Para assistir ao ensaio da Imperatriz, o Complexo do Alemão desceu em peso e lotou a rua Euclides Faria, sem contar o público que assistiu de suas casas e varandas. Todos os olhos presentes estavam atentos e impactados pela procissão verde e branca. Os grandes destaques foram a comissão de frente, coreografada por Patrick Carvalho, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro. Ambos muito aplaudidos abriram caminho para que a escola passe vibrando e cantando muito forte o samba excelente da Rainha de Ramos. A Imperatriz será a segunda escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 2 de março. O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira e intitulado como “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, que retrata a jornada do Oxalá ao reino de Xangô e os obstáculos enfrentados pelo orixá impostos por Exu.
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Um dos diretores de carnaval, André Bonatte, avaliou o ensaio positivamente e que ajustes serão feitos para alcançar cada vez mais a excelência.
“Venho repetindo isso: a Imperatriz está pronta para o desfile. Se nós juntarmos o que está sendo feito aqui [na rua] com o que já temos no barracão, nós estamos confortáveis com o desfile com excelência. Mas até o último minuto a gente procura o erro, porque o campeonato se define em detalhes. A nossa sensação é que está sempre muito bom, mas pós-ensaio nós nos reunimos, bate ponto por ponto e sempre achamos coisas que podemos melhorar. Até o dia do desfile é assim. A percepção que vamos levando é em termos de andamento. Achamos que entre uma cabine e outra dá para fazer algum tipo de movimento. Hoje, são quatro cabines, a tendência é um desfile mais parado. O que podemos fazer nesses momentos no meio da escola para que haja essa sensação de movimento? Tudo que nós pensamos é em nível de harmonia e evolução aqui, que é o que podemos de fato trazer para rua. Esse trabalho é um trabalho contínuo, sempre de pontos para que possamos deixar a escola cada vez mais em movimento. O ponto mais forte do ensaio é a comunidade. No primeiro momento, tínhamos a preocupação no sentido de ser um ser samba que traz palavras em yorubá. Mas na quadra e na rua, a gente percebe que a comunidade assimilou muito bem. Sem dúvida nenhuma, o ponto forte do ensaio é a comunidade da escola.”, avaliou André.
O outro diretor Pedro Leite corrobora com a visão de André Bonatte e acrescentou o fator da energia do público na qualidade do ensaio.
“A escola vem num processo muito positivo de maturação no samba-enredo, em harmonia, em evolução, que são os quesitos que chamamos de quesito de chão, os quesitos que são muito trabalhados com muito calor e muita proximidade no ensaio de rua. Nós ficamos muito felizes com o abraço da comunidade que desfila e que acompanha o ensaio, porque isso faz com que o componente se sinta prestigiado. Isso fortalece ainda mais o canto e a energia do ensaio. O nosso legado para nossa equipe de harmonia de ala é que canto e dança dá para melhorar até o último momento.”, complementou Pedro.
Não esquecendo que este fim de semana foi de luto, o diretor executivo João Drumond prestou seus sentimentos em nome da diretoria da Imperatriz pelo falecimento do intérprete Luizinho Andanças e a carnavalesca Márcia Lage. A escola fez um minuto de silêncio em homenagem.
Comissão de Frente
Ovacionada, a comissão de frente, de Patrick Carvalho, impactou novamente a Rua Euclides Faria com seus integrantes representando Exu. Mesmo sem os adereços que usarão, os componentes impressionam com as expressões faciais e corporais, a força e a agilidade dos movimentos, as gargalhadas e com a sincronia nos momentos necessários. Os aplausos são garantidos no final e deixa a expectativa para o que será feito na Avenida.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro exibiram excelência. Com movimentos ora fortes, ora suaves, o 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira apresentou um bailado com características que remetem a terreiro e complementam os giros limpos e o cortejo repleto de confiança. Vale ressaltar a energia elevada demonstrada por Phelipe que brilha e faz sua parceira brilhar.
Harmonia e Samba
A harmonia da Imperatriz está cada vez mais afiada. Todos os componentes têm domínio sobre o samba e cantam integralmente. O carro de som, comandado por Pitty de Menezes, é um grande acerto, o intérprete levanta os gresilenses e impulsiona a escola em sintonia fina com o mestre de bateria Lolo. A composição de Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Monteiro caiu nas graças da comunidade. O canto da escola, que já está forte, aumenta a potência quando o chega o refrão principal “Oní Sáà Wúre! Awure Awure!”. Pitty avaliou o desempenho do carro de som e da harmonia no ensaio do último domingo.
“O ensaio foi maravilhoso! A Imperatriz tem uma comunidade muito forte. Não só a comunidade, como todo o povo da zona da Leopoldina, desce o CPX [Complexo do Alemão] para cantar junto com a Imperatriz. A comunidade está cantando muito. É um samba que a comunidade abraçou e está feliz. Foi um ensaio maravilhoso, porque é uma comunidade que sabe desfilar. Não precisa fazer muito esforço. Fica fácil cantar com uma comunidade dessa. É só colocar em prática tudo que estamos fazendo na Sapucaí para conquistar nossa décima estrela, se Deus quiser, está muito próximo. Como eu disse, fica muito fácil cantar com essa comunidade porque parece uma voz só, é uma unidade, união. Estou feliz com o resultado do ensaio. Nós cantamos muito! É muito fácil cantar com a bateria do Lolo. É uma bateria que vem com uma cadência maravilhosa, toca para o samba. O Thiago [Santos, diretor de Harmonia] vem comandando essa harmonia maravilhosa. Nós somos muito unidos. Aqui na Imperatriz trabalhamos um pelo outro e por isso que vem dando certo. E o resultado foi esse aí, ensaio maravilhoso, lotado com todo mundo vibrando.”, declarou o intérprete.
Evolução
A escola encontrou uma evolução coesa e cadenciada. Os componentes conseguem brincar carnaval enquanto cantam o samba e as alas não se misturam. As alas coreografadas executaram com sincronia seus passos, assim como as demais alas demonstraram movimentos coordenados como as gargalhadas, o balançar de braços, o bater de palmas. Um destaque para a ala de baiana que não demonstrou cansaço, mesmo sendo um dos últimos segmentos a passar na Euclides Faria.
Outros Destaques
Mestre Lolo e o “Swing da Leopoldina” se apresentaram com bastante cadência e empolgaram desfilantes e público com bossas interessantes que permitiram uma evolução com garra e diversão para os componentes. A rainha Maria Mariá demonstrou muito samba no pé e conexão com a comunidade.
Mais um destaque em Ramos foi o desempenho do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcos Ferreira e Laryssa Victória. Os parceiros recém-unidos mostraram elegância e carisma durante o bailado, arrancando aplausos felizes por onde passaram.
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