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Manual de bateria cria dúvidas sobre qual o tempo de apresentação é suficiente

Temor é que a subjetividade deixe nas mãos dos jurados, mesmo não sendo mais obrigatório parar em frente ao módulo

Após a divulgação do manual do julgador, uma dúvida pertinente tomou conta das discussões de ritmistas, diretores e mestres de bateria. Embora todos os critérios de avaliação sejam bem claros, diretos e específicos, uma observação (OBS) gerou certa preocupação com a avaliação das baterias no mundo do ritmo. Para melhor compreensão da matéria, o manual do julgador referente à bateria estará na parte final do texto.

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bateria
Foto: David Normando/Divulgação Rio Carnaval

Na observação citada é informado que a parada de frente para o módulo não será obrigatória, assim como não existe um tempo mínimo para a apresentação da bateria. Cabendo aos mestres compreender o tempo necessário para apresentar o trabalho desenvolvido e aí vem o problema. “Assim como ao julgador avaliar se aquele período foi suficiente, ou não, para observar todos os critérios presentes neste Manual”.

Como é possível perceber, caberá somente ao julgador a avaliação se o tempo de apresentação foi suficiente. Sem uma delimitação mais clara, ficará a critério somente do jurado esse tipo de percepção, o que torna essa observação bastante subjetiva, quiçá perigosa. O nível de excelência musical do quesito bateria chegou possivelmente próximo ou mesmo vivencia seu próprio auge.

Todos sabem que é sim uma missão hercúlea ser julgador de um quesito de tamanho nível técnico, como o das baterias cariocas. O temor potencial é que esse tipo de brecha possibilite ao julgador de bateria tirar décimos de um trabalho rítmico de toda uma temporada, usando a alegação rasa e superficial que “devido a problemas de evolução da escola, não houve tempo suficiente para a avaliação de todos os critérios presente no manual do julgador”. Esse tipo de conduta merece reflexão imediata, para que esse tipo de justificativa não se torne o preguiçoso e (graças a Deus) já extinto: “falta de criatividade”.

O regulamento deixa bem claro, por exemplo, que as baterias só poderão sofrer penalizações quando estiverem no campo de visão e audição direta do julgador, não se contaminando pelo que sai do som das caixas fora desse momento. Caixas essas, inclusive, que serão desligadas, ao menos em tese, quando as baterias chegarem aos módulos de julgamento. Infelizmente tem sido uma frequente não desligarem as caixas, para somente o carro de som junto da bateria serem ouvidos quando os ritmos se aproximam das cabines julgadoras. Esse desligamento permitiria uma melhor assimilação auditiva por parte do jurado, assim como uma percepção musical também mais apurada. Já houve casos de julgadores citando o não desligamento.

Outro ponto que vale reflexão em prol de aperfeiçoar a avaliação de bateria é discutir uma mudança de posicionamento do jurado do quesito. Qualquer meio usado para projetar o julgador um pouco mais a frente, mesmo sabendo da dificuldade técnica envolvendo frisas e camarotes, certamente impactaria numa audição mais limpa por parte do jurado. Sem contar que esse momento, por si só, ganharia contornos de espetáculo, fato completamente condizente com as passagens das baterias por cada módulo.

Segue abaixo, o manual do julgador sobre o quesito bateria:

Para conceder notas de 09 a 10 pontos, o Julgador deverá considerar:

  • a manutenção regular e a sustentação da cadência da Bateria em consonância com o Samba-Enredo, sem que haja alteração brusca que comprometa o andamento desenvolvido;
    O arranjo musical da bateria, tal como a criatividade, a versatilidade e o grau de dificuldade da execução;
    A adequabilidade e a perfeita execução das eventuais bossas e paradinhas que sejam executadas;
  • a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos;
  • a criatividade e a versatilidade da Bateria. (excluído)

OBS: Não existe um tempo mínimo estabelecido em que a bateria tenha que se apresentar ao julgador, assim como a parada não é obrigatória, podendo ela realizar a apresentação enquanto evoluí. Cabe cada mestre de bateria entender o tempo necessário para apresentar o trabalho desenvolvido, assim como ao julgador avaliar se aquele período foi suficiente, ou não, para observar todos os critérios presentes neste Manual.

Não levar em consideração:

  • a quantidade de componentes de cada Bateria, no que se refere ao número mínimo de

integrantes fixado pelo Regulamento;

  • a utilização de instrumentos de sopro ou qualquer outro artifício que emita sons similares;
  • a ausência de naipes ou questões inerentes ao estilo da Agremiação, uma vez que cada bateria tem, por tradição, sua característica própria;
  • o desempenho da Bateria em qualquer outro ponto da Sapucaí, a não ser aquele que está no campo de visão e audição direta do Julgador, quando as caixas de som da avenida são desligadas para apresentação no módulo,
  • o fato de qualquer bateria não estacionar no 2º recuo (entre os setores 09 e 11) em razão de não ser obrigatório esse estacionamento;
  • a eventual pane no carro de som e/ou no sistema de sonorização da Passarela;
  • questões inerentes a quaisquer outros Quesitos.
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