocar esse samba maravilhoso na avenida foi um desfile marcante para a MUM, para mim e para o Carnaval de São Paulo. É uma escola com muita vontade de estar no Grupo Especial e que chega para ficar, para disputar de igual para igual. Eu encaro os 500 quilômetros de distância de boa — seja de ônibus, de carro ou de avião. O importante é manter a agenda e a vontade de fazer dar certo”, afirmou Emerson.
No próximo dia 17 de maio, será definida a ordem dos desfiles do Carnaval 2026, na Fábrica do Samba. Desde 2024, a ordem de escolha é determinada pela classificação geral: a campeã inicia a escolha e a sequência segue a classificação; as duas últimas escolhas são das escolas ascendentes, campeã e vice-campeã do Acesso 1, respectivamente. Assim, a MUM será a última a escolher sua posição e deverá ser a primeira escola a desfilar na sexta-feira de carnaval.
“Já estamos convictos de que a MUM vai abrir a sexta-feira. Estamos preparando toda uma estratégia para isso, para garantir uma concentração confortável — que é o maior desafio de abrir a sexta-feira, naquela fatídica primeira baía que tantas escolas temem. Mas já vimos muitos processos tranquilos ali, como o Colorado este ano, que fez uma concentração muito bem pensada. É questão de estratégia, de preparação. Já estamos pensando na sexta-feira, para abrir o carnaval de São Paulo e fazer um desfile à altura da nossa luta e do que o carnaval merece também”, destacou o presidente Rafael Falanga.
A comemoração ainda está longe de acabar. Com a estrutura da agremiação e a garra da comunidade, a MUM está pronta para permanecer na elite do carnaval paulistano.