O clima antes da apuração do Grupo Especial, na última quarta-feira, era festivo na quadra da Imperatriz Leopoldinense, com a ansiedade e as altas expectativas presentes na cabeça dos desfilantes e dos torcedores. Ao longo da abertura das notas, a torcedores comemoravam com mais energia e “secavam” as coirmãs que ameaçavam a sua décima conquista. Os gresilenses comemoravam intensamente, principalmente, os gabaritos em mestre-sala e porta-bandeira, bateria e harmonia. Thiago Santos, diretor de harmonia, foi ovacionado por toda a quadra.
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O anticlímax da festa verde e branca foram as notas 9,9 tiradas, primeiramente, em fantasia e, posteriormente, em samba-enredo. A quadra foi tomada por um sentimento de injustiça até o diretor de carnaval, André Bonatte, fazer um discurso aguerrido, chamando as pessoas a celebrarem a 3ª posição alcançada com orgulho:
“Nós vamos chegar no sábado mostrando que a Imperatriz merecia estar comemorando o título. Vamos ter orgulho desse terceiro lugar porque nós sabemos o que fizemos e vamos mostrar para eles, no sábado, porque essa escola mereceu ser a campeã do carnaval. Hoje é dia de festa! Cabeça erguida, comunidade! O que vocês fizeram é digno de uma escola campeã, e a gente tem muito orgulho do desfile que nós fizemos. Não vamos abaixar as nossas cabeças, porque nós somos muito melhores”, discursou o diretor de carnaval.
A Imperatriz levou para a Avenida o enredo “Ómi Tútú ao Olúfon: Água Fresca para o Senhor de Ifón”, assinado por Leandro Vieira, e foi a segunda escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 2 de março. O desfile garantiu a volta da verde e branco ao Sábado das Campeãs, em que será a quarta a entrar na Marquês de Sapucaí.

Baiana há 25 anos, Carla Copque confessa que queria a décima estrela, reconhece o bom trabalho de ensaios que a escola fez durante a preparação para o Carnaval 2025 e narra suas emoções naquela tarde de Quarta-Feira de Cinzas.
“De início, estava muito bom, tudo perfeito. Coração radiante: ‘Minha escola vai ser campeã, vai ganhar’. Todas querem ganhar o campeonato, somos 12 escolas. E não deu para a gente. Fazer o quê? Vence a melhor. Mas eu queria muito que a minha Imperatriz Leopoldinense ganhasse esse grande título. É o sonho de todas! Eu queria hoje concretizar e realizar como a campeã do Carnaval pela décima vez. Não deu. Está bom e não está. Mas vamos voltar no Sábado das Campeãs. Para mim, está ótimo. Terceira? Beleza. Eu queria voltar muito, não só eu, mas todos aqui, como a primeira, a campeã do carnaval, porque fizemos um excelente trabalho, muitos ensaios na rua e na quadra. Perdendo ou ganhando, ganhando ou perdendo, vou continuar sendo Imperatriz Leopoldinense!”, relatou.
Toni Harmonia, da direção de harmonia, ficou sem entender as notas pelo trabalho do carnavalesco em relação às fantasias e pelo samba composto por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro.
“Tirar ponto em fantasia e samba-enredo da escola não existe. As fantasias de Leandro Vieira estavam lindas. Foi uma nota baixa na escola que ninguém está conformado. E samba-enredo então… Como um samba cantado de ponta a ponta, os jurados vêm e tiram ponto? Sinceramente, é lamentável! Nós vamos fazer o que a Imperatriz sempre faz: mostrar que Ramos tem comunidade, tem chão, e vamos mais uma vez dar um show na Avenida.”, afirmou Toni.
Para alguns, o sentimento é de tristeza. A passista Simone Rosa desabafou sobre as notas, que para ela são inexplicáveis, e sobre a vitória da Beija-Flor.
“Tristeza e um sentimento de que fomos prejudicados. Com certeza, teve armação nisso. Não tem como tirar notas dos quesitos que a escola perdeu. Com certeza, pegaram pela emoção da Beija-Flor, pela despedida do Neguinho. Eu gosto muito dele, mas, infelizmente, fomos prejudicados, e isso foi nítido. Vamos entrar no Desfile das Campeãs com força, garra e mostrando que somos do Complexo e que nada pode derrubar a gente.”, declarou a passista.

Apesar da indignação, Luiz Coelho, segundo integrante mais antigo da harmonia da Imperatriz, acredita que o dever foi cumprido:
“Eu achei as notas de samba-enredo muito injustas. Em fantasia, eu imaginava que perderíamos ponto, mas samba-enredo foi muito injusto. Vamos voltar no Desfile das Campeãs, porque nosso dever foi cumprido. Gabaritamos as notas.”, comentou.
Para o Sábado das Campeãs, voltam Mangueira, Portela, Viradouro, Imperatriz, a vice-campeã Grande Rio e a campeã pela 15ª vez, Beija-Flor de Nilópolis.
Colaborou Cristiano Martins