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Desfilando com o regulamento ‘embaixo do braço’, Peruche cumpre todo os quesitos para brigar pelo acesso

Desfile, além da homenagem, marcou um novo estilo de apresentação da escola nos últimos anos

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

A Unidos do Peruche executou o seu desfile oficial. Mais do que isso, realizou um propósito na sua história, que foi homenagear o seu grande cardeal do samba Seo Carlão. A escola conseguiu fazer isso de uma forma bem digna, especialmente no segundo carro alegórico, onde o trono em que o baluarte iria desfilar, foi colocado o seu tradicional chapéu.
Entretanto, na pista, claramente a agremiação quis desfilar com o regulamento para si. Foi uma apresentação correta em todos os sentidos. Nada tão grandioso como foi o Peruche de anos atrás, mesmo estando no Acesso . A Filial do Samba optou por fazer o básico e estão na briga. Apesar de algumas ressalvas, todos os quesitos foram cumpridos de forma satisfatória.

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Com o tema “Axé Griô! Carlão do Peruche, o cardeal preto do samba”, a Unidos do Peruche foi a terceira escola a desfilar pelo Grupo de Acesso ll.

Comissão de frente

Comandada por Carllos Alvez, a comissão de frente é denominada “Laroyê! O tambor e a alma na imensidão de Olorum”, tendo quatro personagens: Exu, Alma, Tamboreira e Guardiões do universo de Olorum, além de um elemento alegórico chamado “Altar sagrado”.

A coreografia consistia em mostrar um lado de Carlão africanizado. Realmente falar conversar com o público que a Unidos do Peruche tem o seu berço negro. Os bailarinos desfilaram com fantasias bem acabadas e com maquiagens que deram um belo tom na ala. A encenação teve bastante interação do personagem Exu com a personagem Alma, sendo os dois os principais destaques. Os guardiões dançavam no ritmo do samba e cruzavam a pista saudando o público. A bailarina que representava a Tamboreira era uma criança que, literalmente, simulava tocar um tambor no tripé do “Altar Sagrado” – Este elemento alegórico exaltava a africanidade, sendo uma escultura ‘mascarada’ toda azul com tons marrons com elementos de palhas. A comissão de frente cumpriu bem o seu papel dentro do que era proposto.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Representando o “Ritual da travessia – o vento e o mar”, o casal Patrick Vicente e Sofia Nascimento teve um desempenho satisfatório no desfile oficial. A dupla realizou a coreografia dentro do samba nas cabines, além dos giros. Ventanias fortes bateram em determinados momentos na passarela, mas Sofia conseguiu superar bem essas adversidades e terminaram o desfile com o máximo êxito. Vale destacar a indumentária do casal: Uma elegância nos costeiros e saias, com cores em roxo, marrom e preto.

Enredo

O enredo “Axé Griô! Carlão do Peruche, o cardeal preto do samba”, desenvolvido pelo carnavalesco Chico, foi desenvolvido de forma satisfatória na pista. Era muito clara a mensagem que a escola queria passar. Não era só uma homenagem, mas sim uma exaltação à africanidade de Seo Carlão, o último baluarte que, até então esteve em vida quando o tema foi anunciado. Vale destacar a segunda alegoria, que tinha um arlequim segurando a bandeira do Peruche, representando o carnaval. Neste mesmo carro, um tributo ao homenageado: No trono que ele iria desfilar, a tradicional boina foi usada no local, e também esculturas de dois negros com lágrimas nos olhos, mostrando realmente o luto.

Alegorias

O abre-alas simbolizou o “Tributo à África mística”, e levou elementos do próprio continente, como uma escultura central de um homem com pinturas em todo o rosto na forma africana. A intenção desta abertura de setor, juntamente à comissão de frente citada acima, foi de colocar o lado ‘africanizado’ da Unidos do Peruche e Seo Carlão em jogo.

A segunda alegoria, já claramente com uma homenagem mais clara ao Carlão, tem como nome “Salve a majestade! O cardeal preto do carnaval!”. Como dito, o carro sempre teve a intenção de homenagear o carnaval perucheano, com um arlequim carregando a bandeira da agremiação e sambistas acima. Essas esculturas citadas por último, vinham com uma lágrima escorrendo, uma forma de expressar o luto pela morte do baluarte.
O trono que Carlão. No trono em que o Carlão iria desfilar, foi-se colocada uma boina, que era um dos símbolos do cardeal.

Fantasias

As vestimentas da escola foram bastante coesas com o enredo. Se o tema foi de fácil leitura, as fantasias contribuíram muito para isso, principalmente quando se tratava da história do sambista com a sua agremiação – Destaque para a roupa que homenageava a escola de samba Lavapés e a “Compositor do destino”. Vale destacar a leveza das fantasias. Isso possibilitou uma comodidade maior para o componente evoluir.

Harmonia

O canto do Peruche teve um nível regular. Nitidamente os componentes sabiam cantar a obra, mas faltou imprimir volume e força na hora de defender a harmonia. É um samba que tem fácil assimilação, alegre e que até levantou a arquibancada nos primeiros minutos em que as caixas de som foram abertas para o Anhembi. Vale destacar os refrões principal e do meio, que foram as partes em que a comunidade deu um gás maior.

Samba-enredo

Líder do carro de som desde o ano passado, Renan Bier conduziu a sua ala musical de forma satisfatória. É um intérprete muito enérgico do começo ao fim. Quando soltou o som para o Anhembi, ele começou a gritar “tira o pé do chão”, isso empolgou o público, que reagiu, especialmente na arquibancada Monumental (Setor B).

Evolução

A escola se destacou por evoluir corretamente, sem deixar brechas. O principal adendo vai para as alas, que evoluíram de forma leve e descontraída. As fileiras colocadas foram de forma correta.

Outros destaques

A bateria “Rolo Compressor”, comandada por mestre Marcel Bonfim, deu ritmo à escola com a fantasia “Aprendiz da batucada” realizou duas ou três bossas estratégicas para as cabines.

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