Exaltando Iansã, na noite deste sábado, a Barroca Zona Sul executou o seu desfile oficial do Carnaval 2025. Positivamente, o canto da comunidade segurou a bronca, além da atuação do carro de som comandado pelos intérpretes Cris Santos e Dodô Ananias. Porém, a Faculdade do Samba não passou como o esperado. O seu segundo carro quebrou uma escultura da lateral esquerda, ocasionando um buraco de várias grades. Isso fez com que a escola tivesse uma evolução inconstante, além do mastro da porta-bandeira soltar, impedindo-a de dançar de forma correta. Se todos esses erros apontados forem condirmados na apuração, a verde e rosa de Jabaquara irá passar sufoco. A Barroca Zona Sul foi a segunda escola a desfilar nesta sexta-feira levando o enredo “Os nove oruns de Iansã”. Os portões foram fechados com 1h04, após um passo acelerado dos componentes.
Comissão de frente
Andarilhos, Egunguns e a personagem principal, “Iansã Igbalé”, deram o tom da comissão de frente coreografada por Chris Brasil. Os andarilhos estavam vestidos com uma maquiagem de alto nível, de variadas cores, sendo cada componente representando este elemento, com uma tonalidade diferente. A protagonista da dança, Iansã estava com vestes toda branca.
A coreografia consistia na exaltação de Iansã, que a todo momento percorria pela pista, principalmente no meio dos andarilhos, que carregavam elementos alegóricos chamados de “Os nove oruns”, também coloridos. Em determinado momento, os andarilhos entravam e se cobriam com uma espécie de capa, transformando-se em “Egunguns”. Haviam outras personagens que ficavam no tripé central, todo verde, representando a “Floresta Sagrada dos Egunguns”.
Uma comissão de frente bem complexa, vários elementos, mas com criatividade acima de tudo. Porém, vale destacar que eles ficaram parados um tempo devido aos graves problemas de evolução que a escola enfrentou.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Marquinhos Costa e Lenita Magrini, com as fantasias de São Jerônimo e Santa Bárbara, teve um desempenho satisfatório no primeiro módulo. A dupla foi muito aplaudida até pelos presentes nos camarotes naquela parte do Anhembi. Entretanto, sofreram com a evolução depois disso. No segundo módulo os dois ficaram um grande tempo em frente à cabine, pois a escola estava parada e, consequentemente, tiveram impacto – Bem como quando a evolução foi acelerada. Uma coisa para lá de negativa é que após o recuo, o mastro do pavilhão quebrou, impedindo a porta-bandeira de dançar. É um quesito que se deve ficar de olho para o positivo e o negativo.
Enredo
Assinado pelo carnavalesco Pedro Magoo, o enredo do Barroca Zona Sul para este carnaval é intitulado como “Os nove oruns de Iansã”. O desfile não seguiu uma linha de homenagem, mas sim uma exaltação à orixá Iansã, levando os principais atributos que a entidade carrega com ela. Outros orixás no decorrer do desfile também foram colocados em prática para dar sentido à história candomblecista.
Alegorias
Com o significado de “Leve como uma borboleta, forte como um búfalo”, o abre-alas passou pela pista com uma iluminação toda vermelha. Um tom monocromático que deu um belo visual de abertura para a escola. A escultura central, que ficava no topo do carro, era um búfalo, que é o principal animal que representa Iansã. Um elemento do desfile que tem tudo a ver com o enredo, havia esculturas de raios para simbolizar a orixá (relampejou lá no ceú), como diz o samba. Na parte de trás, a escultura de Iansã rodeada de borboletas foi vista, sendo outro ser que rege a orixá. O carro representou otimamente o que significa para nós a história da entidade e, plasticamente, a iluminação nas cores quentes se destacou.
“A Gratidão de Obaluaê” é o nome dado ao segundo carro alegórico da verde e rosa de Jabaquara. O elemento consistia em leões como destaque central da alegoria, que sofreu muitos problemas na pista. Logo no começo do setor A houve uma quebra no leão do lado esquerdo e fez com que a escola parasse por muito tempo. O buraco aberto beirou às 20 grades. A Faculdade será bastante penalizada por isso.
Denominado “O Orum dos sarcedotes da minha fé”, a terceira alegoria da Barroca era toda dourada com uma escultura grande no topo do carro com uma baiana rodando.
A última alegoria da escola desfilou representando “O Orum do Deus maior”, que levou várias esculturas de orixás junto deles. Oxóssi, Oxum, Oxaguiã e entre outros.
Por fim, vale destacar que os carros soltavam papéis de explosão, causando fortes reações no público, arrancando aplausos e gritos.
Fantasias
Apesar da leveza de colocar o componente para desfilar e da variada paleta de cores que passou pelo Anhembi, dando um destaque melhor, as vestimentas da Barroca tiveram um acabamento negativo no desfile. Era perceptível que partes de peças de algumas alas se despedaçavam, mesmo que de forma pequena, mas deixavam rastros no chão. Um destaque do penúltimo carro passou com o costeiro quebrado. Outro quesito que a Barroca pode sofrer consequências.
Harmonia
Vontade da comunidade para cantar não faltou. Foi o quesito que ‘segurou a bronca’ no desfile. Assim como ensaiado, os versos do refrão principal e do semi-refrão que vem logo após, empolgaram a aequibancada que receberam algumas bandeirinhas. Foi a parte destaque da escola na passarela.
Samba-enredo
Foi outro tópico fora da curva: O carro de som da escola comandado pelos intérpretes Cris Santos e Dodô Ananias. Os elogios feitos para a dupla no pré-carnaval foram merecidas e se confirmaram no desfile oficial. De forma surpreendente, o cantor santista e o gaúcho de fato conseguiram substituir à altura o intérprete Pixulé. Um grande samba, querido pelo carnaval paulistano, contribuiu para isso também. Para cima o tempo todo com uma pegada firma juntamente à bateria “Tudo Nosso”. Tudo o que foi feito nos ensaios técnicos de ótimo nível, se foi repetido no dia de hoje.
Evolução
Uma parte delicada do desfile. Após quebrar a segunda alegoria, a ala da frente andou e abriu por volta de 20 grades, o que ocasionou outros fatores, como demora do casal no segundo módulo e da comissão de frente também. Uma evolução que não foi constante, pois teve que segurar a escola até segurar os componentes até arrumar a alegoria e ajustar o espaço formado e, após, precisaram acelerar muito os passos. Realmente uma catástrofe ocorreu na apresentação da agremiação neste sentido.
Outros destaques
A bateria “Tudo Nosso”, comandada pelo mestre Fernando Negão, desfilou vestidos de “Raios e Tempestades”, O destaque vai para empolgar a arquibancada monumental de forma contundente. O fato negativo de fato foi não parar no recuo de bateria, onde fica um jurado a todo tempo avaliando. Não mostraram as bossas propostas.
As baianas, importante ancestralidade dentro do tema, representou as “Oferendas para Iansã”
A fantasia da bateria da rainha de bateria Juju Salimeni era vermelha com um desenho de trovão diagonal de led.
Princesa de bateria, Raissa Moreira, desfilou com costeiros vermelho e laranja.