Por Naomi Prado e fotos de Fábio Martins
O Morro da Casa Verde fez um desfile contagiante. O samba-enredo desempenhou um excelente papel, ajudando o quesito harmonia e fazendo com que o público presente cantasse também. Apesar da desenvoltura precisa, a escola teve problemas com acabamentos de fantasia e do tripé. Alguns elementos das fantasias afrouxaram ou se soltaram ao decorrer do desfile.
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Com o enredo “Saravá Umbanda! Uma história de luz, caridade e amor”, assinado pelo carnavalesco Ulisses Bara, o Morro foi a sexta escola a desfilar pelo Grupo Acesso 2, terminando seu desfile com 48 minutos.
Comissão de Frente
A comissão, que é coreografada por Ana Carolina Vilela, teve como personagem principal o Caboclo. Os outros integrantes carregavam a narrativa de entidades como Exu, Pombagira, Zé Pelintra, Baiano, Cigano, Cigana, Boiadeiro, Marinheiro, Pai de Santo, Ogã e médiuns. A proposta do quesito foi trazer uma gira a céu aberto. A coreografia dos componentes mostrou a manifestação das entidades e, principalmente, a força da incorporação do Caboclo.
Em determinado momento da coreografia, os personagens formavam uma roda em volta do Ogã e do Caboclo, fazendo uma espécie de saudação ao elemento principal. O Ogã não só encenava, mas também tocava o atabaque em harmonia com a parte musical da escola.
Mestre-sala e Porta-bandeira
A dupla João e Juliana, representando “O Dia e a Noite”, apresentou um bailado tradicional, alternando com coreografias em cima do samba-enredo. Enfrentando um vento mediano, o casal mostrou sincronismo na dança.
Enredo
O Morro apresentou no Anhembi um enredo sobre a religiosidade afro-brasileira, com o título “Saravá Umbanda! Uma história de luz, caridade e amor”. Foram bastante citados ao decorrer do desfile personagens e momentos importantes no fundamento da Umbanda, como, por exemplo, as alas denominadas “Ritual de Batismo” e “Falangeiros de Orixás e Entidades”.
Alegorias
No início do abre-alas, nomeado “Pajelança Cabocla”, teve uma escultura que girava continuamente. O carro trouxe muito verde, em alusão à mata dos Caboclos. Na parte de dentro do carro, havia pessoas coreografando passos que remetem ao enredo.
Já na segunda alegoria, chamada “Saravá Umbanda: Templo de Luz, Caridade e Amor”, na frente, destacou-se a velha guarda vestida de preto velho e preta velha. Já na parte interna, as crianças vieram vestidas de Erês.
No meio da escola, também foi apresentado um tripé representando um tributo a São Jorge, que apresentou falhas no acabamento da barra/saia.
Fantasias
As fantasias apresentaram um conjunto condizente com o enredo. O que deixou a desejar foi a execução de algumas delas. O acabamento apresentou algumas falhas ao decorrer do desfile. A ala das baianas veio vestida nas cores da escola, com peruca e rosto pintado.
Harmonia
O grande ponto alto do desfile foi a harmonia. Os componentes cantaram o samba de maneira intensa, principalmente no momento em que a bateria realizava bossas.
Samba-enredo
A obra composta por Sidney Arruda, André Ricardo, Rubens Gordinho, Thiago SP, Douglas Chocolate, Ulisses Sousa, Jacopetti, Marcia Macedo, Celsinho Mody, Sandro Bernardes, Juninho FPA, João Batista e Tenor mostrou, no desfile, um desempenho eficiente para a comunidade.
O intérprete Wantuir potencializou ainda mais o samba-enredo, que apresenta uma letra de fácil entendimento e uma melodia que facilita para o componente lembrar e cantar.
Evolução
A agremiação desfilou compacta e solta. Em algumas partes do samba, a escola fez coreografia geral, resultando em um “tapete” harmônico e dançante na pista.
Outros destaques
A bateria, de mestre Fábio Américo, também se destacou por suas bossas, que auxiliavam não só o carro de som, mas também a desenvoltura dos componentes durante o desfile.
O Morro da Casa Verde, apesar da pequena falta de acabamento nas fantasias e no tripé, realizou um desfile de alta performance no que se refere a canto, evolução e bateria.