Em entrevista ao canal “Fala Muka”, o carnavalesco da Unidos de Padre Miguel, Lucas Milato, que renovou para 2026, citou lições, desafios e polêmicas enfrentados pela escola no último carnaval. Ele iniciou abordando a questão do ambiente dos artistas estar cada vez mais jovem: “Eu acho que a UPM vem discutindo um pouco sobre isso, sobre confiar na juventude, apoiar e dar espaço para novos talentos, porque isso faz parte do processo de renovação desse mundo carnavalesco. É muito importante quando uma escola com a estrutura e história da UPM faz isso, porque ela potencializa para que outras escolas façam o mesmo. É fundamental dar espaço para esses profissionais, não só no segmento carnavalesco, mas na gestão também. A Lara, por exemplo, é uma referência incrível. É uma jovem, uma mulher, no pilar de maior sustentação de uma escola de samba, que é a presidência. É algo inspirador; imagina quantas outras mulheres não se sentem representadas”.
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Sobre a parceria com Louzada, o carnavalesco contou que “foi uma parceria que deu muito certo. O que tornou o processo tão gratificante foi que, a todo momento, colocávamos a escola acima de tudo. Esquecemos que o cargo de carnavalesco é cheio de pompa e pluma, e focamos no que era essencial: a escola e o desfile. Foi uma relação de muita troca, tanto profissional quanto pessoal”.
Sobre a quebra de expectativa pós-apuração, Milato comentou: “Houve uma inconsistência gritante nos julgamentos. Por exemplo, perdemos décimos em alegorias por refletores pretos em um carro dourado, enquanto outras escolas usaram o mesmo sem penalidade. Uma jurada criticou o formato cúbico do fogo, mas outras agremiações usaram o mesmo elemento sem perder pontos. Isso mostra a falta de parâmetros claros. O regulamento precisa urgentemente de revisão para evitar situações assim”.
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Sobre as mudanças no carnaval de 2025
“Inicialmente, apoiei o novo protocolo dos envelopes das notas porque, para nós da UPM, tudo o que é novo gera expectativa. O que é repetitivo reforça vícios que, infelizmente, persistem. Ainda não tenho uma opinião definitiva, mas acredito que decisões assim exigem estudo teórico e prático. Valeu tentar em 2025 para avaliar os resultados”, explicou.
Sobre a iluminação
“É algo grandioso, que tem muito a acrescentar, mas exige estudos detalhados e ensaios. Fizemos apenas dois ensaios com essa iluminação, ainda longe do ideal”, admitiu.
Sobre o desfile da UPM
“Queríamos um carnaval bonito para as telas, mas, acima de tudo, priorizamos a comunidade. Fizemos um desfile pensando no regulamento, mas o maior objetivo era ver a comunidade feliz e representada. Não permanecemos no grupo, mas alcançamos o essencial: a satisfação deles. A UPM viveu injustiças, mas sempre manteve carnavais grandiosos — não por carros luxuosos, mas por temas relevantes, que falam do Brasil. É uma escola que trabalha o ano inteiro, com projetos sociais além do carnaval”, destacou.
Pós-desfile
“A recepção foi tão positiva que criamos grandes expectativas. Reuni amigos para assistir à apuração e comemorar nossa permanência”, revelou.
Fechados com a UPM
“O movimento ‘Fechados com a UPM’ surgiu da exaustão de esperar definições externas. Não vamos deixar que o grupo defina nosso carnaval. Seguimos focados em nossa comunidade”, afirmou.
Planos para 2026
“Continuaremos exaltando mulheres e heroínas brasileiras. A UPM quer contar histórias do Brasil para o Brasil, destacando a força feminina que sustenta a escola. Dar protagonismo a essas figuras é essencial”, concluiu.