Uma apresentação muito boa da bateria “Sensação” do Arranco do Engenho de Dentro, de mestre Gilmar. Um ritmo marcado pelo peso dos surdos, graças a uma afinação de destaque e por bossas atreladas ao enredo da agremiação.
Nas peças leves, uma ala de cuícas segura tocou junto de agogôs eficientes, executando uma convenção baseada nas variações melódicas do samba do Arranco. Uma ala de chocalhos de grande qualidade tocou interligada a um naipe de tamborins funcional, com desenho rítmico simples, mas preciso.
Na cozinha da bateria do Arranco foi notada uma afinação privilegiada de surdos com destaque para a timbragem do surdo de segunda. Marcadores foram firmes e precisos. Surdos de terceira ficaram responsáveis pelo balanço envolvente da parte de trás do ritmo. Repiques coesos tocaram junto de caixas consistentes, complementando a sonoridade dos médios. Ainda haviam atabaques, que foram usados de modo preciso nas paradinhas com levada africana.
O conjunto de bossas da bateria “Sensação” provou ser de grande utilidade e eficiência pela pista. Um trabalho baseado na pressão sonora dos surdos, graças a afinação destacada, contando com uma timbragem diferenciada no surdo de segunda. A contribuição luxuosa dos atabaques nos arranjos merece menção musical pela musicalidade produzida. Um leque de bossas altamente vinculado ao samba-enredo da escola azul e branca do bairro do Engenho de Dentro, proporcionando uma sonoridade bem atrelada ao tema africano da escola.
Uma apresentação muito boa da bateria “Sensação” do Arranco do Engenho de Dentro, comandada por mestre Gilmar. Duas boas passagens nas duas últimas cabines deixaram claro um trabalho consistente, contendo uma musicalidade reluzente. Um ritmo equilibrado, bom impacto sonoro de afinação destacada e com conjunto de bossas reluzindo foi exibido. Uma sonoridade bastante conectada ao enredo de vertente africana da agremiação.