Na última terça-feira, o Salgueiro realizou um ensaio especial no Setor 11 da Passarela do Samba, comandado pelos mestres Gustavo e Guilherme, com a presença da rainha Viviane Araújo. O treino contou com a bateria “Furiosa”, o carro de som, a ala de passistas e os segundos e terceiros casais de mestre-sala e porta-bandeira.
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Os mestres destacaram a importância do ensaio, realizado na semana do treino técnico da escola no Sambódromo. Guilherme explicou: “Sempre marcamos este ensaio no Setor 11 antes do técnico. Quando vamos para a rua, não levamos a bateria inteira, e sim cerca de 180 ritmistas. Este ano, estamos trazendo os atabaques, mas não conseguimos levar todos para as ruas devido ao espaço apertado. Aqui, nesta dimensão em que todos cabem, andamos em linha reta, entramos no boxe e saímos. Este é o único ensaio antes do técnico. A importância é reunir todos, ver como as coisas funcionam na pista e colocar a galera para tocar”.
Gustavo complementou: “O ensaio na quadra ou nas ruas tem limitações. Aqui, ajustamos a distribuição das filas, a sonorização e a interação com o samba-enredo. É o momento de consolidar tudo para chegarmos ao ensaio técnico e ao desfile com segurança”.

A dupla também detalhou o que se pode esperar da bateria nas bossas ao longo do samba. Guilherme ressaltou: “Nosso enredo aborda elementos regionais do fechamento do corpo em várias partes do Brasil, desde o candomblé e a umbanda até o legado de Lampião. Essas referências nos inspiram a criar e explorar ritmos”.
Gustavo acrescentou: “As bossas são um destaque da ‘Furiosa’. Analisamos as referências musicais do samba e respondemos a elas. Como o enredo percorre rituais de fechamento de corpo pelo país, abordamos cada trecho de forma única. Na parte que menciona os malês (muçulmanos negros), inserimos um ritmo norte-africano. No refrão do sertão, entramos com baião e maracatu. Na seção do ‘Salve seu Zé’, evocamos um terreiro de macumba”.
O intérprete Igor Sorriso também marcou presença no ensaio. Além de destacar a importância do “reconhecimento do campo”, ele comentou o reconhecimento do trabalho no Torrão Amado: “É um ensaio crucial para alinhar espaçamentos, distâncias e testar a sonorização. Sou grato pela oportunidade. Fui muito bem recebido e estamos trabalhando em conjunto. Para colocar o Salgueiro no topo, todos os setores precisam entregar excelência, não apenas indivíduos”.
Os mestres Gustavo e Guilherme também mencionaram o carinho da nação salgueirense pelo comando da “Furiosa”. Guilherme disse: “É uma realização. Entramos como mestres há pouco tempo, mas crescemos na escola. Ficamos felizes com a recepção calorosa. Ver o público querendo fotos e desfilar conosco mostra que o trabalho está dando certo”.
Gustavo refletiu: “É gratificante. Alguns me viram nascer, outros cresceram comigo, e há os que me conhecem há cinco anos. O respeito é igual para todos. Tratamos todos com humanidade, e o carinho é recíproco”.
Alemão do Cavaco, diretor musical, enfatizou a importância do ensaio no Setor 11: “Temos poucos momentos para corrigir detalhes. Ensaio é para isso: acertar, criar ideias e testá-las. Na quadra ou na rua, não há essa liberdade. Sobre o Igor: é um profissional talentoso e dedicado. Quanto à ‘Furiosa’, Gustavo e Guilherme são parceiros excepcionais. A bateria mantém o DNA do Salgueiro, mas se renova com jovens talentos”.
Sobre o samba-enredo (um dos mais tocados em streaming), as expectativas são altas. Igor Sorriso declarou: “Este samba já é aclamado, mas vai superar expectativas. Será o mais cantado do Carnaval e uma explosão de alegria na Sapucaí”.
Alemão do Cavaco acrescentou: “Está viralizado: é poético, melódico e tem a força do Salgueiro. Um samba completo”.
Guilherme finalizou: “O samba é forte, o enredo também. A escola está harmoniosa. Ver seu sucesso nas redes nos dá energia para buscar a décima estrela”.
Gustavo encerrou: “Muita força, ritual e fechamento de corpo. Com fé, o Salgueiro virá forte pela décima estrela”.