728x90
InícioGrupo EspecialCaminho do bi! Perfeita, Viradouro mantém nível altíssimo em todos os quesitos

Caminho do bi! Perfeita, Viradouro mantém nível altíssimo em todos os quesitos

Por Lucas Santos (Colaboraram Luiz Gustavo, Freddy Ferreira, Allan Duffes, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira)

A Viradouro mostrou, mais uma vez, que é uma escola comprometida com os seus.objetivos. Buscando o bicampeonato, que não acontece no Grupo Especial desde 2008, a Vermelha e Branca de Niterói manteve até às três da manhã bom publico na Sapucaí, que não arredou pé até ver a atual campeã da elite do carnaval carioca passar. Foi uma apresentação arrebatadora, principalmente, com o “tesão” de quem quer mostrar porque nos últimos anos a pior colocação foi um terceiro lugar. É o trabalho, a organização, e, sobretudo, o amor do componente que cantou com potência, vontade, esquecendo o cansaço que já poderia bater pelo atraso.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

A Viradouro mostrou a excelência e a perfeição de sempre nos quesitos. Julinho e Rute deram um show de entrosamento e dança. O “casal segredo”, novamente, entreteu e prendeu o público. Mestre Ciça entregou musicalidade e ainda teve ele, Wander Pires, que mostrou toda a sua qualidade, mesmo o som dando problema ainda no seu grito de guerra e esfriando a escola. O cantor fez questão de estar tudo certo para que pudesse entregar o melhor para o publico. E entregou, atuação sublime do início ao fim. Preparação vocal em dia e emocao colocada em cada nota empreendida em mais um excelente samba da Viradouro.

“Viradouro é escola pra cacete. Tem que respeitar, nós não chegamos até aqui pisando em ninguém, não chegamos até aqui sem merecer, é atual campeã e líder do ranking porque merece, trabalha muito, tem uma comunidade aguerrida, fez por onde chegar até aqui. Claro que para 2025 é uma história em branco, estamos tentando conquistar nosso lugar ao sol novamente, buscando na humildade e no trabalho chegar mais uma vez nessa disputa de título, mas repito o que falo nos ensaios, eu venho numa função com fone, uma série de coisas, não consigo te dar um parecer do todo, mas de onde eu estava foi um ensaio muito bom. Sempre falei que é uma crescente, tínhamos três etapas, a primeira no final de semana passado, hoje e no desfile o ápice, eu entendo que está havendo essa construção, a escola mostrou que está pronta. Essa foi a percepção de onde eu consegui acompanhar, ensaio show, bom pra caramba. Agora é ter essa última semana, ajustar o que precisa, conversar e a escola de fato estará pronta pra fazer um grande carnaval e buscar esse título”, explicou Marcelinho Calil, diretor executivo.

Comissão de frente

Priscilla Motta e Rodrigo Negri mantiveram a coreografia aguerrida desta vez adicionando alguns elementos como os arcos e flechas que faziam inclusive o barulho similar a quando é dada uma flechada. Figurino impecável e a utilização de um elemento cenográfico, que representava a Jurema Sagrada, elemento diferente daquele que foi trazido no ensaio anterior. Em determinado momento da coreografia todos os componentes subiam no elemento e o integrante que representava o Malunguinho era elevado na parte mais alta. Legal de destacar também que houve interação com o público quando os componentes se aproximavam da grade. Apresentação muito forte.

Mestre-sala e Porta-Bandeira

Juninho e Rute se apresentaram com uma vestimenta com o vermelho e dourado tradicional da Viradouro e com uma roupa que ainda traziam alguns elementos alusivos ao enredo. Na dança, o esperado, o entrosamento de sempre em níveis muito altos, em momentos de encontros de mãos que aconteciam após movimentos de muita intensidade, e isso de forma cirúrgica, correta e ousada. O bailado, mais tradicional em boa parte do tempo, com espaço para pontuações do samba, algumas vezes aproveitando das bossas de mestre Ciça. Julinho riscava o chão com muito talento e Rute parecia que não ia parar de rodar nunca, tamanha a intensidade, além do sorriso sempre presente. Apresentação muito contundente.

viradouro et25 3
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Tem muito espaço para a emoção mesmo depois de tanto tempo. Cada carnaval é um carnaval. Fica uma emoção diferente e está sendo assim nesse também. Acho que nesses últimos anos de Viradouro, como a Rute fala, os enredos têm sido um presente para nós, componentes, para os torcedores e para o Brasil pelo alcance que o carnaval possui. O que a gente viveu em Recife, como foi na Bahia com as ganhadeiras de Itapuã, como foi ano passado com Dangbé, esse ano foi ainda mais forte, podemos dizer que tivemos a bênção, a proteção e todo o livramento que Malunguinho poderia dar para gente. Voltamos de lá leves, felizes e convictos de que hoje poderíamos fazer um grande ensaio, subir mais um degrau e na maior humildade com pés no chão realizar um grande desfile”, disse o mestre-sala.

Samba

Antes de analisar o samba, é necessário falar da introdução que a Viradouro criou ao juntar alguns pontos, aproveitando a voz melodiosa de Wander com o excelente carro de som dá Viradouro. O clima já fica lá no alto. E aí depois vem a obra. Mais uma vez, a escola entrega um samba de alto nível, competitivo, dentro do enredo e que funciona. “Acenda tudo que for de acender” é bom demais. Assim como “sobo nire mafá” e o trecho “evoco, desperto”. A obra tem trechos únicos e já na cabeça é possível ver modulações muito interessantes, sem ser firme numa linha só, muita reta. Ao mesmo tempo é de fácil assimilação. Na Avenida, conseguiu contagiar o publico nas arquibancadas, inclusive, quando houve problema com o som antes do ensaio, partiu de lá o canto ainda à capela. Na pista, a obra passou quente mostrando que é mais que deixou a comunidade da Viradouro satisfeita.

“Nós temos a consciência e autocrítica que devemos fazer cada vez melhor. Há uma semana atrás fizemos um bom ensaio, mas entendemos que a gente poderia fazer melhor, e hoje foi isso que viemos fazer, um ensaio melhor, um desfile melhor para domingo que vem realizar o melhor de todos e tentar esse campeonato. Teve a demora, principalmente dos trabalhadores, você tem que acordar cedo, mas é muito bacana mesmo com a demora ver que grande parte do público ficou esperando. Significa que essa parte do público espera uma grande entrega da Viradouro, e foi isso que a escola fez”, avaliou Dudu Falcão, diretor de harmonia.

Harmonia

Mesmo entrando já na madrugada de segunda, a comunidade de São Gonçalo e Niterói mostrou a força que tem sido vista nos últimos anos. Cantou bastante e aproveitou muito do excelente samba. Wander mostrou que é um craque no que faz, mesmo com o problema no som ainda no esquenta da Viradouro. O intérprete teve jogo de cintura para conduzir a obra da mesma forma do começo ao fim, com qualidade, intensidade e correção. Tirou o máximo da obra. Como Marcelinho Calil (diretor executivo) tem dito por aí, o intérprete é caro, mas vale o preço. Ótimo entrosamento com o carro de som, tudo muito bem ensaiado com as vozes de apoio entrando nos momentos certos do samba. Alguns dos trechos cantados com maior vigor estão “O rei da mata que mata o brasil”, o refrão de baixo “A chave do cativeiro” e o do meio “Ê Juremeiro”.

viradouro et25 2
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Eu estou me sentindo em casa, aliás desde o ano passado, estou feliz, contente, satisfeito, tanto que eu já estou renovado. Acho que é o casamento que nós procurávamos tanto eu quanto a Viradouro. Esse ensaio foi mais um degrau. O ensaio de semana passada foi bom. Esse foi maravilhoso. O desfile vai ser bom, maravilhoso, ótimo, divino”, comentou o intérprete Wander Pires.

Evolução

Mesmo com o atraso e os problemas no som pouco antes da escola se apresentar o componente da Viradouro não aparentou estar cansado. Nem tampouco, o fato de iniciar o ensaio já as duas da manhã fez com que a escola corresse. Passou no andamento certo, brincando carnaval e com correção na parte técnica, ou seja, sem deixar buracos ou grandes espaçamentos, e sem ter alas emboladas, ainda que não estivessem engessadas em filas. Algumas alas eram coreografadas, como uma no início em que os componentes vinham com bastão. Já no segundo setor, uma ala com uma espécie de capas verdes produzia um bonito efeito na sintonia dos componentes. Viradouro evoluiu com fluidez e espontaneidade.

Bateria e Outros destaques

O diretor executivo, Marcelinho Calil, em seu discurso aproveitou para lembrar os nomes dos diversos profissionais da escola em diferentes setores. No esquenta, não podia ser diferente, o samba campeão de 2024, e também a Santa Rosa Maria de 2023. A rainha Erika Januza, veio com uma fanrasia toda prateada e cravejada em pedras preciosas. A cobra da comissão de frente do ano passado andou passeando pela Sapucaí antes do ensaio.

viradouro et25 4
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Uma bateria “Furacão Vermelho e Branco” da Unidos do Viradouro com sua tradicional afinação mais pesada de surdos, fazendo realçar o bom balanço envolvendo os surdos de terceira, inclusive em bossas. Na parte de trás do ritmo, repiques coesos tocaram junto de um naipe de caixas de guerra ressonante, com levada de partido alto. Na cabeça da bateria da Viradouro, um naipe de cuícas tocou com classe e eficiência, além de uma ala de chocalhos dando bom volume às peças leves. Complementando a parte da frente do ritmo, um naipe de tamborins seguro e eficiente deu valor sonoro à bateria “Furacão Vermelho e Branco”. Bossas vinculadas às nuances melódicas do belo samba-enredo da Viradouro foram exibidas com exatidão. Sempre contando com pressão sonora de surdos e um trabalho consistente envolvendo as caixas, além das terceiras. Fora o molho peculiar dos atabaques no elaborado arranjo iniciado na segunda do samba, que culmina com solo no refrão principal. Uma bateria da Viradouro com sonoridade potente e uma musicalidade dançante, pronta para ir em busca da nota máxima, além de ajudar na evolução dos desfilantes.

“Deu tudo certo hoje, apesar dos probleminhas de som lá na frente, que demorou. Olha a hora que nós estamos terminando. Tive ritmistas que foram embora porque vão trabalhar amanhã, mas eu entendo. Mas, hoje foi perfeita a bateria sem nenhuma falha, e é isso que a gente quer. Aquele andamento pegado, não é correria, é pegado. Foi 146 BPM (batidas por minuto) por essa região aí, 145. Mas eu estou satisfeitíssimo”, avaliou mestre Ciça.

- ads-

Irretocável! Em ensaio de gala, Imperatriz pulsa, mostra força e técnica dos quesitos

Por Luiz Gustavo (Colaboraram Lucas Santos, Freddy Ferreira, Allan Duffes, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira) Se...

Grande Rio encanta a Sapucaí, dá show de técnica e faz ensaio para brigar forte pelo título do carnaval

Por Allan Duffes (Colaboraram Lucas Santos, Freddy Fereira, Luiz Gustavo, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira) A...

Técnico e quente, Salgueiro impressiona no canto e na performance dos demais quesitos

Por Lucas Santos (Colaboraram Allan Duffes, Freddy Fereira, Luiz Gustavo, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira) Já...